Brasil: A música Disco nos anos 70, o Rock dos anos 80 e o perene Romantismo

Na década de 1970, além da música romântica, tivemos também e intensamente o que se chamou de música Disco. O colorido estilo dançante das Discotecas foi bem representado em todo mundo por cantoras como a inglesa Tina Charles, influenciando aqui Lady Zu, a Donna Summer brasileira e, As Frenéticas dentre outras. O filme Os Embalos de Sábado a Noite e a novela global Dancin` days também contribuíram bastante para o fomento do agitado estilo.

Já a década de 1980, chamada de década perdida por causa da nossa estagnação econômica, felizmente no campo musical não sofreu retrocessos, é certo que não teve o glamour dos anos 60, nem a pujança do Romantismo dos anos 70, mas teve o Rock como esteio maior. Foi o período em que despontaram cantores e bandas nacionais como RPM, Ultraje a Rigor, Titãs, Legião Urbana, 14 Bis, Barão Vermelho, Kid abelha, Ira, Capital Inicial, Paralamas do Sucesso, Blitz, Lulu Santos entre outros. Foi a era Xuxa na globo, que entre 1986 a 1992 apresentou 2 mil programas. Em 1984 foi inaugurado o Sambódromo do Rio de Janeiro e o que se chamou de MPB consagrou a posição de destaque das vozes femininas. Entre os fenômenos individuais brilhou a baiana Simone que, foi a maior vendedora de discos de toda a década, e entre outras interpretes devo citar Marina Lima, Elba Ramalho, Maria Bethânia, Zizi Possi, Fafá de Belém, Elis Regina, Gal Costa, Rita Lee e Joana. Já os cantores-compositores de destaque foram: Caetano, Chico, Milton, Tom, Guilherme Arantes, Flávio Venturini, Ivan Lins e Gilberto Gil.

Foi em 1985 que aconteceu o primeiro Rock in Rio, e eu, que na época morava na Cidade Maravilhosa, pude comparecer ao lamacento local num dos dias em que se apresentou a banda Queen. Naquele woodstock brasileiro, o apresentador Kadu Moliterno, relembrou depois à imprensa algumas passagens do festival, como a apresentação de Erasmo Carlos, em meio a uma "chuva" de vaias e latas jogadas pelos metaleiros que estavam ali para ouvir um som mais pesado.

Mesmo com a efervescência do Rock nacional e a pujança da MPB, o romantismo nunca perdeu seu posto de destaque. Não é à toa que a banda Roupa Nova estava nas paradas com a melosa canção Volta Prá Mim, Sandra de Sá fazia soar seu lindo timbre com a balada Bye Bye Tristeza, Yahoo entoava sua Mordidas de Amor, o agudo Biafra voava no seu Sonho de Ícaro, Kátia comovia com a sua melô-chiclete Qualquer jeito, e Marquinho Moura cantava, Meu mel.

Continua no próximo artigo