Paulo Sérgio, o Inesquecível
Nascido a 10 de março de 1944, em Alegre, cidade capixaba, o romântico Paulo Sérgio, tinha muita coisa em comum com o seu conterrâneo Roberto Carlos, a começar pelo próprio timbre vocal. Quando Paulo gravou o seu primeiro LP em 1968, Roberto já era famoso, porém, o Chacrinha, que há dois anos havia coroado Roberto em um de seus programas, chegou a declarar: “Roberto Carlos acabou, não existe mais Roberto Carlos!” Aquela bombástica declaração do Velho Guerreiro gerou polêmicas e discussões no meio dos artistas, dos fãs e ouvintes dos dois cantores. A reação de Roberto foi lançar o disco O Inimitável, LP que já denotava uma leve mudança e amadurecimento no seu estilo e que se propunha a não deixar dúvidas de que ele é que era o Rei.
É óbvio que no meio popular musical do nosso país, basta que um cantor se destaque, que aparecem muitos outros imitando-o, assim como a Pepsi veio depois da Coca-Cola. O timbre de Paulo Sérgio era parecido com o de Roberto Carlos sim, como o de Odair José é semelhante ao de Gilberto Reis e a voz deste parecidíssima com a de Jean Marcel, artistas que foram influenciados por Paulo Sérgio.
Um ouvido mais atento notará, que a voz de Paulo Sérgio era mais encorpada e menos anasalada que a do Rei e que, isso de vozes parecidas é como impressão digital, pode até parecer, mas nunca é igual. Com ou sem imitação proposital, o sucesso do alfaiate foi tanto que ele vendeu 300.000 cópias com o seu carro chefe “Última Canção”, e talvez por isso os seus empresários decidiram incrementar mais ainda, fazendo com que ele, naquele mesmo ano do AI-5, lançasse um segundo LP.
O novo astro cantava o amor, suas canções tocavam o coração dos apaixonados, e dos desiludidos com a paixão febril que se extinguiu: “Já cansei de viver iludido só pensando em você, se amanhã você me encontrar de braços dados com outro alguém, faça de conta que pra você não sou ninguém”. Esse capixaba de boa cepa, é considerado o ícone da segunda geração romântica do Brasil, e em 13 anos de carreira, vendeu mais de 10 milhões de LPs.
A 29 de julho de 1980, aos 36 anos, Paulo Sérgio nos deixa e é sepultado no Cemitério do Caju no Rio de Janeiro onde, segundo Ricardo Cravo Albin, seu túmulo é o campeão de visitas nos dias de finado. No último adeus ao consagrado artista, o Rei Roberto Carlos lhe enviou um coroa de flores com a frase: “Meu coração está em luto, pois morreu meu grande ídolo”.