Ver, ouvir e sentir
A nossa linguagem reflete os “programas” que orientam as nossas respostas. Quando dizemos que não conseguimos “ver” uma saída para determinada situação, é porque realmente estamos tendo dificuldade para organizar um processo visual de representação mental do problema. Quando isso estiver acontecendo, será útil tentar representar a informação usando um sistema de representação sensorial diferente. Quer dizer, se nós não conseguimos “ver” uma “saída”, podemos experimentar “ouvir” ou “sentir” uma saída.
Ou vice versa. É o mesmo quando alguém diz que não “ouve” as coisas de uma determinada maneira. Igualmente, se nós não conseguimos “sentir” a coisa da mesma forma que a outra pessoa é porque o processo interno que estamos usando para organizar as nossas representações mentais da informação é diferente da que ela está usando. E quantas vezes entramos em conflito com outras pessoas por não termos visto, ouvido, ou sentido as mesmas coisas que elas?
Não existe falar por falar nem falar sem pensar. Tudo que falamos têm obrigatoriamente que ser organizado no interior da nossa mente antes de ser expresso pela língua ou manifestado através da linguagem corporal. Não há comunicação sem atividade neurológica interna. Nesse sentido é que podemos entender a famosa frase de Jesus “a boca fala do que está cheio o coração”. Pois assim como falamos, da mesma forma nos organizamos internamente para gerar o fruto da nossa comunicação.
Metáforas
A forma como utilizamos a linguagem denuncia o processo segundo o qual tendemos a organizar as informações dentro da nossa mente.
Consideremos as três formulações abaixo transcritas, da mesma fábula:
Formulação 1
“ Ontem eu ouvi uma cotovia cantando lindamente no alto de uma árvore. Uma raposa faminta, querendo transformá-la em almoço, começou a elogiar-lhe a voz, pedindo para vir cantar mais perto para que ela pudesse ouvi-la melhor. A cotovia, percebendo o embuste, fez cair uma folha da árvore. A raposa, pensou que fosse o pássaro quem estava caindo e imediatamente pulou imediatamente em cima dele. A cotovia, no alto da árvore, rindo, disse à ela: “comigo não violão.” “Essa voz eu já conheço de longa data”.
Formulação 2
“Ontem eu vi uma cotovia cantando lindamente no alto de uma árvore. De repente, apareceu uma raposa faminta, que ficou ali, só observando, esperando que a avezinha descesse da árvore para procurar alimento no chão. Não demorou muito caiu uma folha da árvore. A raposa, enganada pela visão da folha caindo, pulou imediatamente em cima dela. A cotovia viu o perigo que corria e voou mais que depressa para bem longe dali.”
Formulação 3
“Cotovias são aves cujo canto mavioso nos fazem sentir muito bem. É também uma ave de carne tenra, muito apreciada por predadores, que quando sentem sua presença por perto, logo se põem à espreita, para abatê-las. Certa vez uma delas cantava gostosamente em cima de uma árvore, quando uma raposa faminta, sentindo estar ali o seu almoço, se escondeu em um arbusto e ficou esperando que a avezinha descesse para o chão, pois percebera que ao pé da árvore havia muitos insetos, alimento preferido desse tipo de pássaro. De repente o vento derrubou uma folha da árvore e a raposa, enganada em seu instinto, saltou sobre ela. A cotovia, assustada com a presença do predador, voou para longe”.
Eis a mesma metáfora, uma estória contada por Esopo, narrada de três formas diferentes. Ela vem descrita como uma experiência auditiva na primeira formulação, visual na segunda e cinestésica na terceira. Conforme tenha preferido uma delas, possivelmente você tenha tendência para organizar seus pensamentos e sentimentos – seu mundo interno – usando mais a linguagem visual, auditiva ou cinestésica.
Conhecimento útil
Essa preferência indica as maneira, ou que tipos de códigos neurolinguísticos uma pessoa mais utiliza para organizar seus pensamentos. Mais ou menos imagem, mais ou menos som, mais ou menos sensibilidades.
Esse conhecimento pode impactar a vida de uma forma bastante significativa. Na escolha de uma profissão, por exemplo, pois um bom pintor de quadros, um arquiteto, escritor de romances, peças de teatro e roteiros para filmes, ou ainda, fotógrafo ou desenhista, coreógrafo, estilistas, etc. geralmente são pessoas que têm uma acurada tendência para organizar pensamentos de forma visual. Da mesma forma, bons músicos, compositores, intérpretes, pessoas que aprendem facilmente línguas estrangeiras, fonoaudiólogos, etc. são pessoas que tendem a organizar seus pensamentos usando de preferência o alfabeto auditivo; e por consequência, aquelas pessoas que se dão bem em profissões onde a cinestesia está mais presente, tendem a organizar seus mundos internos através dos sentidos prioceptivos, que são o tato, o olfato e o sabor. Nesse grupo podemos citar os pilotos de avião e automóveis, enólogos, cozinheiros, atletas, de um modo geral, fisicultores e um sem número de profissionais que fazem sucesso em profissões que exigem um apurado senso de organização interna em termos de cinestesia.
