Marcelo Nova | O Galope do Tempo.

Marcelo Nova é um artista desconforme. Sua personalidade está anos-luz da figura rebelde que sempre apresentou, apesar de ser autor de inúmeras canções emblemáticas, o vocalista da banda "Camisa de Vênus" se descreve como "chato, careta, pretensioso - menos hipócrita."

Eu não matei Joana Dark

A primeira vez que ouvi "Camisa de Vênus" foi no quintal da casa da vovó, o cantarejar repetia inúmeras vezes "Eu não matei Joana Dark", tais refrões me encabularam naquele momento, já que a Guerra dos Cem anos era um dos temas principais das infindas aulas de história do ensino fundamental.

Apesar da letra me parecer perturbadora aos 10 anos de idade, busquei conhecer melhor sobre a banda, pesquisei na internet e talz. Porém, foi andando pelo quarto do meu tio que encontrei o disco "Batalhões Estranhos" (1984), então, escutei todas as faixas e me apaixonei pelo trabalho deles.

Na contramão do Rock

Em uma entrevista para a jornalista Amanda Nogueira | Folha de São Paulo, Nova conta sobre a publicação de suas memórias no livro "O Galope do Tempo" do jornalista André Barcinski.

"Uma coisa é montar uma banda de rock em São Paulo nos anos 2000. Outra coisa é criar uma banda de rock no fim dos anos 1980 na Bahia. Completamente surrealista", diz Barcinski.

"Nadar contra a corrente é algo que eu sempre apreciei na arte", diz Nova em depoimento no livro.

Apesar de gravar com grandes gravadoras, a banda nunca perdera sua identidade alternativa, mesmo com as inúmeras "idas e voltas".

O tempo passa e esse mundo de celebridades pop nunca me interessou nem minimamente, percorri um caminho muito peculiar à margem de tudo isso", Afirma sobre a correnteza estacional que se tornou o mercado da música.

E assim, na sua maneira peculiar e até mesmo um pouco caricata, Marcelo conta a sua história, opina e fala do futuro.

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