A LIBERDADE... O CONHECIMENTO... A ARTE... O PREÇO... "A Era de Ouro do Rádio". "Alguns historiadores esqueceram do compositor CARTOLA. Por quê?"
“A Era de Ouro do Rádio”.
1ª parte.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
“Foto: Jovem estadunidense aprende a construir seu próprio rádio (1922)”.
Era do Rádio (Old-time radio ou Golden Age of Radio, em língua inglesa) é o período que, nos Estados Unidos e outros países, compreendeu os anos de sucesso das emissoras de rádio.
Nos EUA foram as décadas de 20 e 30, enquanto no Brasil o auge desse meio de comunicação ocorreu nos anos 40 a 50 do século XX.
Até a chegada da televisão o rádio era o veículo de comunicação de massas com maior alcance e imediatismo.
História.
“Foto: No estúdio da rádio Mayrink Veiga, 1932, o jovem Manuel de Nóbrega, aos 19 anos (2º em pé da esquerda para a direita) Carmen e Aurora Miranda (sentadas), e, segurando a flauta Pixinguinha.
A Mayrink Veiga era a estação de rádio mais importante do Rio de Janeiro nos anos 30 e 40.
A primeira transmissão de rádio realizada no Brasil ocorreu no dia 7 de setembro de 1922, durante a inauguração da Exposição do Centenário da Independência na Esplanada do Castelo.
O público ouviu o pronunciamento do Presidente da República, Epitácio Pessoa, e a ópera O Guarani, de Carlos Gomes, foi transmitida diretamente do Teatro Municipal.
Desde 1922 as experiências com rádio clubes vinham sendo realizadas; entretanto, foi somente em 1923 que Roquette Pinto inaugurou a primeira emissora de rádio, a Rádio Sociedade.
No ano seguinte, foi inaugurada a Rádio Clube do Brasil. Em 1926, foi inaugurada a Rádio Mayrink Veiga, seguida da Rádio Educadora, além de outras na Bahia, Pará e Pernambuco.
A década de 30 marcou o apogeu do rádio como veículo de comunicação de massa, refletindo as mudanças pelas quais o país passava.
O crescimento da economia nacional atraía investimentos estrangeiros, que encontravam no Brasil um mercado promissor. A indústria elétrica e a INDÚSTRIA FONOGRÁFICA proporcionaram um grande impulso à expansão RADIOFÔNICA.
A Era do Rádio e a Era de Ouro dos Cassinos estão associados a alguns artistas famosos que tiveram suas carreiras impulsionadas pela divulgação no rádio, e como palco ou referências de grandes shows os famosos cassinos da primeira metade do século 20.
O Rio de Janeiro desta época, Capital da República, era cheio de glamour, efervescência cultural e centro da política brasileira. O Cassino da Urca marcou uma época, e talvez tenha sido o mais famoso de todos.
Grandes nomes do cenário artístico nacional e internacional lá se apresentaram. Entre os artistas nacionais que lá fizeram shows memoráveis estão Carmen Miranda, Emilinha Borba e Grande Otelo.
Quando a Rádio Nacional foi fundada, no ano de 1936, o mundo inteiro ainda mal refeito da primeira Grande Guerra esperava pela eclosão de um novo conflito.
No Brasil, Getúlio Vargas governava com aparência de alguma legalidade. Fora eleito por uma Assembléia Constituinte, por ele mesmo nomeada, em 1934.
Entretanto, o golpe que viria a implantar o Estado Novo encontrava-se em gestação. O governo conseguira a pouco debelar a “Intentona Comunista”, liderada por Carlos Prestes. Foi neste cenário, que a Rádio Nacional foi concebida.
A Rádio Nacional marcou a RADIOFONIA no Brasil. Em seus quadros, brilhavam os talentos de Iberê Gomes Grosso, Luciano Perrone, Almirante, Radamés Gnattali e Dorival Caymmi.
Em 1940, a Rádio Nacional foi encampada pelo governo de Getúlio Vargas, a programação ganhou novo formato, sob a direção de Gilberto de Andrade.
O auge do rádio no Brasil ocorreu a partir dos anos 40, quando o país assiste o surgimento de ídolos, novelas e revistas a expor o meio artístico. Dessa época são nomes como Mário Lago, Cauby Peixoto, Emilinha Borba, Paulo Gracindo, Janete Clair e muitos outros, que eram retratados na Revista do Rádio, de Anselmo Domingos.
Apesar de ter garantido por várias décadas papel de destaque na sociedade brasileira, em fins da década de 1950, com a concorrência da televisão, o rádio começou a perder prestígio, uma vez que a recente novidade reunia não apenas som, mas também imagem. Além do mais, ficava caro manter um cast de atores e atrizes.
