O Personagem Gatsby sob a ótica da Neurolinguística

A partir de conceitos estabelecidos entre a neurolinguística e a literatura, e buscando melhor entender as reações humanas e o que leva as pessoas a tomarem certas atitudes, mesmo que não sejam agradáveis aos olhos do mundo, ou o que não se deseja fazer, mas o cérebro as obriga a fazer, resolveu-se estudar cientificamente as reações do personagem Gatsby.

O presente trabalho tem como suporte teórico os autores Joseph O’Connor, Denise Maria Bolanho, Johann W. Kluczny, Walter Mischel, George Miller, Eugine Galanter e Karl Pribam com sua programação neurolinguística para pessoas e empresas.

O personagem Gatsby sob a ótica da Neurolinguística

A Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística diz que a neurolinguística é uma ciência ainda nova e pouco difundida longe dos grandes centros. A Neurolinguística tem feito sucesso entre pesquisadores do eixo Rio – São Paulo e promete resultados vantajosos para os que conhecem ou se submetem às suas técnicas. Sem se rotular como terapia, a programação neurolinguística, desenvolvida por dois americanos há pouco mais de duas décadas, surge como uma nova promessa para o entendimento de muitas dificuldades individuais, sobretudo aquelas associadas ao auto conhecimento. A neurolinguística estuda o ser humano, estuda a excelência do ser humano no que quer que ele faça. Numa definição técnica, é o estudo da estrutura da experiência subjetiva do ser humano.

A ciência estuda a forma como funciona a criatura, como faz para ficar alegre, triste, para decepcionar-se. É como o ser busca fazer para gostar de si mesmo, ou não. Enfim, é um estudo que procura explicar a forma como ser humano reage. A neurolinguística ensina o ser humano a usar os recursos que ele tem em seu próprio benefício, para ser mais feliz, mais resolvido, para ser um ponto de influência positiva no sistema no qual ele opera que é a família, o trabalho, os amigos.

Com esse entendimento, busca-se analisar o personagem Gatsby e suas atitudes em relação aos amigos, ao amor (no seu caso, a Daisy) e ao seu desejo de ser bem sucedido.

De acordo com o site do Wikipédia (17/10/2010. http://pt.wikipedia.org/wiki/The_Great_Gatsby_(livro)) o personagem Gatsby é ao mesmo tempo admirado e criticado por aqueles com quem convive. O fato intrigante é que ele era uma pessoa miserável e em apenas três anos tornou-se um dos mais poderosos senhores em Nova York. Considerando que o enredo se desenrola no verão de 1922, supõe-se que o Gatsby começou os seus negócios entre 1918 a 1920, período relatado pela história como término da Guerra Mundial I, na qual o personagem participou efetivamente, tendo lucrado com a proibição de venda de atrativos alcoólicos, decretado pela décima oitava (18ª) emenda, como descrito por livros e fatos históricos. A sociedade de Nova York, na década de 20, facilitou para que pessoas se tornassem milionárias, com a venda ilegal de atrativos alcoólicos, crescendo o índice de crime organizado na sociedade de Nova York.

Segundo a Programação Neurolinguística (NLP), Gatsby já fazia o uso dessa programação, como pode ser comprovado o seu planejamento para conseguir seu objetivo, o qual era tornar-se um homem poderoso e bem sucedido. Analisando-se o texto, no capítulo 8, página 180 (Fitzgerald, 1925):

“Look here, this is a book he had when he was a boy. It just shows you.”

He opened it at the back cover and turned it around for me to see. On the last fly-leaf was printed the word SCHEDULE, and the date September 12, 1906. and underneath:

Rise from bed . . . . . . . . . . . . . . . . 6.00 A.M.

Dumbbell exercise and wall-scaling . . . . . . 6.15-6.30 ”

Study electricity, etc . . . . . . . . . . . . 7.15-8.15 ”

Work . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8.30-4.30 P.M.

Baseball and sports . . . . . . . . . . . . . 4.30-5.00 ”

Practice elocution, poise and how to attain it 5.00-6.00 ”

Study needed inventions . . . . . . . . . . . 7.00-9.00 ”

GENERAL RESOLVES

No wasting time at Shafters or [a name, indecipherable]

No more smoking or chewing

Bath every other day

Read one improving book or magazine per week

Save $5.00 {crossed out} $3.00 per week

Be better to parents. 1

De acordo com a neurolinguística, “o ser humano é um sistema complexo e organizado. Ele é um todo, um conjunto composto de várias partes que dependem uma das outras e que buscam equilíbrio. A esta interdependência e equilíbrio, dá-se o nome de ecologia”. (www.portalcmc.com.br/pnl_artigo12.htm. 22/01/2008).

