Danças do Brasil, parte II
No artigo anterior falei de algumas danças antigas do nosso país, como o maxixe, o cateretê o lundu, a ciranda, o xaxado e o coco.
Continuando com a enumeração e descrição, tivemos e temos a chula, dança típica do Rio Grande do Sul, com origens portuguesas, onde os gaúchos dançam à base de sapateado, o que exige habilidade no corpo e força física nos pés.
Vindo para o sudeste temos o calango, dança mineira, em passos de samba ou tango, na qual se destaca um cantador que faz quadras de improviso, seguidas de um refrão cantado por todos os presentes.
Chegando a nossa região nordeste, temos o que se chamou de forró. Este, surgiu no início do século XX nas casas de dança das cidades nordestinas. Existem três estilos, marcados pelo som de zabumbas, triângulos e sanfonas: O xote, de origem europeia e ideal para os iniciantes, é mais lento; consiste em dar dois passos (pulinhos) para um lado e dois para o outro. O baião, já rápido e exige mais deslocamento. Este ritmo, apesar de bem antigo, segundo alguns estudiosos, foi criado no final da década de 1940 por violeiros que queriam recuperar o lundu, ritmo africano que havia feito sucesso no Brasil no século XVIII. Segundo o escritor, crítico musical e historiador José Ramos Tinhorão, a palavra "forró" vem de "forrobodó", que significa "confusão", "bagunça". Mas há outa versão que é aceita, onde se diz que a palavra forró, nasceu durante a Segunda Guerra, quando os Estados Unidos instalaram uma base militar em Natal, no Rio Grande do Norte. Naquele tempo, quinze mil soldados americanos influenciaram a vida da população da cidade, com seus costumes importados. Os americanos faziam seus bailes em barracões da ferrovia, e em alguns deles as portas ficavam abertas com uma inscrição no alto: "For All" ("para todos", em inglês). A população, no entanto, pronunciava "forrol", que virou "forró".
Indo para o Norte temos a dança do boi, que foi uma resposta para o sucesso do axé da Bahia. Embora já fosse executada pelos povos nativos da região há pelo menos um século. Esta dança procura retratar alguns elementos da natureza, entre eles os animais. Os movimentos de braços e quadris e as coreografias peculiares a cada tipo de música são as marcas registradas do boi. O grupo Carrapicho foi o responsável por sua popularização na década de 1990.
Axé, ou samba reggae, é um ritmo que se propagou na década de 1980 nos carnavais de Salvador, com coreografias diferentes a cada ano, sendo o ritmo preferido das micaretas.