Categoria:
• História do rádio.
“A Era de Ouro do Rádio”.
2ª parte.
A Idade de Ouro do Rádio.
18 de outubro de 2010 - 22h e 54m.
Por Ethevaldo Siqueira.
Rádio - 90 anos – Segundo artigo de uma série de três.
A era de ouro do rádio brasileiro vai dos anos 1930 ao final dos anos 1950. Nesse período, a RADIODIFUSÃO no Brasil é feita com muito idealismo, paixão e participação na vida brasileira.
O rádio trouxe grandes benefícios culturais, sociais e políticos ao País. Fortaleceu o sentido de nação e consolidou a própria língua portuguesa falada no Brasil, dando-lhe mais homogeneidade na pronúncia, sem lhe destruir as peculiaridades regionais.
Apesar das numerosas dificuldades econômicas enfrentadas pela maioria das emissoras de rádio, naquele período, a comunicação radiofônica cobriu todo o vasto território nacional, contribuindo significativamente para a integração cultural, a formação e uma nova consciência democrática e para o amadurecimento político.
Foi nessas três décadas – dos anos 1930, 1940 e 1950 – que surgiram no Brasil, comunicadores como Roquete-Pinto, Cesar Ladeira, Almirante, Ary Barroso, Ademar Casé, Renato Murce, Saint-Clair Lopes, Eneas Machado de Assis, Carlos Schermann, Paulo Machado de Carvalho, Fernando Tude de Souza, Roberto Cancelier, Roberto Marinho, Edgar Proença, Vitoriano Borges, Álvaro Freire, Carlos Lacombe, Carlos Prado Mendonça, Gagliano Neto ou Cândido Fontoura.
Alguns dos mais famosos compositores, humoristas e cantores de nossa música popular começaram naquele rádio heroico dos anos 1930 criaram um novo mundo para a comunicação no Brasil: Noel Rosa, Francisco Alves, Lamartine Babo, Orestes Barbosa, Grande Otelo, Celso Guimarães, Paulo Gracindo, Radamés Gnatalli e Mario Lago.
A música, a informação, o entretenimento, a cultura geral, o sentimento nacional e a própria unidade linguística do Brasil devem muito a esses homens e tantos outros.
As grandes emissoras.
Emissoras pioneiras como as que se multiplicaram no final da década de 1920 ou durante os anos 1930 consolidaram o papel que estava reservado à radiodifusão no País.
O radio-jornalismo, os programas humorísticos e musicais, as primeiras novelas e as transmissões esportivas (algumas delas feitas, a princípio, com arrojo, pelos pioneiros, numa época em que as condições técnicas das comunicações nacionais eram as mais precárias possíveis) deram à radiodifusão sonora uma posição de destaque crescente na vida brasileira até seu auge no final dos anos 1940 e primeiros da década dos 1950.
Entre outras emissoras desse período áureo, as que mais se destacaram foram a Rádio Bandeirantes (São Paulo), Rádio Record (São Paulo), Rádio Tupi (de São Paulo), Rádio Mayrink Veiga (Rio de Janeiro), Rádio Tamoio, Rádio Jornal do Comércio de Recife.
O maior sucesso dos anos 1940 e 1950, no entanto, foi, de longe, a Rádio Nacional do Rio de Janeiro.
Nesse período áureo do rádio brasileiro, nossos pais ou avós se entusiasmavam com a velocidade da informação dos jornais falados de longa duração e grande audiência, como o “Grande Jornal Falado Tupi”, de Corifeu de Azevedo Marques, na Rádio Tupi de São Paulo.
Ou com a qualidade de programas da Rádio Nacional do Rio, como “Calouros em Desfile”, de Ary Barroso. Ou “Nada Além de Dois Minutos”, “Um Milhão de Melodias”, “Papel Carbono”, da versão pioneira e radiofônica de “O Direito de Nascer”.
Em minha infância, me deliciava ao ouvir Francisco Alves cantando aos domingos, ao meio-dia. A locutora anunciava com pompa e emoção: “Quando os ponteiros se encontram na metade do dia, os ouvintes da Rádio Nacional se encontram com o ‘Rei da Voz’”…
Com sua voz poderosa e inconfundível, Francisco Alves lançava, então, o jovem compositor gaúcho, Lupicínio Rodrigues, autor consagrado de “Quem Há de Dizer”, “Esses Moços”, “Nervos de Aço” e tantos outros sucessos.