Percebe-se, também, que Gatsby alcançou êxito quanto ao seu desejo de parecer poderoso, como informa o personagem Nick, o narrador da história, no capítulo 1, página 8, que descreve Gatsby como uma pessoa de personalidade cativante, que despertou nele (Nick), o desejo de se interessar novamente pelas pessoas ao seu redor:

Gatsby, the man who gives his name to this book, was exempt from my reaction — Gatsby, who represented everything for which I have an unaffected scorn. If personality is an unbroken series of successful gestures, then there was something gorgeous about him, some heightened sensitivity to the promises of life, as if he were related to one of those intricate machines that register earthquakes ten thousand miles away. This responsiveness had nothing to do with that flabby impressionability which is dignified under the name of the “creative temperament.”— it was an extraordinary gift for hope, a romantic readiness such as I have never found in any other person and which it is not likely I shall ever find again. No — Gatsby turned out all right at the end; it is what preyed on Gatsby, what foul dust floated in the wake of his dreams that temporarily closed out my interest in the abortive sorrows and short-winded elations of men.²

Percebe-se, nesse desabafo de Nick, o desgaste entre as relações humanas e o crescente desinteresse quanto ao sofrimento alheio. Talvez esse desinteresse seja por conta do período pós-guerra, quando as pessoas estavam muito voltadas para si mesmas, olhando somente para o seu “eu”, egoisticamente.

Apesar de saturado com a situação, Nick achou, em Gatsby, uma personalidade rara, e se propôs tentar entendê-la.

Gatsby queria ser uma nova pessoa e deixar o passado de pobreza para trás. Para tanto, mudou seu nome de Jimmy Gatz para Jay Gatsby, e esse fato na neurolinguística é descrito em “crenças sobre significado” em que se acredita que, se a dificuldade em determinado comportamento vem de um ou mais lados que precisam ser integrados, procura-se integrá-los. Gatsby integrou à nova vida de poder e riqueza que ele almejava alcançar, um nome que ele acreditava significar poder, sustentando esta crença até o dia de sua morte. Sobre este fato, pode-se citar Tad James (1993): “As crenças são as declarações de nossas representações internas, de como acreditamos que o mundo é”.

No decorrer do enredo, percebe-se que muitos tentam descobrir a verdadeira identidade, a personalidade do senhor Gatsby. Alguns chegam a dizer que ele já havia assassinado um homem, outros diziam que ele tinha sido um espião da Alemanha durante a guerra, outros acreditavam que ele tinha servido ao exército americano durante a guerra, e assim cada um dava uma opinião diferenciada.

Por que Gatsby, mesmo estando bem sucedido, comete ações ilícitas? Em sua busca pela felicidade, do seu objetivo de conquistar poder e amor, Gatsby criou para si valores específicos. A PNL define os valores da seguinte maneira:

Valores são coisas que realmente importam para nós. É aquilo atrás do que corremos ou do que fugimos. Os valores dirigem prioritariamente nossa motivação. Os valores nos dão permissão para agir e nos dão critérios para nossos julgamentos. (BANDLER, Richard, p. 98).

Richard Bandler diz que “valores são coisas das quais não abrimos mão”. (p. 97). O livro mostra que os valores do senhor Gatsby não eram valores tradicionais, sendo que mantinha negócios ilícitos na época, como a venda de álcool, com a qual enriqueceu rapidamente.

Pode- se dizer que as pessoas cometem essas ações pelo simples fato de não conseguirem atingir seus objetivos. Pessoas da alta sociedade como Gatsby, tornam-se ricas por correrem atrás dos seus ideais e acabam conseguindo o que querem, e a partir do momento em que não conseguem, cometem ações que não são favoráveis ao mundo em que vivem. “A neurolinguística estuda os estados emocionais e comportamentais”. (MANCILHA, Jairo. PNL e aprendizagem. Rio de Janeiro. Disponível em http://www.pnl.med.br/site/pnl_aprendizagem.htm. Acesso em 5 nov. 2010)

Segundo Anthony Robbins, comunicador e escritor americano, (Rio de Janeiro, http://www.pnl.med.br/site/necessidades_humanas.htm. Acesso em 5 nov. 2010), a grande motivação do ser humano é a busca do prazer e a fuga da dor e do sofrimento. A criatura faz qualquer coisa para evitar dor e obter prazer. Além disso, os seres humanos possuem algumas necessidades básicas e essenciais, como:

