Roberto Carlos, um espetáculo* sempre surpreendente.

   É assim que o defino. Por mais que saiba que vai despertar fortes emoções, acontece o inesperado: a grandiosidade daqueles momentos tudo supera e a gente, todos os problemas esquece, inebriados que somos pela magia que invade o ambiente, ao som de uma eletrizante orquestra dos melhores músicos do mundo. O nosso coração dispara, revivendo momentos agradáveis, poderosos e infinitos. E, depois, o auge de tudo: surge aquela figura simples, esbanjando jovialidade, dirigindo-nos palavras gentis. Sua voz é única em timbre e emissão. Sua interpretação, insuperável: o magnífico Roberto!

  À minha volta, vejo senhoras de cabelos brancos cantando animadamente. Sisudos senhores, tão ciosos de suas importantes funções, batendo palmas no início do show e, em seu final, ensaiando passos de dança, empolgados com a temática das músicas que falam de amor, saudade, exaltação à Nossa Senhora, de voltar a ser criança como a linda "Lady Laura", que nos faz chorar, pois Roberto nos contagia com a sabedoria de seu coração, expressa claramente no mundo.

  Quando encontramos alguém e nos conectamos com a sua luz interior, permitimos que a mais fluida comunicação aconteça. Seja com palavras, com gestos, com um sorriso, com a singela oferta de uma flor, a comunicação que surge da alma irradia interação e sincronismo em nossa vida.

  Roberto faz o seu "show" com dedicação e amor; com seu bom humor ajuda-nos a olhar para nossa própria vida de uma perspectiva nova e estimulante. O humor torna as coisas mais agradáveis, derrete o gelo e revela a verdadeira beleza de cada ser.

  Outra passagem bonita que nos sensibiliza é quando Roberto menciona as qualidades dos músicos de sua orquestra. Tem sempre uma palavra de admiração e simpatia para com todos eles, no intuito de partilhar com seus companheiros o estrondoso sucesso que o envolve. E é maravihoso ver como o maestro, o baterista, o pianista, enfim, todos que ali estão retribuem sua solidariedade com aqueles olhares de sincera amizade e  profundo respeito.

  A energia em nossas vidas é imensa, quando uma clareza de propósitos está sempre presente. O grande cantor coopera alegremente com algo a que sempre deu ênfase em sua vida:  encher a de seu público de ternura e beleza.

 Roberto Carlos é um parceiro e, quando há parceria, não existe dominação. As partes envolvidas em uma mesma situação comungam suas habilidades e talentos para criar uma meta compartilhada.

  Comentarei agora a parte final do espetáculo: o coração vai apertando, porque percebemos que está para acabar. A platéia se inquieta e, de repente, correm todos para perto do palco, querendo uma proximidade com o grande ídolo. Roberto Carlos é compassivo, paciente, contempla a todos carinhosamente e distribui flores...Ah, essas flores! Como são disputadas e recebidas com emoção e amor quase que palpáveis pelos contemplados!

   É a sua última doação para aquelas pessoas que estão felizes! E, ao som de uma de suas mais belas composições, com o refrão: "Jesus Cristo, eu estou aqui!", o nosso Roberto se despede, esparzindo no recinto aquela aura de encantamento e carisma e, ao mesmo  tempo, saudade até que possamos vê-lo novamente.

   *O presente artigo foi escrito após a apresentação de Roberto Carlos, no dia 12 de novembro de 2.016, no Metropolitan, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, à qual, embevecida, assisti.

 


       
Ana Pompílio da Hora
Enviado por Ana Pompílio da Hora em 04/12/2016
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