A DIVA CAROL SOARES





Durval Carvalhal



 
 
 
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          Em um cruzeiro de viagem, o jantar tem hora e mesa marcadas; logo na primeira noite, ao descer do 10º andar para a janta no estiloso restaurante “Red Velvet”, deparei-me com o majestoso BAR FANTASIA, perto do Velvet.

          Tomei um gostoso susto, ao ver uma cantatriz bonita e elegante cantando maviosamente, enchendo o ambiente de harmonia e encanto. Depois, saberia que era a cantora santo-amarense CAROL SOARES, dona de um canto limpo e agradável, capaz de curar o machucado.

          Tudo nela beira a perfeição: timbre, tessitura, extensão, afinação. Ao entoar sua voz aflautada e melodiosa, é difícil alguém não se encantar e se emocionar com a doce soprano. Assim que a vi cantando no cruzeiro de Salvador ao Uruguai, não tive dúvidas: Carol é a cantora mais maviosa que já vi em minha vida.

          Além da simpatia, ela canta com uma limpeza vocal estonteante, tornando-a capaz de voar, como um condor fêmea, pela imensidão do espaço e ganhar os píncaros da glória, sempre com a proteção de Senhor do Bonfim.

          E a cena se repetiu por mais de dez dias. Depois do jantar, ficávamos no referido bar à espera da “Belle de Jour”, que, ao cantar, soltava o curió mavioso que tinha dentro dela, e docemente tocava a alma de quem a ouvia. A musa é desses artistas que não podem acrescentar dias à vida; mas, têm o condão de acrescentar vida e alegria aos nossos dias.

          Na décima segunda noite, já madrugada, ela encerrou o show e agradeceu a todos pela presença. Aproveitei uma deixa e disse a ela e ao grande violonista Hélio Junior, meu vizinho do bairro de Brotas: “Vocês são geniais; tenho perambulado pelos outros bares e visto bons cantores, todos afinados e competentes; mas vocês dois são insuperáveis, a dupla forma o momento mais luminoso do cruzeiro.

          Nesse momento, ela disse: “Pera aí, que vou perto de vocês”... Agradeceu-me novamente e perguntou-me se conhecia o seu trabalho, mostrando-me o CD “DOCE FORÇA”; perguntei-lhe o preço e ela recusou vender-me; autografou a joia e ma presenteou.

          Que belo trabalho! Bem gravado, bom repertório e ótimo arranjo; sua musicalidade é gigante. Como é gratificante e repousante ouvir essa cantora bela e afinadíssima. Segundo Egberto Gismonti, “música é para se ouvir e viajar”, e o canto da diva CAROL SOARES é doce e forte; faz-nos imaginar, sonhar, vivenciar e fantasiar nossas próprias vidas

          "É melhor ser uma boa cantora popular do que uma má cantora de ópera," disse Maria Callas, a maior soprano de todos os tempos.



Ouça Talismã: https://www.youtube.com/watch?v=X0W9uF_5fhY
Durval Carvalhal
Enviado por Durval Carvalhal em 06/02/2020
Reeditado em 30/03/2020
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