Orlando Silva (o ‘Cantor das Multidões’), Sílvio Caldas, Carlos Galhardo, Vicente Celestino, Ciro Monteiro, Carmen Miranda, Cândido das Neves, Augusto Calheiros, Nelson Gonçalves, Dircinha e Linda Batista, os conjuntos (de “Anjos e Demônios”, bandos, duplas e trios, “Os Oito Batutas” (com Pixinguinha), dos nacionalistas aos “Quitandinhas Serenaders”, Carmélia Alves, Ivon Cury, Hervê Cordovil, Marcelo Tupinambá) e muitos outros enriquecem dia a dia a música popular.
Transistor dá nova vida.
Mesmo com a chegada da televisão, o rádio se reinventa, renasce com o transistor, ganha as ruas, os estádios, os automóveis, o campo e o sertão. A mobilidade traz uma nova vida ao rádio.
Mas, para cumprir sua missão, o rádio brasileiro tem muitas vezes pago um preço bastante elevado. Criticado pelos abusos de alguns radialistas, mas frequentemente injustiçado nos julgamentos oficiais, o rádio brasileiro chega ao século 21 com mais de três mil emissoras, espalhadas por todos os Estados e Territórios.
Em pequenas empresas deficitárias ou sem qualquer rentabilidade para os investimentos exigidos pela radiodifusão, lançando-se com pertinácia e idealismo à causa pública com extrema dedicação, o homem de rádio – especialmente no interior do País – não pode ser esquecido em qualquer avaliação crítica do progresso nacional.
A face boêmia.
Paulo Machado de Carvalho, em entrevista que concedeu para o Estadão (edição de cinco de maio de 1974), relembrava um pouco de seus 44 anos de atividade no rádio, até então, no rádio paulista.
Aliás, a primeira emissora paulista nasceu em 1924. Era a Rádio Educadora Paulista, cujo presidente e fundador era Frederico Steidel.
Ainda naquele ano, foi criada no Recife a Rádio Clube de Pernambuco.
As gerações mais novas talvez não saibam ou não se lembre de que Paulo Machado de Carvalho foi o “Marechal da Vitória”, ao dirigir a delegação brasileira e seleção brasileira de futebol, cujo técnico era Vicente Feola, aquela equipe extraordinária que ganhou, pela primeira vez, a Copa de Mundo, na Suécia, em 1958.
Paulo Machado de Carvalho relembrou-nos o começo de seu trabalho profissional como radialista e radio difusor: “Quando compramos a Radio Record, em 1931, por 25 contos de réis, a emissora era dirigida por boêmios.
Dentro de um piano, que não tocava uma nota sequer, havia centenas de tampinhas de cerveja, impedindo o movimento das cordas.
Microfones de carvão eram acionados aos berros. “A parte técnica, com todos os seus equipamentos, tinha um espaço de 4 metros quadrados para a gente trabalhar.”
Um dos episódios mais interessantes ocorridos em 1932 é narrado por Paulo Machado de Carvalho: “Um dia, pela primeira vez na história do rádio do País, um grupo de estudantes invadiu a emissora para transmitir uma mensagem subversiva: o pedido de adesão popular à Revolução de 1932, que havia iniciado praticamente em maio”.
Surge nesta época um dos maiores locutores que o Brasil já conheceu: César Ladeira. Seu boletim, das duas às quatro horas da manhã, diariamente, terminava com um apelo revolucionário dirigido a Getúlio Vargas: “Que renuncie o ditador”.
A 30 de maio de 1932, nascia a Rádio Cruzeiro do Sul (chamada depois, Rádio Piratininga), fundada por Alberto Byington Jr., e que foi fechada em 1974, simplesmente por criticar o governo militar.
O Ministério das Comunicações simplesmente não lhe renovou a concessão. Fundada a 30 de maio de 1932, a Piratininga formou verdadeiros profissionais do rádio, que se tornaram nomes nacionais, como Emílio Carlos, Fauze Carlos e Blota Júnior. Nessa emissora, também trabalhou Cesar Ladeira.
Instrumentalização política.
O rádio brasileiro tem sido utilizado exaustivamente como instrumento de ação política, quer por partidos, quer pelo governo ao longo dos últimos 87 anos.
Em 1935, era criada “A Hora do Brasil”, programa de uma hora de duração que ia ao ar de segunda-feira a sábado das 20 às 21 horas, com noticiário oficial distribuído pelo famigerado Departamento de Imprensa e Propaganda, depois do golpe de Estado de 1937.
Mesmo após a queda de Vargas, em 1945, o programa sobreviveu, passou a chamar-se “A Voz do Brasil”, sofreu diversas mudanças, mas não morreu.
