Regueiros guerreiros

Lembro-me saudosamente da época em que o reggae era uma febre. Creio que a última onda regueira foi entre 1999 e 2005, antes do surgimento do sertanojo universitário (que de universitário não tem nada). Aliás, tudo o que levava universitário em seu nome era ruim – sertanejo universitário, pagode universitário, forró universitário, metal universitário (tá, essa última aí se tivesse até que seria legal). Mas, voltando ao assunto de hoje, eu aderi moderadamente ao movimento regueiro. Gostava de alguns grupos, mas nem de todos. Não adotei a moda regueira, apesar de que eu usava colar de madeira e tinha uma pulseira com as cores da jamaica. Mas, tinha bem mais que isso. Tinha camiseta, moletom, toucas, gorros, boné e toda uma sorte de idumentárias que faziam menção ao ritmo caribenho.

Musicalmente falando, eu preferia as bandas nacionais. As mais famosas pelo que me lembro era Natiruts ( que se chamava Nativus e teve que mudar devido a banda gaúcha de mesmo nome), Tribo de Jah (o tradicional reggae maranhense – a Jamaica brasileira), Cidade Negra, Planta e raíz, Armandinho, Adão Negro e a minha favorita, que era o Maskavo. Até hoje em dia eu ouço Maskavo, pois eles sabiam misturar reggae e folk duma forma bem interessante.

Localmente, tínhamos boas bandas que tocavam aqui na região, como Djambi, Namastê, Arma de Jah, Nação Erê e Alta Maré. Tinha uma loja especializada em Curitiba, onde era possível adquirir álbuns de grupos locais, ingressos e todo o tipo de adereços. A antiga rádio 96 rock dava muito espaço para a música paranaense, e com o reggae não era diferente. Talvez tenha sido uma das épocas em que mais o nosso litoral do Paraná tenha sido valorizado e frequentado, pois vários grupos tocavam por lá, e suas belezas eram destacadas nas letras das músicas.

Fui em alguns shows de grupos famosos e outros nem tanto, inclusive fui ao show do Manu Chao, que na época fez muito sucesso também. Quando ouço reggae atualmente, é pra lembrar de uma época boa de minha vida, de pré universitário. Quem sabe este estilo ganhe destaque novamente, e isto seria ótimo, visto que atualmente temos bons grupos que pipocam aqui e ali. Fiquem na paz de Jah e até a próxima!

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