🍁 🍃...ENTRANDO POR AQUELA PORTA VEJO A CADEIRA VAZIA...🌿 🍂
CADEIRA VAZIA.
Enfim, chegou a hora
De olhar para
A minha cadeira vazia.
Sinto um certo receio,
Mas sei que esse momento
Não deve ser adiado,
Esse encontro é necessário.
As lembranças agora emergem
Sinto a minha criança,
Ela se aconchega
Pede colo e me abraça.
Como não pude percebê-la
Ela que sempre esteve comigo!.
Como no despertar
De um lindo sonho,
Volto a brincar.
Que sentimento intenso
De liberdade,
E nessa simplicidade
Sou pura felicidade...
Já não há solidão,
Nem ausências,
Agora me fortaleço
Consigo ressignificar
Sentimentos tão pueris.
A minha criança interior
Agora vive comigo,
Ela é a minha melhor companhia!.
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Essa poesia traz um pequeno esboço da " Técnica da Cadeira Vazia", muito utilizada por terapeutas, uma proposta vinda da Gestalt Terapia trazida pelo psicólogo Fritz Pearls.
Têm como proposta o encontro pessoal do paciente com ele mesmo, pois ao sentar na cadeira vazia possibilita um diálogo íntimo com ele próprio, trazendo uma situação problema e a revivência de um cenário real, como se aquela vivência estivesse sendo revisitada novamente, naquele momento.
É uma técnica que tenta estimular e desenvolver toda a nossa capacidade imagética, o nosso lado criativo, onde a nossa percepção é modificada quando usamos a nossa imaginação, ou seja, através da vivência ou revivência de nossas experiências nós passamos a elaborar e ressignificar melhor os nossos sentimentos.
Nós temos uma tendência a querer respostas rápidas, parece que tudo precisa de uma explicação lógica e racional, mas muitas vezes obtemos muitos ganhos quando deixamos fluir e voltamos às nossas lembranças passadas, cujos sentimentos não conseguimos traduzir em palavras, mas conseguimos expressar através de recursos criativos que são estimulados.
E estes estímulos na Psicologia podem ser acessados através de atividades lúdicas, jogos, técnicas projetivas de desenhos, dramatizações, etc...
Como ex, temos as técnicas de "Sandplay "(Jogos de Areia) baseados nos conceitos de Jung; a técnica de " Role-play" trazendo a dramatização desenvolvido por Aaron Beck; o "Psicodrama" trazendo os recursos espontâneos de Jacob Moreno e várias técnicas projetivas de desenhos infantis, como o "Teste das fábulas " e o "HTP" etc...
E ao explorar a cadeira vazia por ser uma técnica lúdica, o paciente pode vir de encontro a vários sentimentos, alguns muito conflitantes como os traumas, as decepções e mágoas que não foram elaboradas e superadas, trabalha várias questões em diferentes abordagens, pois envolve uma ampla técnica em diferentes repertórios.
Interessante que na técnica da cadeira vazia, por ter um manejo muito flexível, o paciente tem a liberdade de projetar , desempenhar e misturar vários papéis , pode trazer o seu personagem real, partes ou facetas dele, podendo até acessar as partes desconhecidas, onde ele vai construindo um diálogo, e ao mesmo tempo que ele dá voz as suas angústias; nessa catarse ele consegue se apropriar e até ressignificar e entender melhor a sua história de vida.
O paciente ao se apropriar da sua história, não nega mais os acontecimentos que muitas vezes deixam profundas cicatrizes e marcas na sua vida; o passado não muda, mas podemos mudar as nossas possibilidades de compreensão, podemos ter um novo olhar e novos sentidos sobre o que foi vivido.
Através das situações e da compreensão dessas dinâmicas pode haver muitos ganhos como o resgate da dignidade e da auto estima , alívio das nossas carências e culpas e por ser uma atividade lúdica, traz de uma forma genuína e espontânea a compreensão da nossas vivências e por que não dizer que passamos a ser mais tolerantes e flexíveis e exercitamos a capacidade de perdoar e de sermos mais empáticos, pois ela também pode trazer a reparação dos nossos erros passados.
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A técnica da cadeira vazia é aprovada pelo Conselho Federal de Psicologia, é uma técnica científica, baseada em preceitos éticos. Deve ser aplicada por profissionais habilitados que dominem seu manejo; é uma técnica lúdica que trabalha os sentimentos do paciente, jamais pode ser desviada para outros propósitos que não sejam o bem estar e a melhora psicológica do paciente; ela é um recurso a mais durante o tempo que durar a terapia, ou seja, não substitui a terapia em curso.
Pacientes muito fragilizados emocionalmente não devem se expor à essa técnica, pois o contato com as imagens imagéticas muito intensas podem desenvolver um quadro ansiogênico muito forte nas mesmos.
Esta técnica deve ser aplicada em pacientes que já possuem um vínculo de confiança com os seus terapeutas, desde que também estejam dispostos e queiram viver essa dinâmica; o terapeuta deve ter essa proximidade com seu paciente , de modo que ele possa fazer intervenções quando necessário e não se desvie dos propósitos e dos objetivos dessa dinâmica , devendo ser portanto ético e um facilitador dessa intervenção.
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Sobre a "Dramatização " na Gestalt
Terapia:
A "dramatização " de situações vividas ou fantasiadas é uma ênfase que favorece a conscientização, a "awareness", propondo uma ação visível e tangível ("encarnada"), que mobiliza o corpo e a emoção, e permite assim que o cliente viva a situação mais intensamente, que a "re-presente" (no sentido de torná-la presente de novo), experimente e explore sentimentos mal identificados, esquecidos, recalcados, até desconhecidos. ( Pg 23 ).
Do livro: Gestalt - Uma Terapia de
Contato.
Autores: Serge e Anne Ginger.
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Vejam um pequeno vídeo da Gestalt
Terapia, tendo o Psicólogo Fritz Pearls
como seu fundador.
https://youtu.be/3QVEwpVxUKE?
si=Oghv-
e2aMaeSWCVv