AtOalidades
Em seu conjunto, as AtOalidades, iniciadas em fins de 2017, devem somar mais de cinquenta edições e a mais recente delas veio a lume em 04 de janeiro/2019, já sob a égide do Governo Bolsonaro. Minha vontade de manter esse info-comment mais regular, na base de umas duas publicações por semana, malogrou desgraciosamente, embora matéria para a escrita é o que mais abunda. E agora, por exemplo, o período de esterilidade já se aproxima de dois meses seguidos, o que equivale a uma Quaresma e meia...É mole...? Mole demais, direis...
Nesse meio tempo, forçoso reconhecer, o novo Governo muito obrou, do Palácio, por meio de seus Ministérios e até por meio dos empedernidos e voluntariosos filhos do Chefe, o que ficou evidente desde antes da posse, com o tour para-diplomático do 03 - se não me engano - abrindo avenidas para uma nova política externa do país...enquanto fechava algumas artérias entretempo, como ficou patente com a esnobada no mundo árabe, na China e no bolivarianismo continental. E o Chanceler, já nomeado, empossado e engravatado, por certo que deu seu aval, ainda que tacitamente.
Três iniciativas de peso emergiram no seio do Governo: acenos com a liberação ampla de armas para os cidadãos se defenderem dos bandidos pés-de-chinelo; o pacote de combate à corrupção e ao crime, da lavra do Super-Ministro Moro e o pacotaço Guedes de impostergável - já desde o Governo Fernando Cardoso - da reforma da Previdência, ou o país cai de maduro...podre, aliás, na mais veemente venezuelência...
No vendaval da renovação de que se revestiu o novo Congresso, além do notório tufão de saia, Joice Hasselmann, a novidade maior ficou por conta da reeleição de Rodrigo Maia para a Câmara e a emergência de um goliático Davi, Alcolumbre, de cepa, que para presidir o Senado, surpreendentemente contragolpeou o raposíssimo Renard, Renan, digo, Calheiros...
Em meio ao tiroteio, e a produção de mais votos do que votantes, salvaram-se as reputaçães dos Varões e Varoas de Plutarco, antigos e novos, e tudo ficou para depois da festa momesca que, pelo menos na Bahia nesta quinta se inicia, naturalmente que sem prazo determinado para ter Bonfim...Ah, que saudades do Gregório de Matos, de Rui Barbosa e, por quê não, do Padre Pinto, de Salvador...
Fora do Brasil, vida houve também. Os gilets jaunes infernizaram o macronismo na França, Trump, ainda sem o muro ou mesmo um Moro, não arredou pé do objetivo-mor de seu Governo, que é a distância física máxima dos latinos, assim como a distância moral da verdade, e assim por diante; em seu segundo encontro com o líder da Coréia do Norte, hoje terminado abruptamente no Vietnã, empatado em derrotas para ambos os lados... e isso, paradoxalmente, não é de todo ruim para nós, pois, hipoteticamente a chance ulula de uma candidatura ao Nobel da Paz...
No cenário das artes quanta coisa não rolou nessas oito semanas, como a outorga do Oscar que continua atraindo mais pelas aparições no tapete vermelho, assim como na vermelhidão dos homens ante a iminência imanente de mais um cascadear interminável de acusações de assédio...
E foi justamente sentindo-se assediado que Jean Wyllys abandou sua cadeira na Câmara dos Deputados foi buscar a segurança e o aconchego do mundo civilizado, menos com candidatos a imigrantes...
No esporte, que regalo o All-Star Game da NBA, com aquel placar alucinante que, somado, quase chegou a trezentos pontos de cestas básicas...No caso do tênis, no primeiro grande torneio do ano, em Melbourne, só uma presença brasileira, e na chave de simples feminina, com Bia Haddad, ao menos, transpôs a primeira rodada. Nossos varões tiveram contudo o consolo posterior quando, na categoria dos Challengers, os aspirantes, Thiago Monteiro levantou uma taça em Montevidéu...
Do lado da tristeza, incomensuráveis as perdas de Brumadinho, com a ruptura da barragem que levou consigo mais de trezentas vidas, numa sinalização clara, meridiana de quanto não Vale o ser humano ao sul do Equador, onde tudo se resolve, se aquieta, se esquece é co'a dor dos mais fracos, dos oprimidos, dos desescolhidos...