Dessa tendência podemos também extrair algumas explicações do porquê, muitas vezes, temos maus resultados no exercício de uma determinada profissão e bons resultados em outras. E da importância de sabermos escolher bem a profissão pela qual pretendemos ganhar a vida. pois ter que viver a vida inteira fazendo algo que não gostamos, trabalhando só por obrigação não é prazer, é dor. jamais fará grande sucesso nessa profissão Por outro lado, quem consegue realmente amar o que faz, de fato trabalha com prazer. E nesse rol estão os bem sucedidos nesse mister.
Todavia, é preciso ter certo cuidado ao manipular essas informações. Pode ocorrer que uma pessoa tenda a recepcionar as informações que recebe de modo visual, mas internamente as organiza auditivamente. Ou vice versa. Da mesma forma, uma pessoa que parece gostar muito de sentir as coisas, pode estar utilizando alfabetos visuais ou auditivos para organizar seus pensamentos. Um exemplo é o da pessoa que se encanta com uma canção, mas ao ouvir a letra se decepciona. E se não gostar da voz do cantor, pior ainda. Ou de uma pessoa que não se atrai por alguém, que a primeira vista não chama sua atenção, mas ao ouvir a sua voz, se encanta. Ou por outra, alguém que faz questão de questão de fazer um teste drive para comprar um carro, mas só o compra mesmo depois de ouvir o ronco do motor, ou se o carro for da cor que ele quer.
Como se pode inferir, o conhecimento das submodalidades com as quais recepcionamos e organizamos a informação em nosso cérebro é de fundamental importância para aprendermos a administrar melhor nossos pensamentos, sentimentos e as conseqüentes respostas que damos a eles. Não se trata de mágica nem vai nos transformar em pessoas imunes a erros e escolhas equivocadas. Mas pode nos ajudar bastante a errar menos e ampliar as nossas possibilidades de sucesso em nossa vida profissional e relacional.
A nossa linguagem reflete os “programas” que orientam as nossas respostas. Quando dizemos que não conseguimos “ver” uma saída para determinada situação, é porque realmente estamos tendo dificuldade para organizar um processo visual de representação mental do problema. Quando isso estiver acontecendo, será útil tentar representar a informação usando um sistema de representação sensorial diferente. Quer dizer, se nós não conseguimos “ver” uma “saída”, podemos experimentar “ouvir” ou “sentir” uma saída.
Ou vice versa. É o mesmo quando alguém diz que não “ouve” as coisas de uma determinada maneira. Igualmente, se nós não conseguimos “sentir” a coisa da mesma forma que a outra pessoa é porque o processo interno que estamos usando para organizar as nossas representações mentais da informação é diferente da que ela está usando. E quantas vezes entramos em conflito com outras pessoas por não termos visto, ouvido, ou sentido as mesmas coisas que elas?
Não existe falar por falar nem falar sem pensar. Tudo que falamos têm obrigatoriamente que ser organizado no interior da nossa mente antes de ser expresso pela língua ou manifestado através da linguagem corporal. Não há comunicação sem atividade neurológica interna. Nesse sentido é que podemos entender a famosa frase de Jesus “a boca fala do que está cheio o coração”. Pois assim como falamos, da mesma forma nos organizamos internamente para gerar o fruto da nossa comunicação.
Metáforas
A forma como utilizamos a linguagem denuncia o processo segundo o qual tendemos a organizar as informações dentro da nossa mente.
Consideremos as três formulações abaixo transcritas, da mesma fábula:
Formulação 1
“ Ontem eu ouvi uma cotovia cantando lindamente no alto de uma árvore. Uma raposa faminta, querendo transformá-la em almoço, começou a elogiar-lhe a voz, pedindo para vir cantar mais perto para que ela pudesse ouvi-la melhor. A cotovia, percebendo o embuste, fez cair uma folha da árvore. A raposa, pensou que fosse o pássaro quem estava caindo e imediatamente pulou imediatamente em cima dele. A cotovia, no alto da árvore, rindo, disse à ela: “comigo não violão.” “Essa voz eu já conheço de longa data”.