Redemocratizado o País em 1945, já com o nome de “A Voz do Brasil”, e, de lá para cá, com o golpe militar de 1964, entra governo, sai governo, com a queda da ditadura, o programa continua, sempre transmitido em rede obrigatória, hoje com mais de três mil emissoras em cadeia divulgando o noticiário chapa branca. Antes de mais nada, estamos diante de um imenso desperdício de energia elétrica.
“A Voz do Brasil” que ainda ouvimos em 2010 é estatal, irritante, anacrônica, jurássica e inútil, sobrevive como o mais antigo lixo autoritário do rádio brasileiro. Programa de rádio típico dos regimes autoritários, o programa se perpetuou não apenas por interesse dos presidentes e de políticos oriundos dos grotões distantes, que passaram a utilizá-lo como canal de comunicação com suas bases.
É o rádio que já foi usado como o “Alô, Mamãe” – de parlamentares do baixo clero, seus defensores mais ferrenhos.
Antigamente se dizia que a maior utilidade de “A Voz do Brasil” era levar informações aos habitantes da Amazônia, que só conseguiam ouvir emissoras estrangeiras.
Então, por que não restringir a obrigatoriedade do programa àquela região? E hoje por que não aproveitar as emissoras federais e estaduais e, em especial, a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), criada por Lula?
Observações do escriba: 1ª – Respeito, mas discordo do articulista, em relação ao desperdício de energia, com uma única emissora de rádio, durante apenas uma hora diária. Era e é em rede Nacional. Nada demais. 2ª – O escriba não vivenciou a “Era de Ouro do Rádio”, nem a “Era” do Sr. Getúlio Dornelles Vargas. Entretanto, tanto a literatura como a opinião pública brasileira, ainda nos dias atuais, tem a opinião dividida quanto ao ex-presidente Getúlio Vargas. Para uns ele foi um “Ditador”, para outros ele foi o maior “Estadista”, durante todo o longo período republicano. 3ª – Pior do que uma emissora transmitir “A Voz do Brasil” durante uma hora é três mil emissoras transmitirem um monte de inutilidades para todo o Brasil, durante todo o dia. Aí é que é desperdício de muita energia. Pior ainda. As três mil emissoras, na sua grande maioria, são vinculadas a grupos políticos corruptos, ou pertencem à políticos corruptos.
O rádio popular.
Mas a popularidade do rádio atingiu seu ponto máximo dos anos 50. Os programas de auditório evoluíram e foram responsáveis pela maior parcela desse prestígio. O primeiro deles de grande audiência foi produzido e dirigido por Casé (Ademar Casé), “sob o alto patrocínio” de um PURGANTE do LABORATÓRIO Queiroz.
OUTRA OBSERVAÇÃO do ESCRIBA: Eis aí um pequeno exemplo de como os meios de comunicação era e ainda continuam sendo muito usados, para divulgar os milhares de produtos das gananciosas INDÚSTRIAS FARMACÊUTICAS.
Casé apresentou e contribuiu para a popularidade de artistas como Carmen Miranda, Mario Reis, Francisco Alves, Lamartine Babo, Almirante e Noel Rosa, entre tantos outros.
Um jovem maestro foi “lançado” por Casé: Eleazar de Carvalho. O programa tinha uma variedade incrível (ficção, teatro, radiofonização de histórias reais ou contos policiais; dramatização de episódios históricos, humorismo, canto, paródias etc.).
E reuniu gente excepcional, como Orestes Barbosa, Luís Peixoto, Henrique Pongetti e Paulo Roberto. Chegou até a realizar o “Teatro Imaginário”, que, mais do que a novela, era a ópera do rádio, com sonorização de palmas, clima de teatro, vozes e tudo mais que lembrasse uma noite no Municipal.
Foi no rádio que nasceram algumas figuras populares da televisão brasileira (o que explica a fórmula de sucesso e alguns vícios, como o de “fazer rádio com imagem na TV”): Abelardo Chacrinha Barbosa, Flavio Cavalcanti (lançado também por Casé), Silvio Santos, Hebe Camargo, J. Silvestre e outros.
Comentários:
1º - 19 de outubro de 2010 - 12h24min.
Enviado por: AlGarcia.
Ethevaldo, você esqueceu-se de citar o “Repórter Esso”, com Heron Domingues, diariamente, na Radio Nacional, às 08h00min, 12h55min e 20h25min; o “Obrigado, Doutor”, com Paulo Roberto, na Rádio Nacional, enfatizando o trabalho dos médicos e, “last but not least”, a transmissão da Copa do Mundo de 1938, diretamente da França, em ondas curtas, com Gagliano Neto, minha “estréia” no rádio, como ouvinte, e no futebol.
