Esperança
A solidão do meu coração
Pena tenho, tão acolhedor e abrigador
De pessoas, objetos, teses e encrementos
Observadora eu
Sem ação, restrinjo-me à admiração do momento alheio
Será ele importante ou não,
Não sei
Porém, jamais permitirei ser registrado por mim senão pelos meus obscuros, aflitos e marejados olhos
O presente é o preparamento inesperado para o futuro incerto
"Carpe diem!" - dizem eles
Mesmo não permitindo o tal para nós
Jovens sonhadores aventureiros
Presos aos medos
Medo de pretenções
Medo de ficar
Medo de amar
Medo de ir
Medo de vir
Medo de perder
Medo de viver.
Pois o mundo afora, guarda o conhecido e o desconhecido
Ambos causadores de terror
Contento-me então com meu poder observador
Para depois cada detalhe repassar
E recriar, pintando cada minúscula e insignificante parte
Não podendo calar meu espírito esperançoso
De um dia a paz reinar
E viver em um mundo onde o medo não há.