O Clássico das Orquestras

Musica. Tradução evidente dos sentimentos oníricos e reais em nossas vidas. Quem, por mais desafinado ou descompassado que seja, não tenha tentado uma ou duas estrofes de uma música popular de sucesso, ou mesmo alguns trechos das obras dos grandes autores.

'Tam, dam, dam, dam... tam, dam, dam dam...'

Assim, começa o primeiro compasso da 'Quinta Sinfonia' de Beethoven, um dos clássicos mais conhecidos mundialmente. 'As Quatro Estações', de Vivaldi, as suítes da Tchaikovsck, os noturnos de Liszt e os pianos de Chopin e Debussy, dentre muitos outros.

Contudo, a perfeita condução para estas belas e bem escritas obras se deve única e exclusivamente ao grupo de outros artistas que, em perfeita união, edificam a grandeza da criação dos grandes autores.

Como mensurar a importância de uma orquestra?

A reunião, no palco, dos mais de uma centena de músicos, nos dá a dimensão do quanto é importante a disciplina e a interação de cada componente.

Na sua composição, uma orquestra sinfônica, reúne os mais variados instrumentos para a perfeita união dos sons e para o avivamento das obras executadas. O conjunto de cordas, composto por violinos, violas, rabecas, celos e contra-baixo acústico, pianos, pianolas, cravos e harpas. Na sequência, temos o grupo dos metais, que é composto pelos instrumentos de sopro. São os clarins, clarinetes, cornetas, pistons, trombones, saxofones, trompas e tubas. Estas últimas servem para destacar um tom mais solene às execuções.

Neste grupo ainda entram outros instrumentos que, por não serem de metal, fazem parte do grupo de sopro. São os oboés, os fagotes e as

ocarinas. Os dois primeiros são confeccionados em madeira especial que permutem uma ressonância musical muito boa. Já a ocarina, esta é confeccionada em terracota especial, que é uma espécie de barro.

Ainda fazem parte dos metais as flautas, o bombardino, que é uma espécie de tuba mais aguda e os pífanos.

Na percussão, temos o grupo de tímpanos, tambores, pratos e os acessórios de fundo como os tíbales, triângulos, sinos, vibrafones e xilofones, dentre outros inusitados.

Diante de toda essa parafernália de instrumentos está a figura máxima do regente ou maestro. Condutor de cada etapa da apresentação, cabe à ele definir o momento exato para a 'entrada' de cada instrumento na execução musical. Um bom exemplo disto está na obra de Maurice Ravel, em seu 'Bolero'.

Esta peça musical, tem seu compasso repetitivo à cada um dos instrumentos da orquestra, sendo que, os repiques da percussão são constantes desde o início, até o final.

Esta obra tem a duração de dezessete minutos e, embora seja de compasso repetitivos, como já disse, não é monótono e prende o ouvinte pelo lirismo e suavidade de sua execução. Cada instrumento é adicionado individualmente e é aí que se nota a importância de cada um deles, no diferencial de seus tons.

O grande ápice desta obra se concretiza já próximo do final quando, com vigor, há a reunião de todos os instrumentos e é concretizado o seu desfecho.

Vale a pena ouvir e 'interpretar', pelo menos mentalmente, a beleza de uma orquestra sinfônica e desfrutar da magia musical que só é possível com muita disciplina e interação.

Que bom se o mundo fosse como uma orquestra e buscasse, como na

música, o melhor entendimento para resolver os seus problemas.

Escrevi este artigo, mentalizando a obra do próprio Maurice Ravel, intitulada 'Daphne & Cloé - Suíte nº 2', que recomendo.