XX Sarau "Comunicanto"

Foi uma noite memorável, esta 9 de julho último, quando aceitando um convite de Lourdes Drummond, que conheci através do Dr. José Roberto Morais, eu e meu irmão maestro Aécio Flávio e minha esposa Claudinha, contralto do Coral da AABB, sob a regência do maestro Leonardo Cunha, passamos ao lado do Coral Comunicanto, em sua sede própria, na Savassi, em Belo Horizonte.
Há 23 anos acreditando na Música Popular Brasileira e na expressão do canto como a melhor forma de integração dos povos, é que o Coral, com suas técnicas inovadas e criatividade, vem se comunicando, trazendo em suas brilhantes apresentações, grandes momentos de lazer, nas datas comemorativas,festivais e eventos outros, na capital, dentro e fora do Estado.
Hoje, conduzido pelo timoneiro, maestro Júlio César Faria, de atestada capacidade profissional e simpatia própria daqueles de sensibilidade humana, este barco que traz consigo não só a música, mas também muita poesia e atividades lúdicas em geral, com certeza, promete atingir mares nunca d’antes navegados. Oxalá maestro.
Entre outras apresentações, assistimos Tarcilla Vieira declamar poemas de sua autoria, e também o soneto que lhe apresentei intitulado “ Eu poeta” de Sílvia Regina Costa Lima, magnânima poetisa aqui do “www.recantodasletras.com.br", agradável cantinho onde eu, Aécio e nosso outro irmão Roberto Rego, fincamos páginas.
Muito aplaudido também, foi o jovem talento Felipe Galery, que faz violão clássico com o maestro Júlio, e deu seu recado, divulgando seus primeiros trabalhos.
Outra grande emoção foi quando assentamos lado a lado, eu e Aécio para apresentarmos duas músicas. Eu no violão e ele na acordeon, fizemos o chorinho ‘Odeon” de Ernesto Nazaré e “Lamento” de Pixinguinha, pelo que fomos muito aplaudidos.
O significado maior e que ninguém dalí sabia, é que, a última vez em que toquei ao lado do mano, em público, foi aos 8 anos de idade, quando solava cavaquinho no conjunto do clarinetista e saxofonista Constantino Rêgo - nosso inesquecível pai - por ocasião das barraquinhas da Igreja de Santo Afonso – Renascença –
É que tempos depois, com o sucesso de Milton Nascimento, alcançado com a canção Travessia (dele e Fernando Brant), segundo lugar no “2°. FIC” Festival Internacional da Canção de 1967, ele, que até então fazia parte do conjunto do Aécio, - vide esta passagem no livro Clube da Esquina, de Márcio Borges - partiu para a grande São Paulo e dali para o mundo.
Por sua vez, Aécio, tecladista, pianista, flautista, maestro arranjador, alçou vôo três anos mais tarde para o Rio de Janeiro em busca de degraus maiores, onde chegou a conquistar seu espaço.
Tocou e fez arranjos com os maiores expoentes da música brasileira, tais como: Carlos Lyra, Roberto Menescal, Ronaldo Bôscoli, Jonny Af, fez shows pelo país com Leni Andrade, Jane Duboc, Alcione, Taiguara, Nana e Dori Caymmi, musicais televisivos com Miele & Cia na extinta rede Manchete, foi também maestro arranjador do “Fantástico”, por 7 anos, ao lado de Guto Graça Melo e muita coisa mais.
Por tudo isso, o convívio ameno com o público mineiro e familiares foi interrompido por 35 anos, só agora sendo aos poucos renovado, após seu retorno ao caminho de casa.
Que me desculpe o mano, que se sente desconfortável quando lhe rendem elogios, mas caramba; veja minha situação: eu teria que deixar extravasar todo o acumulado ao longo destes anos, apenas naqueles meros 6 minutos de música compartilhada. Pode?
Não dá! Ninguém é de ferro. Falei!!!
Ao maestro Júlio Faria, que “une e faz a força”, semeando seu terreno, a certeza da colheita de seus frutos.
Aos comunicantes do Comunicanto ficam meu aplauso e amplexo, com a certeza do convívio graticado.

Para conhecer mais o Coral, acesse “coralcomunicanto.blogspot.com/”
por que de mim; conheceram tudo, rs,rs,rs.

Afonso Rego
Enviado por Afonso Rego em 16/07/2011
Reeditado em 01/09/2022
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