"Eu pedi pra chover de mansinho"
Em "Súplica Cearense" Ary Lobo diz que pediu pra chover de mansinho. A essa altura, também os mineiros e baianos admitem que queriam que chovesse de mansinho. Depois de fortes chuvas, provocando inundações em várias cidades, quando se imaginava que elas iriam diminuir, vem outra ainda mais torrencial, causando danos materiais e ceifando vidas humanas. Na Bahia, ainda com maior intensidade, governantes chegaram a afirmar que nunca antes houve uma catástrofe de tamanha dimensão.
Por isso, a ajuda terá de vir de todas as esferas governamentais e até de população em geral, num gesto de solidariedade humana.
Como disse o próprio Ary Lobo, se foi porque "não soube fazer sua oração, que perdoe o pobre coitado."
Com certeza, mineiros e baianos pediram pra chover de mansinho e não com toda aquela intensidade. Entretanto, a fúria da natureza é uma cobrança do espaço que o homem lhe tirou. Imagine que onde a água deveria correr livremente, encontra obstáculos que levam a crescer o seu volume, tanto quanto um congestionamento de trânsito nas ruas apertadas das cidades.
Na zona rural, onde o caminho das águas não foi obstruído, dificilmente ocorrem as mesmas catástrofes das cidades.
Então, o problema está "na selva de pedras", que anteriormente era de árvores. Ou seja, "a mãe natureza cobrando moderação dos seus filhos."