Eu te amo, eu te amo, eu te amo
Vinha ouvindo no rádio há pouco o Roberto que, no momento certo, cantava uma de suas mais conhecidas canções. Ouvi-a pela primeira vez
em 1968 e me encantei com a melodia, a voz do dono, e a vibração que ela provocava num coração juvenil.
E foram ene vezes que esse refrão me caiu aos ouvidos nos anos a seguir. Cheguei até ao despautério de desembolsar 350 pratas para ver o Rei ao vivo, na capital federal. Mas essa não constava do repertório, para um lotado e encanecido auditório que parecia se contentar com os sucessos mais recentes de Sua Majestade do ieieiê.
A audição d´agora há pouco não me custou nada. A não ser apreciar aquela antiga estridência que nos embalava enquanto o regime militar ia apertando o cerco nos que se opunham à nova ordem. Nunca achei que a resistência armada iria ter sucesso contra o rolo repressor. Mas o que tem a ver ditadura com amor?