COMENTÁRIO DE ETHEVALDO.
Al Garcia, você tem razão. Eu me esqueci de muita coisa boa — mas não poderia esgotar o tema. Num livro de história do Rádio, eu farei tudo para não omitir esses nomes de primeira linha. Lembro-me de “Balança Mas Não Cai”, Max Nunes, Pedro Luís nas transmissões esportivas, e dezenas de nomes que, involuntariamente, omiti.
Abraços.
2º - 19 de outubro de 2010 - 14h26min
Enviado por: Isaias Fernandes.
Excelente a reportagem do Etevaldo, confesso que voltei no tempo e também relembrei de gente como Vicente Leporace e de um programa que não me lembro de quem apresentava, chamava-se “Bairro em Desfile”.
3º - 19 de outubro de 2010 - 15h43min
Enviado por: Waldemar Ciglioni Junior.
Caro amigo.
Você citou Blota Jr., mas não o seu lançador no rádio, meu pai, o já falecido Waldemar Ciglioni, o mais famoso galã do radio paulista, da São Paulo, PRA-5 que durante mais de dez anos liderou a audiência em Sampa, com suas dezessete novelas diárias. Verdadeiro fenômeno! E que Ciglioni acumulou a direção artística e comercial da emissora, tendo ensinado os filhos do Paulo Machado a trabalhar. Grato pela atenção.
4º - 19 de outubro de 2010 - 20h24min
Enviado por: VICTOR PASIN.
LEMBRO-ME DE UM PROGRAMA CHAMADO DE PRK30 - HUMORÍSTICO DA RÁDIO NACIONAL. O INTUITO É AUXILIAR.
Um Abraço.
“A Era de Ouro do Rádio”.
3ª parte.
Quem são os cantores da Época de Ouro no Rádio? Ajudem-me!
Respostas e Classificação. Mais recente e mais antigo.
Melhor resposta: CAUBY PEIXOTO, EMILINHA BORBA, FRANCISCO ALVES.
E MAIS UMA MEIA DÚZIA DE FAMOSOS DA ÉPOCA.
Fonte(s): O GUARDIÃO – 7 anos atrás.
Irmãs Carmen e Aurora Miranda em 1936, a canção "Cantores do Rádio", de Lamartine Babo, Braguinha e Alberto Ribeiro, é um dos principais ícones do período em que o rádio começou a se popularizar no país e alcançar a simpatia e a paixão dos brasileiros.
Cinéfilo – 7 anos atrás.
A TV Record - canal 7, de São Paulo foi inaugurada em 27 de setembro de 1953, com os mais modernos equipamentos de televisão existentes, até então.
Pertencente ao grupo empresarial radiofônico de Paulo Machado de Carvalho, a emissora surgiu como a terceira existente na capital paulista, ao lado da TV Tupi e da TV Paulista.
Desde seu início, dedicou-se, intensamente, a produção de programas musicais, embora, é claro, apresentasse todas as outras atrações que compõem uma emissora de televisão.
O primeiro grande show musical produzido foi “Grandes Espetáculos União”, sob o comando de Blota Jr. e Sandra Amaral. Muitos outros surgiram, desde superproduções, com a presença de orquestras, corpo de bailes, grupos musicais e muitos cantores, até programas intimistas do tipo um cantor, um piano e um violão.
Os produtores desses programas foram Eduardo Moreira, Roberto Corte Real, Waldomiro Barone, Nilton Travesso e outros.
Persistente no seu propósito musical a emissora chegou, inclusive, a contratar cartazes internacionais como Louis Armstrong, Sarah Vaughan, Marlene Dietrich, Ella Fitzgerald, Sammy Davis Jr., Charles Aznavour e outros, para curtas temporadas, do final dos anos 50 até meados da década de 60, intercalando-os com a presença de artistas nacionais.
Os anos 60 foram muito inovadores para o veículo televisão. Além da industrialização iniciada com o vídeo tape, o público televisivo cresceu bastante, em razão dos aparelhos de TV serem construídos pela indústria nacional, a custo mais acessível.
A telenovela passou a alcançar índices espantosos de audiência e surgiram os grandes comunicadores de
auditório.
A partir de 1966, a Televisão Record, aproveitando sua experiência em atrações musicais, a popularidade ascendente dos programas de auditório e os novos talentos revelados, em 1965, pelo “I Festival de Música Popular Brasileira”, realizado pela TV Excelsior, produziu programas de valorização da música brasileira.
