Sob o sol: resiliência dos Abrantes no Sertão

A família Abrantes do sertão paraibano possui estreita relação com os Félix, notadamente após o casamento de Manoel Galdino da Costa com Francisca Abrantes da Costa.

Os ascendentes da família Abrantes são Manoel Estrela Cabral (1813 - 1870), natural de São Miguel, Açores, Portugal, e Procópia Francisca de Sá (1831 - ?), natural de Sousa, filha de José de Abrantes Ferreira (1800 – 1850) e Ana Maria de Sá (1805 - ?). Manoel e Procópia são os pais de Abílio Estrela de Abrantes (1868 - ?), originário da Lagoa dos Estrelas, casado com Ana Sarmento Estrela de Abrantes (1870 - 1950), natural de Boa esperança, na região do Lastro.

A pele branca e os cabelos meio amarelados não o deixavam mentir, Abílio era um típico descendente de colonizadores europeus, que desbravaram os rincões dos sertões no início do século XVIII. Após ficar viúva, na década de 1940, Ana Sarmento passa a residir no entorno de São Gonçalo, no Sítio Cajá, propriedade do Senhor Casé, onde morreria de câncer em 1950.

Filhos do casal Abílio Estrela de Abrantes e Ana Sarmento Estrela de Abrantes (Ana Maria de Abrantes):

1. Manoel Estrela de Abrantes – Manoel Abílio (1899 – 01.09.1975), guarda do DNOCS em São Gonçalo, casado com Ana Maria de Abrantes (1908 - ?). São filhos do casal:

1.1. Francisca Estrela de Abrantes (11.12.1922 – 02.02.1997), casada com Francisco Constantino (30.11.1919 - 29.06.2013). São os pais de:

1.1.1. Geraldo Constantino de Abrantes (? – 29.01.2009).

1.1.2. Damião Constantino de Abrantes, viúvo.

1.1.3. Gilson Constantino de Abrantes (22.07.1947), casado com Tereza Rocha (18.02.1949).

1.1.4. Francisco Constantino de Abrantes (1948), casado com Maria do Socorro Constantino (? – 01.10.2018).

1.1.5. Marilita Constantino de Abrantes Estrela (03.04.1958), casada com Manoel Abrantes Estrela (28.10.1958).

1.1.6. Aldeneide Constantino de Figueiredo (30.07.1959), casada com José Figueiredo de Lacerda.

1.1.7. Mariney Constantino de Andrade (04.11.1960), casada com Mazinho.

1.2. Manoel Estrela de Abrantes – Nezinho (1938 - 12.05.2000), casado com Maria Mendes de Abrantes – Carmelita (15.08.1941 – 27.07.2015). São os pais de:

1.2.1. Maria Auxiliadora de Abrantes (1969- 04.09.1976)

1.3. João Estrela de Abrantes (? – 28.07.2018), casado com Carmina da Costa Abrantes. São os pais de:

1.3.1. Estrela, falecido de covid.

1.3.2. Fátima Abrantes, casada com Inaldo Dantas de Melo, filho de Miguel Dantas de Melo e Francisca Dantas de Melo.

1.3.3. Neriovaldo Estrela de Abrantes (03.11.1960 – 09.10.2022).

1.3.4. Selma Abrantes (20.06.1964)

1.3.5. Celinha Abrantes

1.3.6. Nonon Abrantes

1.3.7. Erisvaldo Estrela de Abrantes (Valdinho) (17.03.1971), casado com Alexiana Melo (25.05.1967), filha de Alexandre Rodolfo de Melo (30.01.1936 – 08.03.2011) e Josefa Pinheiro de Melo.

1.4. Severino Estrela de Abrantes (1929 - 31.12.1980), casado com Raimunda.

1.5. José Estrela de Abrantes - Dezinho (1940 – 02.03.2003), casado com Helena.

1.6. Terezinha Estrela de Abrantes, casada com Francisco Policarpo Furtado (Chico Salomão).

2. Alfredo Estrela de Abrantes (1900 – 04.07.1977), nascido na região do Lastro-PB, era casado com Maria Cabral de Sena (? - 1932). Maria Cabral era filha de Francisco Cabral de Sena, originário da região de Vieirópolis-PB, e morreria de parto, em São João do Rio do Peixe, em 1932, deixando na orfandade quatro inocentes crianças.

