GRAFOLOGIA - ESTUDO DAS ESCRITAS
GRAFOLOGIA - ESTUDO DAS ESCRITAS
TAQUIGRAFIA é uma espécie de "escrita resumida", um dos muitos códigos que "pululam" em nossas vidas, sendo as línguas estrangeiras apenas um deles. Office-boy lá por 1978, entrei no elevador de edifício bancário... dois japoneses conversavam. "Falavam grego" para mim, embora não comigo; declarações de médicos, de literatos, juízes, de arquitetos, técnicos de TI e diversas outras profissões têm seu linguajar próprio, quase um código. Aliás, a taquigrafia original nem existe mais, inventaram máquina que faz o serviço todo... também a antiga análise de textos escritos perdeu terreno para novas técnicas baseadas em Psicologia aplicada (?!) e em "Inteligência Emocional", que dirige nosso comportamento pessoal (e o coletivo) dentro de Grupos e na sociedade como um todo.
Mas para algumas coisas a vetusta Grafologia ainda serve. Quando me arvorei em "grafólogo" da carta de 8 páginas de "músico" amigo (em 1993), este me lembrou apenas que, em situações-limite, o covarde se faz forte e um valente pode "dar vexames", independente das conclusões da Grafologia. A "leitura" da escrita analisa determinado momento na vida de cada um, mas permite ao profissional nesta prática antever certas qualidades e inclinações do autor do texto.
Nós todos MUDAMOS com o passar das eras, evoluímos em alguns aspectos -- os intelectuais, principalmente -- e a escrita "ACOMPANHA" tais mudanças. Compare, leitor, teus cadernos escolares com o estágio atual dos seus "rabiscos"... as modificações (principalmente no "tamanho" das letras) são visíveis, fora outros aspectos. O grafólogo "perscruta": 1) a inclinação das letras longas (b-d-f-g-l-t, etc); 2) o tamanho de cada uma, para cima e para baixo e se é constante, igual para para todas letras; 3) o mais importante, o "miolo" de cada palavra... se é miúdo, do tamanho normal ou, nas mulheres, bem grande; 4) a "inclinação" da linha inteira (para cima ou para baixo) tem enorme significado em relação ao julgado, por isso não aceitam folhas comuns de caderno, embora não os dispensem. A forma como alguém trata seu caderno é importante indício para traçar o "perfil final" do autor de determinado escrito. (ufa !) Se ele usa a folha toda, de um canto ao outro, ou se mantém margens laterais; 5) os espaços entre as palavras e o "dentro" de cada vocábulo também são analisados.
Pronto, em linhas gerais, é isso... o grafólogo costuma "ditar" trechos cheios de Ms, Rs e Ts, além de Gs e Qs, para evitar ser logrado por alguém que lhe apresente textos de outrem como sendo seus, porém para a análise real valera o que lhe foi apresentado.
Um grafólogo experiente saberá o quanto alguém evoluiu culturalmente (e intelectualmente) comparando seus "rabiscos" da infância e juventude -- apertados e minúsculos quase sempre -- com sua escrita atual, segura, veloz e grande... ou bem maior que a de uns 50 anos antes. Pessoas do povo, "da roça", humildes, mesmo que na cidade, evoluem em termos de Filosofia de vida, de compreensão das coisas e dos fatos... mas sua caligrafia dificilmente se modifica. Também o seu domínio da caneta e da linearidade de cada linha é precário, caso o papel não tenha "trilhos", linhas. Com esses parâmetros você -- que me acompanhou até aqui -- terá elementos para ANALISAR qualquer escrito e obterá bases para "não comer gato por lebre", se não bancar o avestruz e IGNORAR as evidências.
Grafólogos (se ainda existirem) têm por costume exigir do futuro analisando 8 ou 10 páginas antigas e atuais e selecionam duas ou três entre elas. Dão preferência às rasuradas, corrigidas, com palavras eliminadas. Nestas está o inconsciente do autor, o que "não queria" escrever e, por isso, as "detonou" adiante. Pelo gosto do autor, ele só apresentaria textos certinhos, caprichados, "passados a limpo" (?!), algo próximo de certo "Diário" que conheci recentemente.
É muito raro alguém conseguir manter uma linha escrita em perfeita HORIZONTAL, só com muita prática, anos e anos de escrita... alunos antigos usavam 1 régua abaixo da linha a ser escrita, contudo algumas vogais ficavam "quadradas" e, nos caos de F, G, J, P, Q e Z minúsculos, a régua tinha que ser retirada. Nos tempos da pena as "pernas" das citadas letras findavam borradas. Tem mais: canhotos (como eu) "empurram" a caneta para a frente, e nos tempos da pena (dos 1500 aos 1900) e isso era um suplício, a ponta dela furava o papel. (*1) Já os direitos, digo, destros -- felizes 98% da Humanidade -- "puxam" a caneta e cortam os Ts (base-mor das análises) da esquerda para a direita... nós, "do contra", os "da mão do Demo" cortamos da direita para a esquerda, bem abaixo, no meio do "pescoço" do T ou acima, até FORA dele. Para cada modo há um "significado" diferente !
Nem iniciei ainda um "exame amador" (?!) sobre os escritos de famoso idoso (falecido faz uns 40 anos) e já ouço fanáticos me acusando "de denegrir o Passado" do sujeito. Porca miséria... mas se os INDÍCIOS me apontarem que pelo menos PARTE da tal obra NÃO SERIA de sua autoria -- embora tivesse DITO OU CANTADO em algum momento CADA PALAVRA lá registrada -- como isso poderia insultar a memória da nobre figura ?! Por acaso, os textos perdem seu valor ?! A LUTA por seus ideais e a CONSTRUÇÃO de sua História se tornarão menores ?! Me diga você ?!
"NATO" AZEVEDO (em 26/nov. 2023, 21hs)
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OBS: (*1) segundo pesquisei no GOOGLE, a famosa caneta PARKER foi inventada em 1888/89 e sua caneta mais popular, a "Parker 21 - a caneta do estudante", foi lançada nos EUA em 1948. Quanto à BIC, nasceu em 1953 nos Estados Unidos, mas seu sucesso lá só se deu em 1960. Logo, chegou ao Brasil lá por 1962 ou 63... antes disso, só a caneta "de madeira" e pena, a não ser para quem tinha posses, pois a PARKER era bastante cara.