Oh mia patria sì bella e perduta!
O trecho-título, no seu original italiano, é pinçado de uma das mais conhecidas árias operísticas de Giuseppe Verdi, considerado por muitos o mais ilustrado e prolífico compositor do gênero. Rigoletto, Aida, La Traviata, são algumas das mais famosas peças do que chamam também, em italiano, il bel canto. E não sem razão, que me perdoe aqui, o simpático Wesley Safadão.
A frase em questão, que é parte de um poema de quatro quadrinhas, da ópera Nabuco, narra o sofrimento do povo hebreu, no cativeiro da Babilônia, e a sua firme esperança da liberação. Va pensiero...e o pensamento, livre, indômito, em suas asas douradas, retorna às belas paisagens das margens do Jordão, a Jerusalém, aos vales e às colinas, para aliviar as dores do exílio. Quem nunca ouvir By the rivers of Babylon...?
Embora, pisando firme em nosso solo natal, sem razões para receios que eventualmente uma Bolívia, por exemplo, vá nos invadir e nos levar para os confins andinos, pois afinal somos amigos para siempre, e podendo ainda ver descortinarem aos nossos olhos, as belezas de nosso torrão, razões pululam e ululam para nos darmos conta de o quanto, no entanto, está perdida a nosso mãe gentil e querida, após tantos sucessivos e sistemáticos saques e pilhagens justamente da parte daqueles que haveriam de ser os guardiães de nossas riquezas, a vontade, às vezes, é de descrer que algo ainda se possa fazer para recuperarmos nosso lugar respeitado no seio das nações.
Dar cabo do que se já fez, ou se tentou fazer, dilma vez, não seria temer-ária insensatez?