São filhos do casal Alfredo Estrela de Abrantes e Maria Cabral de Sena:

2.1. José Alfredo de Abrantes (1920 - 02.07.1984), casado com Judite Maria das Dores Abrantes. São os pais de:

2.1.1. Geraldo Abrantes, casado com Fátima.

2.1.2. Nilza Abrantes (09.12.1946), casada com Francisco Félix.

2.1.3. Josélio Abrantes.

2.1.4. Carlos Abrantes.

2.1.5. Maria Eliane Abrantes.

2.1.6. Maria do Socorro Abrantes, casada com Erivan.

2.2. Ana Maria de Abrantes (Morais) – Donana (16.09.1922 - 20.12.1993), casada com Antonio Soares de Morais (13.01.1918 - 13.07.1973), filho de José Soares de Morais (1887 - ?) e Venância Maria da Conceição (1895 - ?). São os pais de:

2.2.1. Jandui Soares de Abrantes (13.11.1942) casado com Lurdes Soares.

2.2.2. Lúcia Soares (10.11.1954), casada com Antonio.

2.2.3. Francisca Soares dos Santos (04.01.1955)

2.2.4. Cisa Soares

2.2.5. Genival Soares de Abrantes

2.2.6. Deca Soares de Abrantes

2.2.7. Geralda Soares

2.2.7. Maria Aparecida Soares (24.04.1963)

2.3. Francisca Abrantes da Costa – Chiquinha (03.06.1925 - 06.02.1999), casada com Manoel Galdino da Costa. A primogênita do casal é Maria da Costa Soares, conhecida como Nina, que nasceu no sítio Alto da Boa Vista, no dia 7 de janeiro de 1947, sob os cuidados da parteira oficial da região, Joaquina Antonia, com o nome original de batismo de Maria Abrantes da Costa. São seus padrinhos de batismo os seus avós paternos, José Galdino da Costa (Dadino) e Alexandrina Maria da Conceição (Vevea).

2.4. Antonio Alfredo de Abrantes (1929), casado com Rita Maria de Abrantes (02.06.1933 - 10.02.2015), sua prima legítima. São seus filhos:

2.4.1. Maria de Fátima Abrantes Ramalho (1956 – 20.03.2008), casada com Geraldo Gomes Ramalho (1950 – 11.11.2016).

2.4.2. Maria de Lourdes Abrantes Estrela (1957), falecida.

2.4.3. Manoel Abrantes Estrela, casado com Marilita Constantino de Abrantes. São os pais de: Sillas Abrantes Estrela (Farmacêutico).

2.4.4. José Abrantes Estrela (1964).

Alfredo Estrela de Abrantes, após ficar viúvo, casou-se em segundas núpcias com Antonia Francisca Rodrigues (1905 - 1978), no ano de 1935, com quem teve os filhos:

2.5. Maria Rodrigues de Araujo, casada com Aristóteles de Araujo Cabral (1913 – 06.11.1993). São os pais de:

2.5.1. Ana Maria de Abrantes, casada com Givanildo (falecido)

2.5.2. Francisco Abrantes de Araujo, casado com Fátima.

2.5.3. Manoel Messias de Araujo, casado com Ana.

2.5.4. João Abrantes de Araujo.

2.6. Olívio Abrantes, casado com Petinha.

2.7. Francisca Rodrigues (Dona Nenem), casada com Patrício.

2.8. Odete Abrantes, casada com João. São os pais de:

2.8.1. Erivan Abrantes (falecido)

2.8.2. Maria do Socorro Abrantes, casada com Gilvan (comerciante).

2.8.3. Vera Abrantes.

2.8.4. José Abrantes Vieira.

2.9. Abdias Abrantes, casado com Dona Ivone.

O casal morou no Sítio Pereiros entre 1935 e 1942. No início desse ano, quando se anunciava uma seca medonha, a família se muda para o Sítio Várzea do Canivete, próximo a São Gonçalo. Neste ano, em que uma grande leva de flagelados pousou em São Gonçalo, advindos das mais diversas veredas dos sertões, o agrônomo Dr. Paulo de Brito Guerra (02.02.1914 - 06.06.2006) chefiava o IAJAT.

Sempre que se assentava uma seca nos sertões, desde o período colonial, o nordestino apelava para o santo mais forte, de nome São José. O sertanejo é sujeito sábio. Aprendera com a sorte mais do que com a escola. Sabe da força de São José. Sabe que ele não é dono do mundo, mas tem poder porque é pai do Dono.

Em 1960, o casal passa a residir no Sítio Barro vermelho. No ano de 1972, após a desapropriação das terras para a construção do Perímetro Irrigado de São Gonçalo (PISG), a família retorna para o Sítio Pereiros.