1ª. - Necessidade de certeza e conforto

2ª. - Necessidade de incerteza e variedade

3ª. - Necessidade de amor e conexão

4ª. - Necessidade de significância e importância

5ª. - Necessidade de crescimento

6ª. - Necessidade de contribuição

Todas as reações dos seres humanos, de alguma maneira, procuram satisfazer a uma ou mais dessas seis necessidades essenciais. Elas são as nossas metas – objetivos. A necessidade de certeza e conforto está relacionada à habilidade de evitar a dor e obter prazer, levando à segurança e à sobrevivência. Pode-se observar também na programação neurolinguística que: “muitas pessoas se revoltam contra si mesmas e chegam a sentir raiva por não conseguirem efetivar determinadas mudanças”, podendo essa raiva levar esse ser bem sucedido a matar alguém, como se fosse uma descarga de energia negativa. (Anthony Robbins. Rio de Janeiro, http://www.pnl.med.br/site/necessidades_humanas.htm. Acesso em 5 nov. 2010)

Pode-se perceber também, no livro The Great Gatsby, comportamentos totalmente contrários, como o comportamento de Nick em relação à Gatsby. Contrário ao personagem Nick, Gatsby teve um objetivo e trabalhou para alcançá-lo de forma incansável e determinada, enquanto que o mesmo não aconteceu com Nick, que, apesar de ser um bom rapaz, ter valores e crenças pré-estabelecidas, não conseguia levar adiante um relacionamento. No livro, capítulo1, página 26, há o relato de que Nick havia deixado, no Oeste, uma moça comprometida com ele:

“We heard you were engaged to a girl out West”.

“That’s right,” corroborated Tom kindly. “We heard that you were engaged.”

“It’s libel. I’m too poor.”

“But we heard it,” insisted Daisy, surprising me by opening up again in a flower-like way. “We heard it from three people, so it must be true.”

(FITSGERALD, chapter 1, page 26) 3

Nick é um corretor de seguros sem pretensão de enriquecer; porém, sente-se ofendido, quando Tom comenta que seu escritório é desconhecido. Gatsby tem um sonho e tenta realizá-lo, a qualquer custo: tornar-se próspero e poder casar, e faz de tudo para realizar esse desejo, gerando, assim, segundo a neurolinguística, uma incongruência. Para explicar melhor, dizem os autores George Miller, Eugine Galanter e Karl Pribam (http://en.wikipedia.org/wiki/T.O.T.E.): eles sugeriram uma expansão do modelo arco-reflexo de estímulo-resposta, que é uma idéia a que atribuíram à sigla TOTE (Test – operate - Test - Exit) que, em português, gerou o TOTS (Teste – operação – teste - saída).

Segundo os autores, o cérebro recebe um estímulo e, antes de emitir uma resposta, executa um complexo trabalho neuronal. O estímulo é internalizado e o cérebro executa uma comparação entre o sinal produzido pelo estímulo com seus próprios padrões de referência. O resultado da comparação só “encerrará” o processo se encontrar uma congruência. A congruência produzirá uma resposta de saída e a incongruência cria um conflito que irá gerar uma resposta de operação realimentando o processo por uma modificação nos estímulos originais ou padrão de

ESTÍMULO PADRÃO TESTE CONGRUÊNCIA

INCONGRUÊNCIA

ALTERA

Já o personagem Gatsby, em seu objetivo maior, termina o processo TOTS (teste + operação + teste + saída) com êxito, ou seja, encontrou uma congruência e produziu uma resposta de saída.

ESTÍMULO PADRÃO TESTE CONGRUÊNCIA

SAÍDA

Segundo seu objetivo secundário, reconquistar o amor de Daisy, ele não conseguiu êxito por conta da interrupção de sua vida. Este fato é representado por TOTS da seguinte forma:

ESTÍMULO PADRÃO TESTE INCONGRUÊNCIA

A personagem Daisy, por sua vez, passou pelo processo de incongruência, visto que seu princípio estímulo, a paixão pelo Gatsby, não chegou a encontrar uma resposta de saída, pois Gatsby a abandonou por três anos, e nesse ínterim ela encontrou outro estímulo, ou seja, procurar alguém com quem pudesse se casar, e nesse novo estímulo ela encontrou a resposta de saída. Este fato é representado por TOTS da seguinte maneira:

CONGRUÊNCIA SAÍDA

ESTÍMULO PADRÃO TEST INCONGRUÊNCIA

Segundo a neurolinguística, as experiências dos seres são compostas por componentes visuais (imagens), experiências auditivas (sons) e sensações (sinestésicas: tato, olfato, gustação) e passam pelo filtro de seus sentidos, percepção, crenças e valores. A PNL é uma ciência que observa o relacionamento entre o processamento neurológico das informações e o seu efeito no nosso comportamento e sentimento, possuindo diversas ferramentas que auxiliam na modificação e harmonização destes padrões. (http://www.serintegral.com.br/Artigos.aspx?Cd=62).