O primeiro a ser realizado foi “O Fino da Bossa”, com o comando de Elis Regina, cantora que havia conquistado o público com sua maneira personalíssima de interpretação e de Jair Rodrigues, cantor que despontava para o sucesso. “O Fino da Bossa” teve como objetivo exibir a moderna música popular brasileira, a MPB.
Nessa época fazia sucesso desde o gênero bossa novo, até a música de “protesto”, salientando as injustiças sociais do país.
Assim, o programa exibia Badem Powell, Vinicius de Moraes, Silvinha Teles, Agostinho dos Santos, Maysa, Elza Soares, Nara Leão, Alaíde Costa, Geraldo Vandré, Wilson Simonal, Claudete Soares, Edu Lobo e lançou artistas como Chico Buarque de Holanda, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Caetano Veloso, Toquinho, Maria Bethânia, Theo de Barros, Zimbo Trio e tantos outros.
O programa despertou grande interesse, devido à importância de suas atrações. Para prestigiar o samba mais tradicional, a emissora criou o programa “Bossaudade” que, sob o comando de Eliseth Cardoso e de Ciro Monteiro, trazia convidados como Silvio Caldas, Araci de Almeida, Orlando Silva, Isaurinha Garcia, Dalva de Oliveira, Miltinho, Dircinha e Linda Batista, Marlene, Nora Ney, Cauby Peixoto, Ângela Maria e muitos mais.
Como a programação musical estava atendendo a gostos de gerações específicas, era preciso prestigiar também a música jovem.
Assim, com apresentação de Roberto Carlos, cantor que se iniciava, surgiu o programa “Jovem Guarda” reunindo todos os compositores, cantores e conjuntos do rock e do iê-iê-iê brasileiros, tais como: Ronnie Cord, Jet Blacks, Os Incríveis, Erasmo Carlos, Wanderléa, Trio Esperança, Rosemary, Jorge Ben, Ronnie Von, Martinha, e outros que foram surgindo.
Esses três programas fizeram com que a TV Record ficasse em primeiro lugar de audiência, no horário de suas apresentações, por muito tempo.
“Jovem Guarda”, aos domingos à tarde, conseguiu, algumas vezes, índices de 90%, no eixo São Paulo-Rio de Janeiro. 1966 foi o ano do início do período áureo da Record (que durou até 1969).
Com muita audiência e atraindo grande investimento publicitário, a emissora resolveu produzir outros programas, sempre com a presença de auditório.
Para conquistar o horário nobre do domingo, às 20h, a Record trouxe de volta à televisão a cantora e apresentadora Hebe Camargo que, tendo sido uma das apresentadoras mais comunicativas da década de 50 na TV Paulista, havia deixado a televisão.
A volta de Hebe com um programa de entrevistas, atrações musicais, debates de assuntos polêmicos, desfiles de moda e outras variedades, conquistou rapidamente o público e tornou-se, por três anos, um dos maiores sucessos da televisão em São Paulo.
Continuando as iniciativas, a emissora realizou o “II Festival de Música Popular Brasileira”. Seu êxito surpreendeu até seus organizadores. Desde o princípio, duas composições dividiram a opinião pública e o meio artístico: Disparada, de Theo de Barros e Geraldo Vandré, e A Banda, de Chico Buarque. A repercussão se espalhou pelo país.
Fonte(s): TV Brasil. – Amanda – 7 anos atrás.
Dolores Duran, Emilinha Borba, Dalva de Oliveira... e outras grandes cantoras.
? - 7 anos atrás.
Internacionais, do período de 1920 a 1950, eu cito duas cantoras excelentes:
A francesa EDITH PIAF, romântica incurável, com uma voz de menina que não há comparável até hoje, faleceu num asilo, doida, nos início dos anos 60 e a alemã
MARLENE DIETRICH, que começou como cantora de cabarés, cantava coisas românticas e festivais no rádio, foi também atriz, uma mulher tão revolucionária que teve que fugir da Alemanha Nazista, motivo pelo qual também gravou filmes em Hollywood, além de ter gravado discos em inglês!
Armando - 2 anos atrás.
Outra observação do escriba: 1ª – Um dos comentadores se prendeu mais ao assunto televisão do que “A Era de Ouro do Rádio”. 2ª - A grande novidade foi o aparecimento da cantora francesa Edith Piaf e da cantora alemã Marlene Dietrich. Como não me recordo delas, irei fazer algumas pesquisas.
“A Era de Ouro do Rádio”.
4ª parte.
TV Brasil – Musicograma.
A Era de Ouro do Rádio.
Programa comemora os 90 anos do rádio nas vozes de Orlando Silva e Carlos Galhardo.
“Foto: Orlando Silva”.
