Vivência literária
Lembro-me, que ao completar vinte anos, idade que me percebi adulta, mesmo sendo mãe aos dezoito, pedia dinheiro ao meu pai, mesmo já sendo casada, para comprar mensalmente exemplares dos Pensadores. Foi a primeira coleção de livros que compôs a minha estante.
Amigas próximas, na mesma época, colecionavam livros culinários, religiosos ou revistas de fofocas. Eu já tinha avançado algumas casas, como: gibis, revistas, best selling,etc. já buscava o entendimento do homem em sua essência.
Tive um professor do antigo colegial, que iniciava suas aulas com uma frase filosófica , sempre colocando ao final da frase o nome do autor. Esta ação, deixava-me bastante ansiosa para a próxima aula, pois já ficava imaginando qual seria a frase do dia e o autor. Enquanto os outros professores iniciavam a atividade no “quadro negro” com o que chamavam de “cabeçalho “, umas cinco ou seis linhas com nome da escola, data do dia, nome do professor, temperatura do tempo, etc, este professor resumia numa única frase que mexia com a cabeça de todos nós. Daí nasceu a minha paixão e admiração pela Filosofia e pelos filósofos.
Não uma paixão de querer estudar Filosofia, ou ser um filósofo, mas de querer ler e tentar saber o que pensavam, o que nos recomendavam para enfrentar os desafios de viver, já que me encontrava em nova fase. Confesso que nunca li um livro inteiro dos meus quase trinta livros dos Pensadores, pois não era este tipo de leitura que queria, devorar o livro como quem devora um romance ansiosa pelo desfecho final, esta leitura sempre acontecia em partes, surgia uma interrogação, lá estava eu buscando uma resposta em um daqueles livros da minha valiosa coleção. Era como uma Bíblia para quem ler sobre religião. Numa ocasião, não recordo a data, ganhei um livro, do filósofo francês Albert Camus, não precisei chegar ao final do mesmo para já eleger o escritor como meu preferido e devorar seus livros numa verdadeira maratona até o capítulo final.
(“O estrangeiro” meu primeiro contato com o autor, daí, li todos os seus títulos. )
Mas, por que estou escrevendo sobre essa minha vivência literária? Porque, em tempos atuais, tenho percebido o quanto um bom livro de filosofia faz falta na vida de um sujeito.
Tenho algumas memórias que li na minha coleção, ( doada depois de muitos anos sob minha tutela) e do meu inesquecível colegial, que já dizem por se só, o quão importante ser um leitor de filosofia, também!
“Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las.”
Voltaire
“O sábio pode mudar de opinião. O idiota nunca.”
Kant
“Deus é a própria Natureza”.
Spinoza
“Nada é permanente, exceto a mudança”.
Heráclito
“Penso, logo existo”
René Descartes
“O único lugar em que o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário, por força da ordem alfabética!”
Albert Einstein
“Aqueles que negam liberdade aos outros não a merecem para si mesmos.”
Abraham Lincoln
“Eduquem as crianças e não será necessário castigar os homens.”
Pitágoras
“Nunca tenha certeza de nada. A sabedoria começa com a dúvida.”
Freud
“Só sei que nada sei”
Sócrates
“Nada é mais despreciável que o respeito baseado no medo.”
Albert Camus
“A estupidez insiste sempre.”
Albert Camus
Para fechar este relato, lembro o Nietzsche , muito citado atualmente, um Inimigo ardente do nacionalismo, do antissemitismo e da política de poder, que se revira no túmulo , “tendo o seu nome posteriormente invocado por fascistas e nazistas para promover as mesmas coisas que ele detestava.”
Uma das suas frases para levar pra vida :
“Às vezes, as pessoas não querem ouvir a verdade porque não querem que suas ilusões sejam destruídas.”
Contudo, porém, todavia …
Para os tempos atuais estou adepta a:
“ Não me venham com chorumela“.
Pedro Pedroso ( Escolinha do Professor Raimundo)
Renilda viana