Formulação 2
“Ontem eu vi uma cotovia cantando lindamente no alto de uma árvore. De repente, apareceu uma raposa faminta, que ficou ali, só observando, esperando que a avezinha descesse da árvore para procurar alimento no chão. Não demorou muito caiu uma folha da árvore. A raposa, enganada pela visão da folha caindo, pulou imediatamente em cima dela. A cotovia viu o perigo que corria e voou mais que depressa para bem longe dali.”
Formulação 3
“Cotovias são aves cujo canto mavioso nos fazem sentir muito bem. É também uma ave de carne tenra, muito apreciada por predadores, que quando sentem sua presença por perto, logo se põem à espreita, para abatê-las. Certa vez uma delas cantava gostosamente em cima de uma árvore, quando uma raposa faminta, sentindo estar ali o seu almoço, se escondeu em um arbusto e ficou esperando que a avezinha descesse para o chão, pois percebera que ao pé da árvore havia muitos insetos, alimento preferido desse tipo de pássaro. De repente o vento derrubou uma folha da árvore e a raposa, enganada em seu instinto, saltou sobre ela. A cotovia, assustada com a presença do predador, voou para longe”.
Eis a mesma metáfora, uma estória contada por Esopo, narrada de três formas diferentes. Ela vem descrita como uma experiência auditiva na primeira formulação, visual na segunda e cinestésica na terceira. Conforme tenha preferido uma delas, possivelmente você tenha tendência para organizar seus pensamentos e sentimentos – seu mundo interno – usando mais a linguagem visual, auditiva ou cinestésica.
Conhecimento útil
Essa preferência indica as maneira, ou que tipos de códigos neurolinguísticos uma pessoa mais utiliza para organizar seus pensamentos. Mais ou menos imagem, mais ou menos som, mais ou menos sensibilidades.
Esse conhecimento pode impactar a vida de uma forma bastante significativa. Na escolha de uma profissão, por exemplo, pois um bom pintor de quadros, um arquiteto, escritor de romances, peças de teatro e roteiros para filmes, ou ainda, fotógrafo ou desenhista, coreógrafo, estilistas, etc. geralmente são pessoas que têm uma acurada tendência para organizar pensamentos de forma visual. Da mesma forma, bons músicos, compositores, intérpretes, pessoas que aprendem facilmente línguas estrangeiras, fonoaudiólogos, etc. são pessoas que tendem a organizar seus pensamentos usando de preferência o alfabeto auditivo; e por consequência, aquelas pessoas que se dão bem em profissões onde a cinestesia está mais presente, tendem a organizar seus mundos internos através dos sentidos prioceptivos, que são o tato, o olfato e o sabor. Nesse grupo podemos citar os pilotos de avião e automóveis, enólogos, cozinheiros, atletas, de um modo geral, fisicultores e um sem número de profissionais que fazem sucesso em profissões que exigem um apurado senso de organização interna em termos de cinestesia.
Dessa tendência podemos também extrair algumas explicações do porquê, muitas vezes, temos maus resultados no exercício de uma determinada profissão e bons resultados em outras. E da importância de sabermos escolher bem a profissão pela qual pretendemos ganhar a vida. pois ter que viver a vida inteira fazendo algo que não gostamos, trabalhando só por obrigação não é prazer, é dor. jamais fará grande sucesso nessa profissão Por outro lado, quem consegue realmente amar o que faz, de fato trabalha com prazer. E nesse rol estão os bem sucedidos nesse mister.
Todavia, é preciso ter certo cuidado ao manipular essas informações. Pode ocorrer que uma pessoa tenda a recepcionar as informações que recebe de modo visual, mas internamente as organiza auditivamente. Ou vice versa. Da mesma forma, uma pessoa que parece gostar muito de sentir as coisas, pode estar utilizando alfabetos visuais ou auditivos para organizar seus pensamentos. Um exemplo é o da pessoa que se encanta com uma canção, mas ao ouvir a letra se decepciona. E se não gostar da voz do cantor, pior ainda. Ou de uma pessoa que não se atrai por alguém, que a primeira vista não chama sua atenção, mas ao ouvir a sua voz, se encanta. Ou por outra, alguém que faz questão de questão de fazer um teste drive para comprar um carro, mas só o compra mesmo depois de ouvir o ronco do motor, ou se o carro for da cor que ele quer.
Como se pode inferir, o conhecimento das submodalidades com as quais recepcionamos e organizamos a informação em nosso cérebro é de fundamental importância para aprendermos a administrar melhor nossos pensamentos, sentimentos e as conseqüentes respostas que damos a eles. Não se trata de mágica nem vai nos transformar em pessoas imunes a erros e escolhas equivocadas. Mas pode nos ajudar bastante a errar menos e ampliar as nossas possibilidades de sucesso em nossa vida profissional e relacional.