O Musicograma desta semana homenageia os noventa anos do rádio brasileiro com duas vozes que melhor representam sua fase dourada: Orlando Silva e Carlos Galhardo.
O marco zero da história do rádio no Brasil é o dia 7 de setembro de 1922, quando o país comemorou o centenário da independência com a transmissão do discurso do presidente Epitácio Pessoa.
A data ficou na história, mas não na memória emocional como ocorreria 14 anos depois, quando foi inaugurada a Sociedade Rádio Nacional, a PRE-8.
A Rádio Mayrink Veiga já estava no ar dez anos antes, mas perdeu a liderança logo que a Rádio Nacional entrou no ar. A partir daí, o imaginário popular, os costumes e a cultura nunca mais seriam os mesmos.
O rádio criou e manteve ídolos, e determinou o padrão das vozes que manteriam sua magia e seriam capazes de garantir sua expansão no mercado. Conscientes deste papel, os cantores e compositores, ao assinar o contrato para integrar o elenco da Nacional, sabiam que estavam assinalando seus nomes na História.
“Foto: Carlos Galhardo, fumando cachimbo”.
É mais fácil compreender isto através das vidas e das obras de Orlando Silva e de Carlos Galhardo, ídolos da Era de Ouro do rádio. A importância dos dois cantores pode ser avaliada pelos slogans que incorporaram aos nomes, uma prova incontestável de sucesso.
O carioca Orlando Silva era “O Cantor das Multidões” e o paulista Carlos Galhardo, “O Cantor que Dispensa Adjetivos”.
Souberam honrar os fãs clubes e cantar a diversidade de uma época em que o país se assumia feliz, nas marchinhas, nas valsas, nos boleros, nos sambas que fizeram de Carlos Galhardo um recordista de vendas e de Orlando Silva um dos intérpretes mais imitados.
“A Era de Ouro do Rádio”.
5ª parte.
Fundação Cidade das Artes.
Quinta-feira, dia 29 de janeiro de 2015.
A Era de Ouro do Rádio.
O rádio teve sua expansão mundial após a Primeira Guerra (1914-1918), quando houve grande desenvolvimento nos meios eletrônicos e de comunicação para fins militares.
No Brasil, o rádio atingiu seu apogeu em 1930, como principal veículo de comunicação em massa, na mesma época em que o país era governado por Getúlio Vargas.
Nesse período, iniciou-se a chamada “Era de Ouro do Rádio”, quando ele se popularizou e tornou-se um meio de entretenimento. Antes disso, o rádio não era explorado para publicidade ou informação como hoje.
Na época, o presidente estabeleceu concessões às empresas particulares para o uso do rádio e, em troca, utilizava o meio como propaganda, para divulgar seus feitos e enviar mensagens políticas aos ouvintes no programa obrigatório “A Hora do Brasil”, que mais tarde tornou-se “A Voz do Brasil”.
Todas as rádios disputavam a audiência dos ouvintes caçando e lançando novos artistas em shows de calouros.
Assim surgiram grande nomes da Música Popular Brasileira, como Ary Barroso, Dalva de Oliveira e Orlando Silva.
Os anos 1930 e 1940 marcaram a ascensão e auge do Rádio no Brasil. Até hoje existem gravações inesquecíveis que nos ajudam a entender o fascínio gerado pelas estrelas do rádio que, mesmo invisíveis, ditavam a moda e os costumes.
Já as décadas de 1950 e 1960 viram surgir a concorrência “desleal” da televisão. Muitos dos ídolos do rádio não conseguiram viajar de um meio ao outro. O mundo mudava rápido, e a música acompanhava.
“A Era de Ouro do Rádio”.
6ª parte.
A “Era do Rádio” na TV Globo, nova minissérie, vai recriar o mundo da canção popular brasileira dos anos 1940, a partir de pesquisa nos arquivos da Rádio Nacional.
Solange do Espírito Santo.
A riqueza musical e a conturbada relação afetiva de dois ícones da música brasileira, Dalva de Oliveira e Herivelto Martins, serão retratadas em minissérie pela Rede Globo. Com estreia programada para 04 de janeiro, Dalva e Herivelto – “Uma Canção de Amor” (título provisório) terá cinco capítulos. A minissérie foi escrita por Maria Adelaide Amaral e tem direção geral de Dennis Carvalho.
O casal será interpretado por Adriana Esteves e Fábio Assunção. No elenco também estão Maria Fernanda Cândido e Yaçanã Martins, que na vida real é filha de Herivelto.