Isso explica o comportamento de Gatsby ao comprar justamente uma mansão que se posiciona em frente à casa de Daisy, e de quinze em quinze dias iluminar toda a mansão, como uma árvore de natal, e oferecer festas grandiosas. Dessa maneira, chama a atenção de Daisy e incita nela o desejo de se juntar a tanta luminosidade e alegria. Explica também o fato de ele, Gatsby, olhar sempre para a luz verde vinda da casa de Daisy e, dessa maneira, fixando o olhar na luz verde, ele reafirma o seu estímulo de reconquistar o amor da amada.

Pode-se, então, partir para a seguinte problemática: O personagem Gatsby reagiria da mesma forma se vivesse nos dias atuais? A PNL é uma nova ciência e arte que oferece ferramentas para influenciar processos específicos através dos quais cria-se uma experiência subjetiva, fazendo então com que se compreenda como lidar com as emoções, antes que elas controlem a criatura.

Um pressuposto fundamental na PNL é: “a energia flui para onde a atenção está”, ou seja, onde estiver o foco de atenção, a sua tela mental, ali se concentrará sua energia, e é onde encontram-se os tipos de experiência que se vivencia. Se quiser fugir dos problemas, das dívidas, das doenças, dos maus relacionamentos, surpreendentemente contra tudo o que se espera e deseja, são estes padrões que sempre “aparecerão” no caminho. Isto acontece porque o que se foca mentalmente é instantaneamente criado. Tudo o que já foi criado, primeiro o foi no plano mental, dos pensamentos, idéias e emoções, e posteriormente se materializou. Há várias citações, a respeito, nos livros sagrados de diversas religiões, e é fato constatado na linha de produção de qualquer objeto, desde uma caneta a um edifício gigantesco. Primeiro alguém imaginou, mentalizou, focalizou, foi tocado emocionalmente de alguma maneira, desenhou, e então iniciou sua produção. Quando aparece o produto final, raramente pensa-se no caminho percorrido até que tenha se tornado um objeto materializado e pronto, concreto e utilizável.

Com os pensamentos dos seres ocorre o mesmo. Ao se pensar em doenças, problemas, geram-se pensamentos negativos, criando, no plano mental, energético, quântico, emocional, tudo o que está sendo focalizado, e, com a repetição dos pensamentos, no decorrer do tempo, a criatura se surpreende ao vivenciar justamente o que tanto se temia e evitava! Isto é a chamada “profecia auto-realizadora ou auto-cumpridora”, que atualmente está em evidência como a “lei da atração”, apresentada no filme ‘o Segredo’.

A PNL ensina que se deve focar a energia naquilo que realmente se quer, em objetivos, e mostra, em detalhes, estratégias para fazê-lo, sempre associando emoções poderosas, desvelando os valores pessoais e crenças limitantes, transformando-as em potencializadoras, e gerando metas flexíveis e atingíveis a fim de se alcançar os objetivos existenciais. Um desafio na PNL é capacitar as pessoas a assumir o controle das suas próprias emoções, transformando-as em ferramentas que possibilitarão uma existência plena, próspera e saudável.

A programação neurolinguística mostra que as crenças ou convicções a respeito de si mesmo são interpretações que se fazem das experiências de vida. Quando acredita-se que não se conseguirá atingir ou realizar algum objetivo, ou que é algo muito difícil, esta é a mais pura verdade, uma forte crença limitante, que se transforma em um muro à frente de si, bloqueando o fluxo de sua ilimitada energia criadora. Ao se escutar na infância o quanto a criança era “desastrada, burra, ou incapaz, ou que nem adiantava tentar”, passa-se a acreditar nisso, até a idade adulta.

