"BRASILEIRO, PROFISSÃO ESPERANÇA"
O gosto pela música popular muitas vezes se prende ao vendável, ao consumível sucesso passageiro. Mas a história da MPB eterniza momentos marcantes e deles faz o registro sonoro de grandes artistas, muitos dos quais, embora chegando à consagração por determinado gênero ou estilo de interesse comum, em algum momento deram vez e voz ao talento que se evidenciou mais amadurecido e aperfeiçoado.
Entre as vozes femininas de maior expressão na música popular brasileira, a cantora Clara Nunes surgiu nos anos sessenta, atingindo o auge da popularidade e prestígio na década seguinte até os anos oitenta, em pleno esplendor de vida e de carreira profissional. A mineira que se fez “sambista” assim notabilizou-se, mas também deixando algo único e definitivo no seu canto devotado ao misticismo afro-brasileiro. Foi assim que a “guerreira” se firmou dando claridade ao gênero “obscuro”, pelo brilho de uma das mais fulgurantes estrelas do nosso canto. A singularidade sonora no timbre vocal de Clara, a sua força interpretativa indo além do rótulo a que lhe tentaram impor, a presença e o domínio de palco, a expressividade de uma intérprete perfeita a qualquer gênero, distinguiu-a entre as nossas divas eternas.
Numas das minhas habituais visitas às livrarias deparei-me com duas raridades. Ao que pouco sabia de Clara Nunes por conta de alguns discos do meu pai e das audições na Nacional FM, somei dois álbuns que a remasterização transformou em CD.
São esses, dois dos mais significativos momentos da carreira de Clara Nunes, a mostrar um novo brilho e todo o potencial de uma cantora completa, intérprete por excelência em pérolas do nosso mais requintado cancioneiro. POETA, MOÇA E VIOLÃO, show gravado em 1973 no Teatro Castro Alves (Bahia) e na boate Sucata (Rio de Janeiro). Vinícius de Moraes, Toquinho e Clara Nunes. Letras de Vinícius, violão de Toquinho, voz de Clara Nunes! Clara e a claridade de sua voz ao vivo! Um momento raro, que se tornou eterno graças ao milagre do disco e o cuidado da história. Clara, a cantora, a intérprete; a voz romântica, emotiva, apaixonante. A poesia e a música de mãos dadas aos dedilhados de Toquinho.
BRASILEIRO, PROFISSÃO ESPERANÇA, (1974). Espetáculo que reuniu Clara Nunes e o ator Paulo Gracindo, sob a direção de Bibi Ferreira e Paulo Pontes. Clara interpretando as canções de Dolores Duran, Paulo Gracindo dizendo textos do cronista Antônio Maria e também o famoso Cântico Negro, do poeta português José Régio. Um show histórico. Um momento singular na carreira de Clara Nunes, chamando a atenção de crítica e de público mais exigentes. Clara Nunes, cuja voz, como a de Elis Regina, se adequava perfeitamente a qualquer estilo e ritmo, mostrou a que veio, embora tenha partido tão cedo. Mas sua voz permanecerá inesquecível entre nós em viva claridade, mais que a “guerreira sambista”, mas também a intérprete incomparável na memória musical do nosso povo “brasileiro, profissão esperança”.
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Veja e ouça>
http://www.youtube.com/watch?v=-PssMiTGNQw
http://www.youtube.com/watch?v=6IWDNlKpnSU
O gosto pela música popular muitas vezes se prende ao vendável, ao consumível sucesso passageiro. Mas a história da MPB eterniza momentos marcantes e deles faz o registro sonoro de grandes artistas, muitos dos quais, embora chegando à consagração por determinado gênero ou estilo de interesse comum, em algum momento deram vez e voz ao talento que se evidenciou mais amadurecido e aperfeiçoado.
Entre as vozes femininas de maior expressão na música popular brasileira, a cantora Clara Nunes surgiu nos anos sessenta, atingindo o auge da popularidade e prestígio na década seguinte até os anos oitenta, em pleno esplendor de vida e de carreira profissional. A mineira que se fez “sambista” assim notabilizou-se, mas também deixando algo único e definitivo no seu canto devotado ao misticismo afro-brasileiro. Foi assim que a “guerreira” se firmou dando claridade ao gênero “obscuro”, pelo brilho de uma das mais fulgurantes estrelas do nosso canto. A singularidade sonora no timbre vocal de Clara, a sua força interpretativa indo além do rótulo a que lhe tentaram impor, a presença e o domínio de palco, a expressividade de uma intérprete perfeita a qualquer gênero, distinguiu-a entre as nossas divas eternas.
Numas das minhas habituais visitas às livrarias deparei-me com duas raridades. Ao que pouco sabia de Clara Nunes por conta de alguns discos do meu pai e das audições na Nacional FM, somei dois álbuns que a remasterização transformou em CD.
São esses, dois dos mais significativos momentos da carreira de Clara Nunes, a mostrar um novo brilho e todo o potencial de uma cantora completa, intérprete por excelência em pérolas do nosso mais requintado cancioneiro. POETA, MOÇA E VIOLÃO, show gravado em 1973 no Teatro Castro Alves (Bahia) e na boate Sucata (Rio de Janeiro). Vinícius de Moraes, Toquinho e Clara Nunes. Letras de Vinícius, violão de Toquinho, voz de Clara Nunes! Clara e a claridade de sua voz ao vivo! Um momento raro, que se tornou eterno graças ao milagre do disco e o cuidado da história. Clara, a cantora, a intérprete; a voz romântica, emotiva, apaixonante. A poesia e a música de mãos dadas aos dedilhados de Toquinho.
BRASILEIRO, PROFISSÃO ESPERANÇA, (1974). Espetáculo que reuniu Clara Nunes e o ator Paulo Gracindo, sob a direção de Bibi Ferreira e Paulo Pontes. Clara interpretando as canções de Dolores Duran, Paulo Gracindo dizendo textos do cronista Antônio Maria e também o famoso Cântico Negro, do poeta português José Régio. Um show histórico. Um momento singular na carreira de Clara Nunes, chamando a atenção de crítica e de público mais exigentes. Clara Nunes, cuja voz, como a de Elis Regina, se adequava perfeitamente a qualquer estilo e ritmo, mostrou a que veio, embora tenha partido tão cedo. Mas sua voz permanecerá inesquecível entre nós em viva claridade, mais que a “guerreira sambista”, mas também a intérprete incomparável na memória musical do nosso povo “brasileiro, profissão esperança”.
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Veja e ouça>
http://www.youtube.com/watch?v=-PssMiTGNQw
http://www.youtube.com/watch?v=6IWDNlKpnSU