Saúde para nossa madrinha. (Texto publicado no Facebook).
Estava aqui ouvindo esse disco maravilhoso da Beth Carvalho chamado "Beth Carvalho na fonte". Álbum incrível de 1981! Comecei a lembrar da minha infância na zona oeste do Rio de Janeiro, quanta recordação gostosa de se ter. O samba sempre esteve presente na minha vida, assim como a música brasileira. Lá em casa podia-se ouvir de Fundo de Quintal à Cauby Peixoto, mas sempre tendo o samba como base. Minha família tinha meu avô, senhor Wilson, malandro natural, daquele de antro de ronda, vinte-e-um, purrinha e onde as mãos (trêmulas) de vagabundos batucavam samba-enredo na caixinha (para usar de joão bosco e aldir blanc). Buscando encontrar as referências do início desse meu gosto musical, fui à dona ivone lara, fundo de quintal e até minha diva Nana Caymmi, mas não comecei a ouvir música por eles, a primeira referência de samba e MPB, foi Beth Carvalho. Meu avô possuía todos os LPs dela, eu - que naquela época já olhava para os traços femininos - contemplava os discos da Beth, como este aqui citado, e ficava imitando as poses (a bixa interna já reinava), e também sabia todos os sambas e as ordens no disco. De Beth fui parar em Tom Jobim e Vinícius, consecutivamente na Bossa Nova, justamente porq Beth gravou "Chega de Saudade", cuja versão, até hoje eu julgo ser uma das melhores. O mais importante também começou com Beth que em 1996 - eu acho, gravou para o primeiro projeto "casa do samba" produzido por Hildo Hora, a canção lindíssima do Cartola " As rosas não falam", gravada com ninguém menos que Nana Caymmi, minha estrela maior hoje ( a bixa ainda reina). Resumindo, Beth tem um valor incrível na minha vida, não é em vão que esses dias fui ouvir seu repertório e me peguei cantando todas as canções. Beth é um ícone da música brasileira. É a nossa madrinha e nesses tempos que nossos ídolos têm partido, e infelizmente outros parecem não surgir, precisamos desejar muita saúde pra ela. Saúde para nossa madrinha!