Paulo em Corinto Atos 18.1-11
Após Paulo deixar apressadamente a cidade macedônia de Bereia e seguir para a cidade grega de Atenas, poucos dias depois, Silas e Timóteo se juntaram a seu companheiro missionário. Supõe-se que, em Atenas, Paulo escreveu uma de suas cartas à igreja cristã de Tessalônica, e esta foi levada por Timóteo ou por Silas. Depois, Paulo seguiu para a cidade grega de Corinto, para estabelecer, nela, uma igreja cristã.
Quando os romanos começaram a expandir seus domínios, legiões comandadas pelo general Lúcio Mummius Acaico, em 146 a.C., invadiram a cidade de Corinto e a destruiu. Décadas depois, o imperador romano, Júlio César, reconstruiu a cidade, a embelezou e lhe deu a condição política de colônia, residência oficial do procônsul romano, e capital da província senatorial de Acaia, o mesmo que Grécia.
Corinto centralizava o “comércio entre o Oriente e Ocidente” por meio de Lechaeum, porto situado no Golfo de Corinto, e de Cencreia, porto localizado no Golfo de Sarona. A carga marítima descarregada nesses portos era transportada para ser consumida pelo comércio da cidade de Corinto, através do Istmo de Corinto. Esse comércio marítimo facilitava a circulação de povos estrangeiros, como gerava muita riqueza para essa sociedade grega.
Essa cidade grega abrigava templos dedicados a Afrodite, a Ísis, a Serápís, a Magna Mater e a Melcarte, como cultivava a promiscuidade sexual praticada em templos dedicados a um panteão de deuses.
Segundo Estrabão (63 a.C. a 23 d. C.), que era cidadão grego, historiador, escritor, geógrafo e filósofo, registrou que, em Corinto, funcionavam um suntuoso templo dedicado à deusa Afrodite, o qual era assistido por mil donzelas, escolhidas pela beleza, riqueza e posição social, as quais se apresentavam totalmente nuas para manterem relações sexuais com qualquer homem que se apresentasse no ambiente religioso.
Nessa sociedade de densa escuridão pecaminosa, entendiam os gestores que os deuses eram os verdadeiros donos de seus bens e propriedades e, que, para agradá-los, era preciso sacrificar a virgindade das donzelas para agradá-los.
E foi por causa do estado de promiscuidade sexual dessa comunidade, que, pouco tempo depois, o apóstolo Paulo dirigiu à igreja cristã dessa cidade, cerca de quatro cartas apostólicas, aconselhando seus fiéis a não se contaminarem sexualmente com os costumes pecaminosos nela praticados.
Ao chegar a Corinto, vindo de Atenas, o apóstolo encontrou o casal Priscila, uma cristã romana, e Áquila, judeu cristão, que haviam sido expulsos de Roma pelo imperador Cláudio. Esse trio cristão era constituído por profissionais fabricantes de tendas de couro, um produto muito procurado naqueles dias. Muitos rabinos exerciam essa profissão como forma de remuneração.
Enquanto fabricava tendas para se sustentar financeiramente, aos sábados, Paulo costumava, como sempre, frequentar a sinagoga local, onde dirigia a palavra aos presentes, mostrando-lhes que o senhor Jesus Cristo era um personagem judeu e rabi que exerceu seu ministério na Galileia.
E quando Timóteo e Silas chegaram a Corinto, Paulo abandonou a profissão de fabricante de tendas para se dedicar, exclusivamente, à pregação do Evangelho da graça divina. O trabalho evangelístico levou muitos judeus e gregos a aceitarem a mensagem do Evangelho, dentre os quais, Crispo, que era o chefe da sinagoga, como membros de sua família, todos, sendo batizados por ele (I Coríntios 1.14).
Conclusão dos fatos Atos 18.12-23
Enfurecidos ao verem judeus e gentios se converterem a Jesus de Nazaré, a liderança que comandava a filial da Loja Central de Jerusalém, que devia funcionar em Corinto, prenderam a Paulo e o conduziram ao tribunal romano, acusando-o de ser um sedicioso que estava induzindo a comunidade a cultuar ao Deus Eterno, de modo contrário ao conteúdo da Lei de Moisés.
E mesmo antes que Paulo se defendesse, o procônsul romano, de nome Lúcio Júnio Gálio Ariano, expulsou o judeu maçom do tribunal, pois, o caso nada tinha a ver com a lei romana. Gálio havia sido nomeado procônsul da província da Acaia, pelo imperador Cláudio César, em julho de 51 d.C. O procônsul Gálio era irmão de Lúcio Sêneca, filósofo estoico e tutor de Nero César.