3. Antonio Estrela de Abrantes – Antonio Abílio (06.09.1907 – 17.02.1986), radicado em Marizópolis, casado com Maria Venância da Conceição (15.08.1913 – 03.07.1966), filha de José Soares de Morais e Venância Maria da Conceição. São os pais de:

3.1. José Estrela de Abrantes (1935 – 06.06.2021), casado com Maria Salete Justino Pordeus (1935 – 2000), filha de Emídio Mendes Pordeus (1910 – 1961) e Alda Justino de Oliveira (1905 – 1963).

3.2. Pedro Estrela Abrantes (? – 09.10.2013), casado com Gercina.

3.2. Vicente Estrela Abrantes (? – 06.11.2013), casado com Neta.

3.3. Terezinha Estrela Abrantes (? – 03.02.2018), casada com José de Paiva Oliveira (falecido). São os pais de:

3.3.1. Telma Mendes, casada com Francisco Ailton Mendes.

3.3.2. Maria de Fátima Paiva de Abrantes Nascimento (20.05.1964 – 16.03.2016), casada com Francisco Raimundo do Nascimento (Bebeto de Raimundo Alves).

3.3.3. Carlajoane de Paiva Abrantes (1967 – 21.02.2019).

3.4. Francisca Abrantes Lins (01.08.1944 – 27.12.2020).

3.5. Raquel Estrela, residente em João Pessoa.

3.6. Maria do Céu Estrela.

3.7. João Estrela de Abrantes (14.07.1950), residente em Cajazeiras.

4. José (Abílio) Estrela de Abrantes (1909 – 09.07.1969), casado com Anna Maria da Conceição.

5. Raquel Estrela de Abrantes (1913 – 08.12.1933), casada com Adolfo José Sarmento (1894 - ?).

6. Maria Ana de Abrantes, radicada no Sítio Cajazeiras, município do Lastro, casada com José Pereira de Abrantes. São os pais de:

6.1. Vicente Abrantes, casado com Mariquinha.

6.2. Severino Abrantes, casado com Rita Flor de Abrantes.

6.3. Zezé Abrantes, casado com Osmanda.

6.4. Antonio Abrantes, casado com Maria Florinda de Abrantes.

6.5. Raimundo Abrantes, casado com Maria Abrantes.

6.6. Francisca Abrantes, casada com Dezinho.

6.7. Maria do Carmo Abrantes, casada com Severino.

6.8. Raquel Abrantes, casada com Antonio.

6.9. Donana Abrantes.

6.10. Rita Maria de Abrantes, casada com o seu primo Antonio Alfredo de Abrantes.

7. Olívio Abrantes (solteiro).

Algumas considerações sobre os sítios que se localizavam na região atualmente ocupada pelo Núcleo I:

- Cajá – uma grande área pertencia ao Senhor Casé e depois ao seu filho João Casé, enquanto outra área pertenceu a Senhor Pedro Bento;

- Várzea do Meio – localizava-se entre os Núcleos I e II, onde atualmente se encontram os lotes agrícolas. O sítio abrigou parte da valorosa família Dias;

- Exu e Várzea do Canivete – pertenceu ao Senhor João Casé;

- Barro Vermelho – grande área que pertenceu a vários agricultores, como: Severino Pereira, Belizário, Manoel Fernandes, Manoel Pereira, Mathias, Zabílio Gadelha, dentre outros;

- Bolandeira – grande parte da área pertencia ao Senhor Tixa (Aristóteles), porém, Dona Amélia Marques Pordeus Seixas e Augusto Marques também detinham posse de terras na área.

Segundo Sarmento (1999), a construção do PISG ocasionou grande destruição nas propriedades privadas e nas áreas públicas:

As máquinas destroem o que veem pela frente, grandes máquinas derrubando velhas árvores centenárias: oiticiqueiras, mangueiras, coqueiros, umbuzeiros, cajaraneiras, abacateiros, fruta-pãozeiros, juazeiros, cajazeiros, gravioleiras, cirigueleiras, sítios inteiros de bananeiras, tudo engolido pelo D8 de esteiras, força maior não se via.

A história da Família Abrantes no sertão é um testemunho vívido da reação e da força que permeiam a vida na região. Desde os ancestrais que desbravaram os sertões até os descendentes que enfrentaram as adversidades da seca e da desapropriação de terras, os Abrantes se mantiveram firmes, unidos pelo vínculo do sangue e da tradição. Suas histórias se enredam com as da comunidade, marcando a paisagem com memórias e legados que resistem ao tempo. No cenário árido e desafiador do sertão, os Abrantes escreveram sua história com determinação e coragem, deixando um exemplo inspirador para as gerações futuras.

Josemar Alves
Enviado por Josemar Alves em 28/05/2024
Reeditado em 17/09/2024
Código do texto: T8073252
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