Musicalidade artística sem fronteiras como meio de resgate a historia folclórica, afro-brasileira e seu empoderamento
Como todos sabem, a música nos faz tratar não somente do ritmo, harmonia e mecanismos musicais, mas tratar da emoção de forma melodiosa, sendo assim, é claramente normal que o interprete musicista, opte por um repertorio que o identifique, bem como também suas convicções, crenças e desejos.
Sendo exatamente esses elementos que me compeliram a participar do Festival de musica- Por do sol cultural-2018.Podendo através deste, expressar e relembrar canções que nos falem não só do caráter, mas da força, da alegria, da energia que os negros doaram ao longo da historia musical, seja dentro da MPB(Erudito ou não),Reggae fusion, Samba, rock, Hip Hop alternativo,Rap, R&B, Blues, Jazz; com nomes de: Clara nunes,Maria Rita,Elza Soares,Sandra Sá, Negra Li, Vanessa da Mata, Mart’nalia, Iza, Djavan, Gilberto Gil, Caetano, Cidade Negra,Jair Rodrigues, Waldemar Henrique, Alicia Keys, Nora Jones, Nina Simone, Aretha Franklin, dentre tantos outros já imortalizados por suas interpretações e musicalizações poderosas, porém mesmo sem ser esquecidos totalmente, tornaram-se alguns empoeirados na memoria e na cultura.
E em meio a tantos nomes destaco os de:Clara Nunes Francisca Gonçalves Pinheiro, foi cantora famosa, que nasceu em Paraopeba, interior de minas(12 de agosto 1943) onde em 1944 participava de aulas de catecismo na Matriz da Cruzada Eucaristica,cantando ladainhas em latim no coro da igreja, pesquisadora da MPB, de seus ritmos e de seu folclore, também viajou varias vezes á Africa, representando o Brasil. Conhecedora das danças e das tradições afro-brasileiras, ela se converteu á umbanda; e de Waldemar Herique da Costa Pereira, compositor e pianista, nascido em Belém (15 de fevereiro de 1905), lugar onde iniciou seus estudos musicais, além de compositor renomado e reconhecido no meio artístico e musical de outrora por dedicar-se especialmente á composição de canções, de inspiração folclórica principalmente amazônica, mas também indígena, nordestina e Afro-brasileira; escreveu mais de 120 canções ao longo de sua carreira, recebeu o premio Jornal do Comercio, como o melhor do ano em 1958 por sua música-tema para Morte e vida Severina, interpretado vocalmente por Jorge Fernandes, dirigiu por mais de dez anos o Teatro da Paz, de Belém; até 1967 trabalhou no departamento de cultura e no Teatro Municipal, do Rio de Janeiro, em 1978 a FUNARTE publicou Waldemar Henrique: O canto da Amazônia, compilado onde encontramos uma riqueza musicada, que conta a historia da amazônia irmanada com Negros e Índios.
Ambos fomentadores e incentivadores da divulgação não só da historia da religião de matriz africana, do folclore afro-brasileiro bem como também do seu empoderamento, reconhecendo a riqueza contida nos mesmos, utilizando-se do meio que lhes eram mais explicitamente indubitável: a música.