MENTE - II O DELÍRIO DAS SENSAÇÕES

Seu nome João das Dores, assim era conhecido. Detestava a música e um ódio mortal a ouvir. Abominava as mulheres, flores e crianças, não jogava, não bebia e não fumava. O amigo mais próximo diz:"Conheço-o há mais de dez anos, e jamais pude compreender o seu cérebro desordenado de maluco. Repudiava o amor e ninguém convencia.Era absolutamente incompreensível em matéria de amor e arte. Só uma causa o atraia o horror." Imagina, por exemplo; que ele se enche de prazer, mas de um prazer selvagem e as vezes criminoso, ao ver ou ler um assassinato brutal, um desastre, a agonia do doente terminal, pra ele é sublime momentos. Analisa o fato saboreando-lhe o horror e sente através das frases lida uma fina ironia demonstrada no seu rosto com sorriso mordaz de sinistro triunfo. Para ele foi um presente do dia, um feliz acontecimento. Na morte de um dos nossos amigos, morte suicida, cortou a garganta com navalha.Lá estava ele no necrotério, o João das Dores, radiante, as mãos juntas em incessante movimentos, demonstrando o prazer mórbido diante do fúnebre caixão

Via-se levemente o sorriso nós lábios e os olhos em movimentos. Uma figura em possessão. Mas jamais praticou um delito. Não sei se podíamos chamá-lo de amigo, fora do momento doentio era inteligente

prazeroso em conhecimentos gerais. Isolava-se quanto queria da família e dos amigos. Era jovem com 23 anos, nunca alegre, olhar penetrante, belo na aparência e extremamente assustador no proceder

cuja mente leva a agonia e ao êxtase da visão da morte.

Terminou seus dias de vida no obscuro quarto de manicômio sem muito esclarecimento dos familiares."

Uma mente sem estudo. O comportamento do ser humano é complexo

Avalia-se com o que apresenta e traduz para a ciência o que não pode resolver.

OBS: Baseado em fatos verídicos em depoimento de pessoa fidedigno.

Batacoto.

batacoto
Enviado por batacoto em 12/03/2017
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