TERAPEUTAS DO DESERTO...A VIDA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS... Um olhar da PSICOLOGIA...⛪️💥 🙏⛪️💥⛪️

Neste livro TERAPEUTAS DO DESERTO os autores JEAN-YVES LELOUP E LEONARDO BOFF nos convidam a refletir sobre a vida de São Francisco ajudando-nos a entender e a refletir sobre a sua caminhada espiritual , bem como os seus ensinamentos sempre presentes. São Francisco é sempre muito atual, aprendemos muito com o seu exemplo.

Os autores fornecem uma visão holística e integrativa que ajudam a compreender a imagem do ser humano que se projeta a partir de São Francisco de Assis, integrando alguns conceitos da Psicologia presentes neste itinerário espiritual.

ALGUMAS CURIOSIDADES DE SÃO

FRANCISCO DE ASSIS.

Francisco era um jovem filho da burguesia de Assis. Seu pai era um rico comerciante e Francisco ainda jovem vivia "tipo hippie" para a época, alegre e despreocupado, fazendo festas e cantando canções, vivia sem preocupações; era nesses ambientes festivos que ele gostava de ficar.

Até então Francisco era um homem comum com ambições, desejos,fraquezas, como tantos outros rapazes da sua época.

Porém, mesmo antes da sua conversão ele demonstrava uma compaixão e um amor surpreendente pelos pobres e na ausência do pai levava os mesmos a sua casa e oferecia fartas refeições aos mesmos.

Falar de São Francisco é lembrar sempre da sua compaixão e da sua ternura. Apesar da família burguesa de onze irmãos, Francisco era semianalfabeto, não se empenhava nos estudos e escrevia muito mal o latim.

Na sua ruptura chamada de "metanoia" ele renuncia a toda riqueza, abandona a sua casa e doa todos os seus ricos pertences e se dirige às cavernas do Monte Subásio, nos arredores da cidade. Veste a roupa dos penitentes, o manto rústico e com o seu cajado acaba vivendo nas cavernas entre orações e penitências.

A sua outra ruptura aconteceu quando Francisco encontra um leproso e o abraça; segundo ele ao olhar o leproso em seus braços via Jesus Cristo em seu lugar. Para a época os leprosos eram o símbolo do pecado e da rejeição e eram considerados pecadores públicos.

O Testamento que ele escreve antes de morrer diz: " Como eu estivesse em pecado, parecia-me deveras insuportável olhar para os leprosos. O Senhor mesmo me conduziu no meio deles e eu tive compaixão e misericórdia. O que antes me parecia amargo converteu-se em doçura da alma e do corpo. Depois disto abandonei este tipo de mundo". (pg 32).

Francisco então abandona a família, aquele modo de viver e vai morar no meio dos leprosos, come da mesma comida e cuida deles com compaixão e carinho; com eles começa a anunciar o Evangelho pelos becos, para escândalo de todos, da sua família, dos amigos...

Uma das suas seguidoras foi CLARA DE ASSIS que também abandona tudo, sua família, foge de casa para seguir com Francisco. Para Boff é um movimento que já nasce masculino e feminino. integrando estes dois princípios na relação de Clara e Francisco.

Uma das suas passagens mais emblemáticas é quando do aparecimento do Arcanjo Gabriel , com as suas seis asas onde saem fachos de luz. Ele percebe, nesse momento, que não é mais o anjo que ali está e sim o próprio Cristo crucificado.

Suplica a Deus para sentir o que Jesus passou, o seu imenso desespero diante de Deus e o seu infinito abandono.

Quando acorda Francisco vê em seu corpo as "chagas de Jesus," os estigmas nos pés, nas mãos, no lado. Enche-se então de alegria, de identificação, sentindo-se como o próprio Cristo.

(pg 41).

São Francisco viveu em uma época em que o mundo cristão se dividia em clérigos e leigos; São Francisco com toda a sua simplicidade sempre se afirmou um leigo, assim não era considerado padre, não pedia licença a nenhum pároco, bispo ou papa, mas tinha a força do evangelho. Seguia ao "Cristo Pobre" e pregava não nos templos, mas de forma livre e itinerante.

ALGUMAS OBSERVAÇÕES DA

PSICOLOGIA.

Quando indagado a São Francisco porque era a ele que as multidões seguiam, ele responde simplesmente que '"ele era a pessoa mais vil, mais pequenina, mais feia e mais pecadora para mostrar as suas maravilhas".

