Porque escrevemos
Ao manuscrever ou digitar um texto, o que pretendemos? Talvez expressar um sentimento, uma opinião ou lançar ali uma ficção que mal sabemos que fim terá. Penso que nada disso importa. O ato em si não conta, mas a intenção é tudo. Escrevemos para que alguém leia o conteúdo que brotou de nós. Mas será que estamos sendo sinceros? Sim, porque de pouco vale querer mostrar algo belo se quem está do outro lado não se identificar com ele. São tantas as possibilidades para quem escreve que ainda não nos demos conta de quão importante é o nosso papel.
Ser escritor não representa apenas exteriorizar sem um fim válido o sentimento que vai ali naquele momento. A outra pessoa não está nem aí para o que você está sentindo, mas para o que ela sentirá ao lê-lo, sim, isso conta muito. Por isso penso que você deve gostar muito do que faz antes de querer levar ao outro a sua intenção. Tome cuidado com o que escreve. Não diga tolices nem espalhe baboseiras sobre sua opinião sincera antes que terceiros constatem se sinceras mesmo elas são. Escrever não é dizer qualquer coisa porque é uma opinião, mas pensar antes se essa opinião pode ser compartilhada.
Muitos escrevem porque não tem nada mais importante a fazer. Querem preencher um tempo de suas vidas com palavras vagas, que não levam a nada porque não pensaram antes de escrever. Por que há mais escritores de poesias do que propriamente leitores? Penso que para escrever poesia basta sentir e isso acontece o tempo todo, com todos nós; sentimento é o que não nos falta. Não é só jogar no papel; palavra atrás de palavra, rimas inexistentes num auto compadecimento piedoso à espera de um consolo. Também há alegrias na poesia, exortação de sentimentos elevados que nos faça sentir bem com nós mesmos e com o mundo; não pode ser um desfiar de angústias e decepções.
Enfim, escrever é viver a vida de forma intensa, contribuir para um mundo melhor. Ver o lado positivo de todas as coisas. Deixemos as críticas e os conselhos para os entendidos no assunto e façamos a nossa parte que é alegrar a quem nos lê, pois acho que deve ser esta a verdadeira missão da literatura.