Por outro lado, há aqueles que, contra tudo que é mais provável, acreditam que “EU POSSO”, e são as pessoas que, ao agir, transformam o mundo. Exemplo de pessoas como madre Tereza, que fez da doação e do amor incondicional pelos pobres, dessa sábia inspiração para o mundo, ou de Mahtama Ghandi, a grande alma, que fundamentado em sua crença de igualdade, e liberdade, através do valor da “não violência” (ahimsa) libertou a Índia do domínio da poderosa Inglaterra, ou ainda de Martin Luther King, cujo sonho de justiça e igualdade moveu milhões e potencializou o movimento de igualdade racial nos EUA, devem ser imitados.

Pessoas como estas eram movidas por valores que iam muito além de si próprios, e alavancados por suas crenças poderosas e transformadoras, fizeram do mundo um lugar melhor. Será que seu meio ambiente, sua história de vida, ou seu sistema nervoso eram muito diferentes ou melhores que os de outras criaturas? Ou será que foram seus valores, suas escolhas, crenças e atitudes, que os impulsionaram a serem pessoas iluminadas e que serão lembradas pela eternidade? Crer-se nesta segunda alternativa, é sábio, pois sabe-se que esses fatores podem ser modificados; basta usar-se as ferramentas adequadas.

Finalmente, a PNL mostra que é fundamental a ação, a atitude. Pode-se aprender novos conhecimentos, diversas técnicas e ter ótimas intenções, mas se não forem acompanhadas de ações, não ajudarão no percurso, não gerarão nenhuma transformação. Uma intenção sem ação se perde inutilmente no plano do pensamento. A ação possibilita e abre caminho para a mudança. Pode-se dizer que tanto os personagens relacionados acima, quanto o personagem principal Gatsby, reagiriam da mesma forma nos dias de hoje, o fato de agirem ou não ilegalmente ainda hoje pode ocorrer, porque cada um age de acordo com suas convicções e com seus valores morais.

Assim, como se pode perceber, Gatsby é uma pessoa como qualquer outra, está sempre focado em seus objetivos, com uma vida “programada”, tinha hora para todos os seus afazeres, estava sempre trabalhando sua imagem, vivia escondido em suas festas, apenas observava seus convidados, muitas vezes Gatsby agia como a placa do oculista em T. J. Eckleburg, por estar sempre acima de tudo e de todos, “monitorando” passo a passo a vida da sociedade e das pessoas ao seu redor buscando estratégias e o momento certo de agir.

O cotidiano desse tempo influenciou todos os outros personagens, tornando-os incapazes de ter suas próprias opiniões e juízos. Deus (outdoor do oculista) sabe o que você está fazendo, tudo o que tem feito, e isto simboliza todas as perdas e frustrações que as pessoas têm quando não conseguem alcançar seus sonhos. Cada um tem seus anseios, sonhos e coisas para olhar para frente, mas estão apenas a alguns quilômetros de distância para que se possa alcançar, precisa-se de um pouco de paixão e esperança para torná-los realidade. (http://www.megaessays.com/viewpaper/23925.html).

O próprio Fitzgerald, autor do livro, mostra claramente que não parece haver nenhum medo das consequências, dos julgamentos. Então, quem está fazendo o julgamento? Os olhos de T.J. Eckleburg, olhos do outdoor, estão sobre a cidade e cada personagem o interpreta de uma maneira pessoal de acordo com suas crenças e seus valores. “Os olhos de Eckleburg são usados como um símbolo do julgamento de Deus sobre o mundo, Deus vê através da ilusão do "sonho americano" e vê a vida sendo corrompida”. (http://www.megaessays.com/viewpaper/98017.html)

Considerações finais

Ao estudar a disciplina Neurolinguística, resolveu-se relacionar um clássico literário americano com essa ciência, para melhor entender a personalidade complexa do personagem principal do livro, e refletir sobre as mazelas humanas, suas fraquezas e ambições. Sendo assim, com o auxílio da PNL, procurou – se descobrir por que pessoas mesmo estando bem sucedidas cometem ações ilícitas. Por que pessoas mesmo apaixonadas realmente deixam a pessoa amada, por que pessoas que se dizem amar de verdade deixam de lado o amor e praticam vingança. Tendo em vista que os acontecimentos do livro passaram-se por volta da década de 20 analisou-se também os acontecimentos nos dias atuais.

Com o auxílio da PNL pôde-se descobrir como funciona o cérebro e os neurônios em situações de emoções fortes. Neste trabalho, foram abordadas algumas técnicas e crenças da neurolinguística, especialmente a análise contrastante, que consiste em comparar dois ou mais elementos para compreendê-los melhor, comparando-se, então, Gatsby e Nick, Gatsby e Daisy.

