Enquanto Isto no Reino de Brazuela...
Primeiramente, não custa lembrar, como é de praxe, que esta é uma peça de ficção e que, portanto, quaisquer semelhanças com personagens, locais, datas e eventos, não passam de mera coincidência.
Na República Democrática de Brazuela, segundo especialistas ouvidos pela Rede Goebbels, a principal guerra travada é de narrativas. A verdade não importa muito. Quem souber contar a história que tenha mais credibilidade dentre a população e que seja mais verossímil ganha a guerra.
Em Brazuela o Chefe da Polícia Federal, a serviço do Supremo Xandrix, vinha, a mais de dois anos, conduzindo com sua reconhecida competência, uma investigação a respeito de um suposto golpe tentado e não efetivado, durante o último pleito eleitoral que consagrou nas urnas sir Lulalah de Silvarax, que saído direto da masmorra, fora levado ao poder com apoio dos Lordes da Corte Máxima, em pleito descaradamente fraudulento.
Muitos supostos golpistas já haviam sido presos e condenados, mas os investigadores não conseguiam provas contra os líderes da conspiração.
O chefe da polícia federal estava constrangido e reticente em mostrar um relatório de 888 páginas, ser desmoralizado e virar alvo de deboches e zombarias por todo o país por longos anos.
Uma reunião secreta acontecia no palácio de Sir Lulalah com membros do alto escalão. Nesta reunião o chefe da guarda era cobrado sobre o relatório que levaria para a masmorra os líderes da trama golpista, no mesmo dia que Dom Bestôn de la Francia, um conhecido maluco do reino se suicidou com um rojão na cabeça. Aliás foi só por este fato que a reunião secreta se tornou pública.
O chefe da polícia política dizia que o relatório não estava pronto por que eles não haviam conseguido provas ainda. O supremo Xandrix se irritou, “use a criatividade, caralho”
Alguns dias depois o tal relatório foi apresentado e a narrativa foi montada para finalmente levar a prisão os lideres golpistas.
A imprensa oficial e os apoiadores do governo entraram em êxtase e começaram um carnaval temporão que durou vários dias. Finalmente Sir Bolsonarion o líder golpista seria preso,
A polícia federal havia pegado trechos de conversas de redes sociais através do celular de Sir Cid, ex-ordenança de Sir Bolsonarion, e completado com a tal criatividade, para montar uma narrativa que servisse a seus propósitos.
Segundo esta história, dois anos antes, havia se formado um complô para assassinar membros do governo e do judiciário, para que na sequencia ocorresse a tomada de poder.
Os temidos “Boinas Negras”, das forças especiais, estavam a frente da operação, e os caras teriam feito toda a trama através de redes sociais, deixando ali suas conversas gravadas e teriam ainda imprimido em computador oficial do governo anterior, todo o plano do golpe.
O golpe não pôde ser efetivado porque o membro encarregado de sequestrar o Supremo Xandrix não conseguiu pegar um taxi na hora programada. Esquecera também o trapalhão, de comprar veneno para rato.
Foi muita humilhação para Brazuela. O mundo passou a dizer que até nossos golpes são Tabajara. Terroristas, golpistas, ditadores do mundo inteiro passaram a debochar de nós e nos lacrar nas redes sociais.
A alegria da grande mídia oficial e dos apoiadores de Lulalah durou pouco, já que a história sem pé nem cabeça não convencia quem tinha mais de dois neurônios funcionando.
Por não ter como se manter de pé esta narrativa foi mudando ao longo de dias e já temos o golpe, o golpe do golpe, o contragolpe etc.
O problema é que a parte cômica desta narrativa termina onde começam as tragédias que se abatem sobre milhares de pessoas e suas famílias vitimadas pela sanha persecutória deste regime psicopata.
Esta turma está querendo, mesmo sem provas e com um processo grotesco prender o líder Bolsonarion. Brazuela está nesta expectativa e promete parar se isto acontecer.
Vamos para os próximos capítulos.