Chico Buarque de Holanda, Iracema Voou
A canção de Chico Buarque Iracema voou nos remete a questão da inocência de Iracema, que por sua vez é a representação indianista. No quinhentismo, os selvagens ameríndios sofreram grande influência dos europeus, por meio de trocas dos seus recursos naturais, por objetos, tais como: espelhos, facões etc. Esse processo vem se repetindo até os dias de hoje, no século XXI. A América é conceituada como a América do Norte, precisamente os Estados Unidos. A nação brasileira, que já foi subjugada a Portugal, hoje é uma colônia da potencia capitalista Estados Unidos.
Nos versos “Iracema voou / Para a América / Leva roupa de lã / E anda lépida” notamos o brasileiro saindo de suas terras indo até ao território norte-americano, onde o clima é diferente, mais frio, e conseguintemente será necessária uma boa roupa de lã. Quando diz que Iracema anda lépida, refere-se à realização pessoal dos emigrantes frente os outros costumes e uma idealização de outra cor local.
A Iracema tratada na canção nem sequer domina o idioma de onde se encontra, e por isso lava chão e ainda sai com um mímico – que é conhecido por trabalhar às margens do asfalto, a fim de um trocado.
O trecho “Tem saudade do Ceará / Mas não muita / Uns dia, afoita / Me liga a cobrar / É Iracema da América” massifica a ideia de que se trata do deslocamento da natureza brasileira para outra nação. A tratada Iracema tem saudades do Ceará – que significa sua origem – e é a Iracema da América, que naturalmente, como anteriormente mencionado: e a menção à retratação do homem aos moldes da chamada terra brasilis.