Analisou-se também os personagens através do T.O.T.E (teste operação teste saída) onde cada ação dos personagens é ilustrada através de um gráfico para melhor os entender. Concluiu-se que, segundo a Programação Neurolinguística todo ser humano age de acordo com suas crenças e valores procurando a felicidade, o bem estar e para isso não importa qual o caminho a seguir, quando suas crenças e valores são elevados, os atos não chegarão ao crime ou a prática ilícita, mas se os valores morais são baixos todo caminho será tentado para conseguir o objetivo final.

O livro The Great Gatsby retrata uma situação na década de 20, mas percebe-se que os dias atuais não são diferentes, tendo em vista, por exemplo, os noticiários jornalísticos, onde a cada momento podem-se ouvir notícias de corrupção e crimes. Conclui-se, também, que o ser humano é um sistema complexo e que está constantemente buscando o equilíbrio consigo mesmo e com o próximo.

Referências Bibliográficas

BANDLER, Richard. Neurolinguistic programming. Disponível em: <http://www.richardbandler.com>. Acesso em: 10 nov. 2010.

FITZGERALD, F. SCOTT. The Great Gatsby. 7. ed. Estados Unidos: Bantam Books, 1974. 186p.

JAMES, Tad. A terapia da linha do tempo e a base da personalidade. Blumenau, 1993. disponível em: <http://www.beretaesegrini.com.br/v1/?page=lernoticia&id=324>. Acesso em: 15 nov. 2010.

KLUCZNY, JOHANN W. Programação neurolinguística: guia básico para pessoas e empresas. São Paulo: Macgraw-Hill do Brasil, 1996. 113p.

LEITE, DANTE MOREIRA. Psicologia e literatura. 3. ed. São Paulo: Ed. Nacional, 1977. 256p.

MANCILHA, Jairo. PNL e aprendizagem. Rio de Janeiro. Disponível em <http://www.pnl.med.br/site/pnl_aprendizagem.htm>. Acesso em 5 nov. 2010

MILLER, George; GALANTER, Eugine; PRIBAM, Karl. T.O.T.E. Disponível em:

<http://en.wikipedia.org/wiki/T.O.T.E>. Acesso em 20 nov. 2010.

O´CONNOR, JOSEPH;BOLANHO, DENISE MARIA (Trad.). Treinando com a pnl: recursos da programação neurolinguística para administradores. São Paulo: Summus, 1996. 268p.

O QUE É PROGRAMAÇÃO NEUROLINGÜÍSTICA – PNL E TRANSFORMAÇÃO EXISTENCIAL. São Paulo – Disponível em: <http://www.serintegral.com.br/Artigos.aspx?Cd=62>. Acesso em: 15 nov. 2010.

PENTEADO, Nelly Beatriz M. P. Todo comportamento tem uma intenção positiva. Rio de Janeiro, 2008 - Disponível em: <http://www.portalcmc.com.br/pnl03.htm>. Acesso em: 05 nov. 2010.

PNL E APRENDIZAGEM. Rio de Janeiro - Disponível em: <http://www.pnl.med.br/site/pnl_aprendizagem.htm>. Acesso em: 5 nov. 2010

ROBBINS, Anthony. Necessidades humanas. Rio de Janeiro - Disponível em: <http://www.pnl.med.br/site/necessidades_humanas.htm>. Acesso em: 05 nov. 2010.

SELLERS, CHARLES; JUNGMANN, RUY (Trad.). Uma reavaliação da história dos estados unidos: de colônia a potencia imperial. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1990. 471p.

SYMBOLISM IN THE GREAT GATSBY. Disponível em: <http://www.megaessays.com/viewpaper/23925.html>. Acesso em 10 nov. 2010.

THE GREAT GATSBY. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/The_Great_Gatsby_(livro) >. Acesso em: 17 out. 2010.

THE GREAT GATSBY. Disponível em: <http://www.megaessays.com/viewpaper/98017.html>. Acesso em: 20 nov. 2010.

THE GREAT GATSBY: A <AMERICA>, A IDEOLOGIA E O HERÓI. Disponível em: <http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/2625.pdf >. Acesso em: 01 set. 2010.

T.O.T.E: test - operate - test – exit. Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/T.O.T.E.>. Acesso em: 15 nov. 2010.

Cristina Costa, Marília Ferreira e Mirele Almeida
Enviado por Cristina Costa em 04/07/2016
Código do texto: T5687149
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.