Após passar cerca de 18 meses na cidade de Corinto, Paulo, acompanhado de Silas, Timóteo, Lucas, Áquila e Priscila, seguiram ao porto de Cencreia, embarcaram em um navio e navegaram para a cidade de Éfeso, na Ásia Menor, território da atual Turquia. Em Cencreia, situada no Golfo de Sarona, Paulo raspou o cabelo, devido ao término do voto que fizera.
A convite da liderança religiosa judaica da sinagoga de Éfeso, o missionário destemido apresentou aos fiéis a mensagem de que Jesus de Nazaré era um rabi judeu atuante na Galileia. Depois de deixar o casal Áquila e Prisila cuidando da igreja cristã que ajudou instalar em Éfeso, Paulo e sua equipe embarcaram em um navio e velejaram com destino ao porto de Cesareia.
Em seguida, por terra, seguiram para Jerusalém, apresentaram relatório da obra missionária à igreja cristã, e em seguida Paulo desceu a Antioquia.
A Segunda Viagem Missionária teve início em Antioquia, na Síria, no ano 50 d.C., e terminou em 53 d.C.
Questionário dos fatos
1.Quando começou e terminou a viagem missionária?
A Segunda Viagem Missionária começou no ano 50 d.C., logo após a Convenção de Jerusalém, e terminou no ano 53 d.C.
2.Qual foi o objetivo dessa obra missionária?
Durante três anos e meio o Senhor Jesus de Nazaré preparou um grupo de 12 discípulos, para que esses futuros líderes dessem continuidade à propagação de sua mensagem de vida eterna a todos os povos, tribos, línguas e nações.
E foi nessa missão que Paulo e Silas partiram para visitar igrejas abertas anteriormente em Derbe, Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia. Em Listra, o jovem Timóteo seguiu com Paulo e Silas para Trôade, no litoral da Turquia. Nessa cidade, além de abrirem uma igreja, encontrou-se com Lucas, filho de pai grego residente em Antioquia.
Lucas, que era médico, se somou ao trio missionário e navegaram para a Macedônia, desembarcando no porto de Neápolis. Por terra, viajaram para Filipos, Antípolis, Tessalônica e Bereia, cidades onde fundaram igrejas cristãs.
Depois, seguiram para a Grécia, e fundaram igrejas em Atenas, Corinto e Cencreia. Em seguida, navegaram para a cidade turca de Éfeso. Áquila e Priscila ficaram cuidando da igreja cristã local. Algum tempo depois, o trio missionário navegou para Cesareia, e por terra seguiram para Jerusalém. Logo, Paulo desceu à cidade de Antioquia.
3.Os missionários sofreram perseguição religiosa?
Sim. Na cidade macedônia de Tessalônica, perseguidos por judeus maçons, se apressaram em seguir para Bereia, onde foram bem recebidos, porém, esses judeus maçons de Tessalônica seguiram para Bereia, determinados a matar o missionário Paulo de Tarso.
Também, na cidade grega de Corinto, judeus maçons da sinagoga local prenderam Paulo e o conduziram ante o tribunal romano, mas esses bodões maçons foram expulsos pelo procônsul romano de nome Gálio.
Livro – Vida eterna, volume 2
Autor – Raimundo Nonato Freitas de Cerqueira
Editora – Clube de Autores
Link – www.clubedeautores.com.br
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Paulo, cidadão judeu e romano, poliglota, ex-procurador do Sinédrio judaico, ao aceitar a Jesus de Nazaré, deixou suas atividades seculares e passou, exclusivamente, para levar a mensagem do Evangelho, não somente ao povo judeu, mas à Macedônia, Grécia, Ásia Menor [hoje, a Turquia], anunciando que o Nazareno era o Messias anunciado pelo legislador Moisés, conforme Deuteronômio 18.15-18.
Estando na cidade grega de Corinto, dirigindo-se à comunidade cristã que havia estabelecido, constituída por judeus e gregos, os informou que Jesus de Nazaré não era um ser amaldiçoado, como costumavam dizer fariseus incircuncisos de tocaia (Coríntios 12.3):
“Portanto vos quero fazer compreender que ninguém que fala pelo Espírito de Deus, diz: Jesus é anátema [amaldiçoado]; e ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor [Yahweh], senão pelo Espírito Santo” de Deus.