Danças do Brasil
Voce dança conforme a música? - o que tocar eu danço!
Com essa expressão, muitos pés de valsa se justificam na sua arte de balançar o esqueleto, como outros não tão dançarinos diriam que nas diversas situações da vida, é preciso entrar na dança, no ritmo das circunstâncias. Em se tratando de música, é sabido que o ritmo nos induz ao movimento, e isso é natural até em crianças no útero materno ainda. Depois de nascer, aí é que pode com liberdade plena, começar a mostrar o ritmo pelo movimento dos braços e pernas, depois pelo bater palmas, no engatinhar, no andar, no marchar como se fosse um soldado e assim por diante. Para se chegar à dança, uns mais precoces já podem estar a dançar antes mesmo de andar, porque induzidos pelo que ouvem.
Nessa e noutras crônicas seguintes estarei escrevendo sobre alguns estilos musicais que legaram ao público do nosso país, algumas danças que fizeram moda, e outras que nunca saíram do gosto popular, apesar da evolução.
Antes da República, existiu o maxixe, ritmo anterior ao nosso samba e de mais suavidade rítmica. Nasceu da junção da polca europeia tcheca com o lundu dos negros africanos, que para o início do séc XX era maliciosa e censurada pela elite.
Cateretê, remonta à época colonial, tendo surgido na zona rural do Sul do país. Duas colunas de homens sapateiam e batem palmas ritmadas, comandadas por um violeiro. Também é conhecido como catira.
Lundu, de origem angolana e influência hispano-árabe, é uma atração da ilha de Marajó. Dança extremamente sensual, que esteve perto de desaparecer porque era considerada um "diabólico folguedo" de escravos.
Ciranda, dança de roda para crianças. Mas, no interior paulista também é um bailado de adultos, que termina em duas rodas de pares, os homens na de dentro e as mulheres na de fora.
Xaxado, bailado masculino em que os dançarinos formam fila indiana e dançam em círculo. Nos movimentos sapateia-se três a quatro vezes com o pé direito, deslizando-se em seguida o esquerdo, ao som da zabumba. Foi popularizado pelos cangaceiros de Lampião, que o dançavam para comemorar suas vitórias. Típico do interior pernambucano.
Coco de roda, dança típica das regiões praieiras do Nordeste, tem uma forte influência dos batuques africanos. Guiado por um canto e por palmas rítmicas dos componentes, ganzá e cuícas. Na coreografia, existem também as marcações dos bailados indígenas dos tupis. O coco nasceu como um folguedo da época junina, mas é dançado também em outras épocas do ano.