Tosca

Tosca, que teve sua primeira encenação no teatro Constanzi, em Roma, no ano de 1900, foi composta pelo grande compositor italiano Giacomo Puccini (1958-1924) com libreto de Luigi Illica (1857-1919) e Giuseppe Giacosa (1847-1906). O tema da peça é a “tragédia” da cantora Lírica Floria Tosca e de seu amante, o pintor Mário Cavaradossi. A trama, que se passa em Roma no ano de 1800, inicia-se com a fuga do prisioneiro político Cesare Angelotti que, saindo da prisão do castelo Sant’Angelo, busca refúgio na igreja de Sant’Andrea della Valle (local onde se passa todo o primeiro ato), onde sua irmã, a Marquesa Attavanti, acabara de estar, deixando na capela da família roupas femininas para ajuda-lo em sua desesperada fuga. Mário Cavaradossi está pintando um quadro de Maria Madalena na igreja e encontra-se com Angelotti. Simpatizante das ideias revolucionárias deste último, Cavaradossi promete ajuda-lo a fugir e o leva para sua casa.

Após esse momento entra em cena o sádico e autoritário barão Scarpia (barítono) que, sabendo do amor de Tosca por Cavaradossi, busca usar a cantora para chegar ao fugitivo. Para isso ele usa um leque (como Iago usa um lenço para provocar Otello) e tenta minar a confiança de Tosca em Cavaradossi, insinuando que o leque pertenceria à Maquesa Attavanti e que esta estaria tendo um caso com o seu amado. Mesmo perturbada, Tosca não cai na armadilha de Scarpia. O ato termina com o início do Te Deum na igreja e Scarpia cantanto: "Va, Tosca! Nel tuo cuor s'annida Scarpia!".

Este, porém (segundo ato), consegue capturar o pintor e começa a tortura-lo para que entregue o fugitivo. Cavaradossi inflexível (“Sprezzo il dolor!”) resiste à tortura. É então que Scarpia sugere a Tosca que o deixe possuí-la e em troca ele pouparia a vida de Cavaradossi. Assim começa o suplício de Tosca (“Son io che così torturate!”). O Segundo ato termina com Tosca assassinando Scarpia com uma punhalada quando ele tenta investir contra ela. Scarpia havia escrito e assinado um salvo conduto para ela e Cavaradossi fugir prometendo que haveria apenas uma simulação do fuzilamento de Cavaradossi e eles poderiam fugir após tal encenação.

O terceiro e último ato se passa no castelo de Sant’Angelo onde Cavaradossi aguarda o seu fuzilamento. Após um preâmbulo orquestral, que é um dos maiores momentos musicais da peça, há uma belíssima ária, cantada por Cavaradossi, que termina com a exclamação “E non ho amato mai tanto la vita!”, expressando o profundo desespero do pintor frente à morte iminente. Tosca entra em cena então e tranquiliza Mário dizendo-lhe que se trataria apenas de uma burla e que no final poderiam fugir tranquilos. O pintor promete então que fará uma boa encenação. Chega o pelotão de fuzilamento e atira em Mário. Tosca, julgando que seu Mário está vivo, exulta com sua interpretação “realista”. Porém, minutos depois, descobre a trágica verdade: “O Mario... morto... tu.. così... Finire” .

Após a revelação da morte de Cavaradossi, Tosca se vê cercada pelos guardas que, a essa altura, já descobriram o assassinato de Scarpia. Encurralada na extremidade do terraço do castelo e em total desespero por causa da morte de seu Mário e da perfídia na qual, mesmo morto, Scarpia foi capaz de envolvê-la, Tosca exclama “O Scarpia, avanti a Dio!” e salta para a morte.