A CONSTRUÇÃO DO CASTELO DE BOLLINGEN...E SUA ÁURA MÍSTICA...🏰💥🏰💥🏰💥🏰

A CASA DE PEDRA AO REDOR DO LAGO.

É uma morada primitiva

Construída a beira do lago.

Envolta de muita paz e silêncio

A auréola contagia,

Só se ouve o barulho dos ventos.

Ao redor da natureza

No centro, cercada de muitas pedras

Lembra até uma cabana de chão batido.

Mas o fogo brilha e ilumina

Aquece nas noites frias!

Que sensação de totalidade

De refúgio e de abrigo.

Um lugar de muita energia fluindo

Não só no corpo, mas também na alma

Lá têm histórias e vidas!.

Ela desperta

Um sentimento intenso de renovação.

É um recanto de reflexão e de imaginação

Quanta paz de espírito!

Aberta para o céu e a natureza

Ela se integra

Com a energia da água, da terra , do ar e

do fogo.

Em meio às emoções surgem as imagens,

O abrigo de todos os nossos desejos em

fantasias.

Seria ali a "Morada dos Sonhos?".

Reedição.

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Comentários atualizados,

com acréscimos.

Esta poesia foi feita por mim, nos apanhados das leituras referentes à construção da CASTELO DE BOLLINGEN de JUNG, construída às margens do Lago Zurique, na Suíça.

Jung sentia necessidade de representar seus pensamentos mais íntimos e todo o seu saber em meio a natureza e às pedras, e tinha certeza que era necessário construir a sua Torre à beira do lago; sendo muito místico acreditava que poderia "renascer das pedras".

Ao construir o muro de separação, do qual ele chamou de jardim, ele precisava das pedras. Mas ao invés da pedra triangular que ele havia pedido, entregaram a ele uma pedra em forma de cubo, de dimensões bem maiores.

E imediatamente Jung aceitou e resolveu esculpir na pedra uma estrofe latina do alquimista Arnauld de Villeneuve:

"Eis a pedra, de humilde aparência.

No que concerne ao valor, pouco vale

Desprezam-na os tolos

E por isso mais a amam os que sabem."

Jung fazia questão de viver uma vida simples e conservar e honrar as imagens dos seus antepassados, e assim a Torre dava-lhe a impressão de continuidade no tempo e desse renascimento. Lá não havia água instalada e nem eletricidade.

"A Torre de Bollingen não era para Jung, apenas uma casa de férias. Na velhice, ele passava lá metade do ano trabalhando e descansando. "Sem minha terra, minha obra não viria à luz." Até idade avançada, Jung fazia exercício cortando lenha, tratando a terra, plantando e colhendo. Nos seus anos de mocidade, a paixão era velejar e praticar outros esportes náuticos. (A.J). Pg 255.

Jung ampliou a sua casa e em 1923 construiu mais dois andares, a primeira casa de plano circular, uma habitação em forma de torre.

Para ele , a sua casa era como se fosse a "morada materna".

Jung era tão obstinado, pois queria que a sua casa representasse tudo que ele queria exprimir e desejar e em 1927, acrescentou a ela uma construção central, com um anexo, em forma de outra torre.

Não satisfeito, em 1931, depois de quatro anos, o apêndice em forma de torre foi reconstruído e tornou-se uma verdadeira torre .

Na segunda construção, reservou um aposento exclusivo para ele para as suas meditações.

Em 1935 Jung sentiu um desejo de ter um pedaço de terra cercado, que fosse aberto para o céu e para a natureza, então a construção acrescentou um pátio e uma "loggia"

ao lado do lago, constituindo a quarta parte do conjunto, separada das três outras do complexo principal.

Nascia ali uma "quaternidade"", quatro partes de construção diferentes, construídas ao longo de 13 anos".

Pode se dizer que Jung construiu a sua torre como em espécie de sonho, somente mais tarde ele percebeu que construiu o símbolo da "totalidade psíquica".

Parece que não foi por acaso que Jung construiu seu Castelo 🏰 em forma de torre.

Desde o início, a torre foi para Jung um lugar de amadurecimento, um seio materno ou uma forma materna onde ele podia ser de novo como era, como é, e como ele queria ser. Ali, havia o retorno às suas raízes e a representação da sua "individuação".

Jung enfatiza o processo de individuação onde a pessoa se distingue das outras, não se mistura com os demais no psiquismo coletivo.

Ele pintou as paredes do seu quarto, de forma que exprimisse um local, um mundo de solidão, do presente ao intemporal. Ali era um recanto de reflexão, um lugar de concentração espiritual .

Aberta para o céu e a natureza, a torre nos remete a aproximação com os Deuses, o encontro com o Sagrado; simbolicamente podemos comparar com o processo alquímico que traz a ideia de dinamismo, de movimento, da transmutação ou transformação para uma fase superior do nosso desenvolvimento.

Ela também pode nos lembrar a Torre de Babel, a passagem bíblica narrada no livro de Gênesis (11:1-9) que metaforicamente também poderia representar a entrada para a porta dos céus e o encontro com a Divindade.

As torres na Bíblia nos remete a ideia de segurança, assim como as palavras de Deus podem ser comparadas a uma torre, pois ela direciona, ampara, protege e nos fortalece...

Mas é preciso estarmos sempre vigilantes, pois as torres também podem ruir...

Enfim, não faltam referências ao arquétipo "torre" comparados ao processo de crescimento, transformação e do reconhecimento dos nossos valores para o nosso auto desenvolvimento e crescimento espiritual!.

" Em Bollingen sou mais autenticamente eu mesmo, naquilo que me concerne. Aqui sou, por assim dizer, um filho "arquivelho" de sua "mãe ". Assim fala a sabedoria dos alquimistas, pois o "velho", o "arquivelho" que eu sentira em mim, quando criança, é a personalidade número dois que sempre viveu e sempre viverá, fora do tempo, filho do inconsciente materno."(pg 258).

Bollingen proporcionou ao Jung esse mergulho no seu mundo interno, sempre em busca do seu proprio processo de individuação; na Torre, em meio às suas reflexões e o contato com a natureza, ali ele conseguia ser ele mesmo.

Faz referência a imagem arquetípica da "grande mãe ", a nossa mãe universal que sempre nos protege e sempre continuará existindo e sempre cuidará de nós; todos nós carregamos o velho ou o arquivelho, ou a "nossa criança ", todos somos filhos do inconsciente materno!.

"Em Bollingen mergulho no silêncio e vivo "in modest harmony with nature". Idéias emergem, do fundo dos séculos, antecipando portanto um futuro longínquo. Aqui se atenua o tormento de criar, aqui criação e jogo se aproximam".

Do livro: Memórias, Sonhos, Reflexões.

Autor: CARL GUSTAV JUNG.

Capítulo: A TORRE.

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Assistam aos vídeos: Imagens de Jung e

do Castelo de Bollingen.

https://youtu.be/kgrnIBgOQKM?si=1D-

M_3jV1hJtkDWx

https://youtu.be/zKFzGoJrsSQ?

si=tbo7kvdGi0IximJO

Lélia Angélica
Enviado por Lélia Angélica em 15/07/2024
Reeditado em 15/07/2024
Código do texto: T8107144
Classificação de conteúdo: seguro
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