Estrelas da “era de ouro” da rádio brasileira, a cantora Dalva de Oliveira (1917-1972) e o compositor Herivelto Martins (1912-1992) ganharam notoriedade na Rádio Nacional e deixaram imortalizadas canções como “Ave Maria no Morro” e “Praça Onze”.
Mas a parceria que enriqueceu o cenário musical a partir dos anos 1940 teve como pano de fundo uma relação afetiva polêmica que durou 13 anos.
“Raramente a paixão, desta forma virulenta, trouxe uma produção de tanta qualidade e de tanto sucesso”, avalia Maria Adelaide Amaral, ao lembrar que, após o fim do casamento, os dois expuseram suas dores e mágoas por meio de canções, embalando o Brasil em seus conflitos conjugais.
Para escrever o roteiro da minissérie, Maria Adelaide teve como principal fonte de pesquisa o arquivo da Rádio Nacional do Rio de Janeiro.
“A emissora foi o maior celeiro de talentos musicais e humorísticos das décadas de 1940 e 1950 no Brasil”, destaca.
Fundada em 1936, a Rádio Nacional (AM 1.130 kHz) ocupa até hoje os três últimos dos 22 andares do edifício do jornal “A Noite”, no coração da Praça Mauá, Rio de Janeiro.
Por seu caráter inovador, foi líder de audiência por duas décadas consecutivas. “Ela profissionalizou a rádio brasileira, antes feita na base da camaradagem. Todos os artistas, jornalistas e equipes de apoio eram contratados”, ressalta a doutora em comunicação Sonia Virgínia Moreira, que, junto com Luiz Carlos Saroldi, escreveu o livro “Rádio Nacional: O Brasil em Sintonia”.
Para ela, a emissora foi uma “usina” da produção. Alguns programas lançaram ícones da música, como Ângela Maria, Cauby Peixoto, Marlene, Orlando Silva, Emilinha Borba e Noel Rosa.
Outros, grandes atores e autores, como foi o caso do humorístico “Balança Mas Não Cai”, com Paulo Gracindo, Walter D’Ávila e Brandão Filho, e das radionovelas, que revelaram Janete Clair e Dias Gomes.
Seriados que ficaram na memória popular, como “Jerônimo, o herói do sertão”, também saíram daqueles estúdios. Não bastasse a rádio também foi pioneira no radio jornalismo, com o “Repórter Esso”. Tudo feito ao vivo.
“A Rádio Nacional serviu de base para o formato da TV brasileira”. Nos Estados Unidos, por exemplo, a base foi o cinema, compara Sonia.
“Hoje, o sucesso da telenovela tem a ver com a radionovela. O mesmo acontece com as minisséries, os programas humorísticos e de auditório.”
Para a pesquisadora, a força da emissora veio de sua dupla origem: estatizada por Getúlio Vargas em 1940, ela recebia verbas do governo e também de publicidade. “Essa situação persiste até hoje”, lembra.
Para Sonia Virgínia Moreira, a Rádio Nacional foi a grande responsável pela disseminação da cultura brasileira, principalmente a música, e a primeira a atingir todo o país, quando passou a operar em ondas curtas em 1942.
Preciosidades como a radionovela “O Direito de Nascer”, os discos que eram gravados durante os ensaios dos cantores e as partituras das músicas executadas ao vivo nos programas estarão disponíveis ao público através da internet.
Não há um prazo definido, mas já começou o trabalho de digitalização de todo o acervo da Rádio Nacional.
Na sede da emissora, estão abrigados mais de 33 mil discos, entre LPS de 33 e 78 rotações e compactos simples.
O arquivo contém ainda quase 1.500 fotografias, 595 registros de textos – somando 460 mil páginas – usados nas novelas, humorísticos, radio teatros, séries e outros programas, e quase 2.500 horas de gravações.
Outra parte desse material encontra-se no MIS (Museu da Imagem e do Som) do Rio de Janeiro, com o nome de “Coleção Rádio Nacional”, também em processo de digitalização.
A intenção da EBC (Empresa Brasileira de Comunicação), responsável pela emissora, e do MIS é, além de tornar o patrimônio acessível ao público, garantir a preservação da história da Rádio Nacional, que se mistura com a história do país entre o fim da década de 1930 e a de 1950.
Estranhamente, nas seis partes (ou seis versões), o nome do compositor CARTOLA, não aparece de maneira alguma. Por quê?
Se DEUS nos permitir voltaremos a qualquer momento. Boa leitura e bom dia.
Aracaju, quarta-feira, 04 de novembro de 2015.
Jorge Martins Cardoso – Médico – CREMESE – 573.
Fontes: (1) – Dra. Internet. (2) – Dr. Google. (3) – Dra. Wikipédia. (4) – Outras fontes.