870-FÉ:CONEXÃO COM ENERGIAS INFINITAS-
A fé é a força maior de qualquer crença. Quando digo crença, não me refiro a apenas crença religiosa, mas em todas as crenças que estão embutidas no subconsciente da mente humana.
Que é o sucesso senão o uso da fé pessoal aplicada a uma atividade, a um sonho ou a uma idéia?
Que é a vitória senão o uso da fé numa empreitada, seja de finalidades pacíficas, militares, individual ou coletiva?
Existe uma infinidade de adágios e citações que, de tão faladas ou citadas, perdem a força da mensagem. “A Fé remove Montanhas”. “Se tiver a fé do tamanho de um grão de mostarda, dirá a este monte que mude de lugar, e ele mudará”.
É uma força misteriosa para muitas pessoas e, principalmente para as religiões, que exigem dos crentes uma fé cega em dogmas e doutrinas. Quando a mente humana não encontra explicações para mistérios, então, é preciso ter fé — ou negar a crença.
Mas não é assim que funciona esta poderosa fonte de energia que poderá se transformar no poder de superar as condições humanas — o que se chama de milagre.
A fé é uma manifestação da mente humana. Quando alguém tem uma inspiração ou um sonho, e pensa em realizar esta idéia, em qualquer setor da atividade humana (artes, engenharia, invenções, etc.), antes de tudo, emite um pensamento. Pensamento que é energia, não nos esqueçamos.
Ao exprimir este pensamento em palavras, já se manifesta a fé no projeto. Quando colocado em palavras ou imagens (textos, desenhos, plantas ou mapas) o projeto adquire mais força, pois o autor colocou mais fé na idéia. O pensamento, então, já atingiu esferas mais elevadas, por assim dizer. O autor já se conectou com outras fontes de energia de igual intensidade ou qualidade. Já “sintonizou” com outras mentes ou mesmo com o Inconsciente Coletivo, que é a esfera que envolve a Terra, repositório de TUDO o que a mente humana já pensou, sonhou ou idealizou.
Ao verbalizar a idéia, o pensamento, o projeto está prestes a ser realizado. Basta a força da fé para que tudo se torne realidade.
Segundo a lenda cristã da criação do mundo, Deus formou nosso mundo dizendo: FAÇA-SE A LUZ. E a fé do Todo-Poderoso em si mesmo é tão grande, que o mundo foi criado.
As biografias de pessoas notáveis, que alcançaram o sucesso, que modificaram o mundo, ou que transformaram a forma de pensar das pessoas (que é o que muda o mundo), são um constante desfilar de afirmações de autoconfiança, de fé em si mesmo, nos projetos idealizados ou em sonhos considerados, a priori, absurdos ou inviáveis.
A fé é cega. Não racionaliza. Para Da Vinci, não interessava saber se tinha ou não recursos para tornar viável a construção do pára-quedas ou do helicóptero. Mesmo assim, imaginou e colocou no papel suas idéias que vieram se tornar realidade séculos depois. Santos Dumont não racionalizou nem pensou na impossibilidade de algo mais pesado que o ar pudesse elevar-se pelos ares. Julio Verne também não cogitou de ver a impossibilidade de o homem chegar à Lua no seu tempo de vida, mas escreveu a novela maravilhosa que previa o lançamento de uma “bala” à Lua a partir da Flórida. Justamente de onde partiu o veículo espacial que levou o primeiro homem à Lua!
O que estes homens tiveram a mais? A fé. Acreditaram nos seus sonhos, na inspiração (no caso de Verne) e não viram as dificuldades das realizações. A fé é cega.
E a fé no processo de cura? Com funciona?
O Doutor Alexis Carrel, biologista francês (1873-1944), dedicou parte de seu tempo pesquisando o que ocorria (sob o aspecto estritamente científico) em Lourdes, onde, sob a égide de Nossa Senhora de Lourdes, aconteciam (e continuam acontecendo) milagres de cura.
Após anos de observação e estudos, chegou à constatação de que a fé dos que ali permaneciam, em vigílias, orações e outras manifestações, é tão grande, que cria um verdadeiro “campo de fé”, que abrange todas as pessoas. Então, segundo suas próprias conclusões, “embora não se possa ainda medir a intensidade deste pensamento, as pessoas, mesmo aquelas ditas "de pouca fé", são beneficiadas por esta corrente ou este campo espiritual de fé — e são curadas!”
Hoje sabemos que todo processo de cura inicia-se com a própria vontade do doente em se curar. É a manifestação primeira da fé na cura. Se a pessoa não quiser, se a doença for uma situação que possa gratificar-lhe de algum modo, então a cura não ocorrerá.
Ter fé é conectar-se com um manancial infinito de energia. É, antes de tudo, acreditar em si mesmo. É da forte convicção de poder fazer, da vontade (manifestação de poder) de se curar, que se obtém esta ligação, a sintonia afinada com as energias — para muitos, “misteriosas forças” — inexauríveis e maravilhosas do Universo.
ANTONIO ROQUE GOBBO
Belo Horizonte, 15 de maio de 2010 – (redação) 27 de novembro de 2015 (Registro)
Conto (artigo) # 870 da Série 1.OOO HISTÓRIAS