Quando perguntado ao Jung " Por que a sua trajetória?" e Jung já no final da sua vida responde: " Desde que eu comecei este diálogo profundo com o inconsciente coletivo e cósmico, eu coloquei toda a minha vida a serviço do arquétipo. Para que o arquétipo se manifeste e eu pudesse criar o espaço para ele realizar a sua trajetória e a sua revelação".

Percebemos então que as respostas são diferentes, Francisco usa a linguagem religiosa, já Jung utiliza a linguagem científica. Mas interessante que ambos revelam e expressam vivências profundas, baseadas nas suas próprias buscas e respostas e mesmo em contextos diferentes podemos abstrair muitas convergências.

Este "diálogo cósmico " a que Jung se refere pode ser visto como a junção e renovação de todas as vivências experimentadas ao longo das várias gerações, daí surgindo os arquétipos. Este aprendizado é necessário para que o homem caminhe rumo a sua individuação e seja novamente lapidado.

Se a caminhada espiritual de Francisco, seus ensinamentos estão sempre presentes, se fortalecendo e renascendo nos novos tempos podemos dizer que São Francisco acaba se tornando um "arquétipo" que penetra no fundo do nosso inconsciente coletivo e humano, assim a imagem de São Francisco de Assis será eternamente lembrada por todos nós.

Observamos então que tanto Francisco, assim como Jung percorrem um longo caminho de busca interior até iniciarem o processo de humanização ou de individuação, cada qual dentro do seu próprio contexto.

Então muito além de conhecer relatos da sua vida, ganhamos quando entendemos a sua subjetividade e o modo de ser de Francisco; ao longo da sua caminhada ele vai abandonando o supérfluo, eliminando totalmente essa vida mundana e o seu EGO, para viver na simplicidade e nas suas orações. Francisco encontra assim um propósito maior na sua vida ao desenvolver a sua compaixão e sua misericórdia pelos mais necessitados.

Nas palavras de Leonardo Boff, " Francisco quebra a pretensão do complexo do EU que se autoafirma e por isso se descentra. Porque o verdadeiro centro do ser humano não é o EU, é o SELF, é Deus, é o irmão, é o outro." (Pg 79).

Ao encarnar o próprio Cristo, sentir o que ELE sentia, toda a sua solidão e abandono e ao perceber as chagas de Jesus no seu próprio corpo, podemos entender que ocorreu um processo de identificação muito profundo com o próprio arquétipo vivo e presente de Jesus.

Assim, toda a mística de São Francisco é uma mística de identificação com o próximo, ele fala a linguagem do amor, ele fala com a sua alma e o seu coração.

Mesmo diante da sua grandeza Francisco sempre foi muito humilde, e como diz Leloup "ele sabia que era pó e que ao pó retornaria; e o que é o ser humano, senão esta poeira que caminha para a luz e que dança nela?."

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Um pouco antes de partir na presença da Santa Clara, Francisco afirma estar no Reino de Deus. Manda chamar um frade que era músico e diz-lhe para musicar o poema: O CÂNTICO DO IRMÃO SOL.

Assim nasce esses famosos versos e para Leonardo Boff nesse hino do do Irmão Sol, quem fala não é a consciência de São Francisco. Quem fala é o arquétipo, como dizem todos os místicos, quem fala é a totalidade subjetiva de quem mergulhou na profundidade, encontrou o seu centro, o seu sol interior.

A partir daí, vê todos os arquétipos em sua totalidade: o arquétipo do Altíssimo acima dele, o arquétipo do Senhor Irmão Sol, o arquétipo da Mãe e Irmã Terra.

Da união do céu e da terra faz surgir todos os pares masculino e feminino: o 🌞 sol e a 🌙 lua, o 🔥 fogo e a água, a ☔️ chuva e o vento...

Reflexões feitas a partir do livro:

TERAPEUTAS DO DESERTO.

De Fílon de Alexandria e

Francisco de Assis

a Graf Dürckheim.

Autores:

JEAN-YVES LELOUP e

LEONARDO BOFF.

DIA 04/10 - DATA DE COMEMORAÇÃO

A SÃO FRANCISCO DE ASSIS.

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Ouçam a musica:

ORAÇÃO DE SAO FRANCISCO.

Na voz de FAGNER.

https://youtu.be/Au_o5N6-DUM?

Lélia Angélica
Enviado por Lélia Angélica em 28/09/2024
Reeditado em 29/09/2024
Código do texto: T8161815
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