A inventividade do Jazz
Considerado por muitos uma evolução urbana do Blues, o Jazz causou, em períodos diversos, revoluções estéticas (musicalmente) através da ampliação da capacidade de improvisação, da variedade de compassos - até então incomuns – e da posterior absorção de outros estilos.
Apesar de sempre ter quebrado barreiras sonoras, o Jazz foi aos poucos deixando de lado sua fórmula tradicional ao absorver elementos de Salsa, Rock e até mesmo ritmos indianos, entre outros, em casos diferentes. Com isso, o percurso do gênero ganhou força em termos de renovação e capacidade de improvisação, o que inclui execuções nos mais variados compassos.
Talvez os fãs mais puristas do gênero achem que certas inovações desvirtuem o mesmo. De fato, o Jazz sofreu fortes revoluções durante décadas – da era das Big Bands ao Fusion (mescla entre o Jazz e o Rock), porém o próprio e eterno Miles Davis, trompetista e ícone mor do gênero, passou por diversas fases e, segundo o que sua postura aparentava, o mesmo pensou em determinado momento de sua carreira que o Jazz deveria ser popularizado e reinventado, como no célebre e divisor de águas ‘Bitches Brew’, disco que apresenta diversas influências e rompe barreiras de forma mais nítida.
Os “standards” nunca cairão no esquecimento dos leais fãs de Jazz, mas para que um estilo musical sobreviva e continue ativo, muitas vezes é preciso inserir novos conceitos sobre o mesmo, como acontece constantemente com o Rock’n’Roll.