TRISTE RETORNO

Pela primeira vez vou publicar aqui neste nosso espaço, uma historia vivida por outra pessoa. Meu interesse e aqui divulgar o drama dos autistas.E uma historia muito triste escrita pelo meu amigo Eliseu Acacio da cidade de Americana (SP)

No período em que estive como acompanhante de meu filho Lucas Gabriel na psiquiatria da Puc-Campinas , há alguns anos, observei diversas situações e histórias dos pacientes.

Meu testemunho mais triste foi de uma franzina paciente com esquizofrenia.

Quando chegamos para a internação, ela já estava ali há tempos.

Mas então chegou o dia tão esperado ; a alta, a liberdade pra ir embora!

Radiante, ela abraçava funcionários e outros pacientes ; emocionante despedida!

Assim, o hospital procurou contato com sua família pelo telefone que constava na ficha ; várias tentativas sem respostas.

Decidiram então levá-la pra casa na ambulância mesmo.

Na despedida de todos, já quase fechando a porta de saída da psiquiatria, sorrisos largos, acenos, beijos... E lá foi ela eufórica!

Todos nós, funcionários, pacientes e acompanhtes, ficamos emocionados.

Uma semana depois, a porta de entrada da psiquiatra se abre novamente ; ela estava de volta e chorando...

- O que aconteceu?! , perguntam todos ao mesmo tempo, perplexos!

A pessoa do hospital que a acompanha, explica ; no endereço deixado pela família ninguém foi encontrado, tudo fechado.

Vizinhos informaram que os moradores se mudaram dali.

Logo chega a assistente social e procura acalmar aquela angustiada mulher.

- Vamos procurar e encontrar sua família, fique tranquila meu amor!

No dia seguinte, foi a alta de Lucas Gabriel. Todos vierem cumprimentar a gente, despedir-se.

Ela veio também, triste, muito triste...

-Minha alegria de ir embora, durou pouco...

Lucas Gabriel, ansioso, me puxava pra irmos logo embora.

Então precisei improvisar uma despedida em poucos segundos;

- Logo sua família será encontrada e você vai ser feliz pra sempre... Fique com Deus.