AMULMIG, sexagenária
Ao compulsar um exemplar da edição comemorativa do trigésimo terceiro aniversário de criação da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais, nossa AMULMIG, realizada sob a magistral batuta de nosso emérito decano, Confrade Jair Barbosa da Costa, publicada em 1996, deparo-me com um verdadeiro e encantador tesouro. Histórico, cultural, literário, artístico, recordativo...e que você o defina, cara leitora, caro leitor.
A rigor, a meu ver, além de primorosa antologia de composições literárias da confraria da mais ampla gama, a publicação contém dados de extrema valia que não só situam esta nossa querida Agremiação no seu tempo, no seu espaço, bem como apresenta dados de grande interesse de entretenimento e pesquisa, como, por exemplo, relação atualizada de municípios e acadêmicos respectivos que os representam, tanto no presente - de então - como os já transferidos da imortalidade para a eternidade; idem para membros honorários e beneméritos.
E a vocação aglutinadora da Academia, já bem manifesta e consolidada, contemplava então ilustre membresia extramuros, dos confins de nossa Minas Gerais, provinda de outras unidades de nossa Federação, assim como até de além-mar.
De valor histórico irretocável é a referência à Ata de Fundação da AMULMIG, datada de 08 de abril de 1963, quando se aprovou e se empossou a primeira diretoria da entidade, cabendo a Presidência de Honra ao Arcebispo Dom Serafim Fernandes de Araújo e a Presidência Executiva ao Doutor Alfredo Marques Vianna de Góes. Ragosino Alves, Raúl Tassini, Benedito Machado Homem, José Domingues de Oliveira, Demóstenes César Júnior, Pedro Menezes Santos, Ataliba Lage e Eugênio Morato, membros co-fundadores, complementavam a egrégia regência.
Interessante observar é que aqueles primeiros trinta e três anos tiveram apenas três Presidências: a do referido Vianna de Góes, por cerca de 28 anos, a do Doutor Tasso Ramos de Carvalho por breve interinato e a do Doutor Jésus Trindade Barreto, a partir de outubro de 1992 quando, coincidentemente, num espaço de 3 dias, vieram a falecer ambos ex-Presidentes.
Por ocasião da celebração dos 33 anos de fundação, em abril de 1996, o número de Cadeiras assinaladas aos acadêmicos era de 257. Hoje, 27 anos decorridos, estamos próximos de acrescer uma centena a esse quantitativo, graças, particularmente, aos esforços de ampliação e renovação empreendidos de forma profissional e competente pela nossa ilustre Presidente, Doutora Maria Inês de Moraes Marreco.
Entre tantas composições de excelência literária e de interesse histórico da supra-citada edição comemorativa, uma breve passagem que me deixou particularmente orgulhoso, imodestamente, foi encontrar nas raízes da concepção da AMULMIG, foi uma referência ao meu torrão natal, Pitangui, quando uma notável senhora dali proveniente, de nome Symphorosa, teria capitaneado a iniciativa de reunir concidadãos ilustrados na capital mineira, e que desaguaria na fundação de algo bem mais abrangente, a AMULMIG nascente...
Meu ingresso nesta prestigiosa e prestigiada instituição deu-se após prolongado namoro, com crescente interesse de parte a parte. Bastante assíduo às suas reuniões, consegui finalmente a aprovação para o enlace após constituir e apresentar o necessário cabedal: obra impressa, publicada. E aqui, reitero minha gratidão aos queridos amigos que se associaram a essa minha empreitada, na publicação das Tertúlias Quixotescas no finalzinho do ano 2019, nomeadamente, Olavo Romano, Octávio Elísio (in memoriam), José Epiphânio Camillo, Edmundo Carvalho, Dr Francisco dos Reis Bastos e William Santiago. E de lambuja, ainda tivemos a grata apresentação, em posfácio, do Confrade amulmiguiano e Presidente da Academia Mineira de Letras, Rogério Faria Tavares.
E para a celebração esponsalícia com as Letras, nada menos do que a saudação afetuosa da querida Presidente Maria Inês.
Paulo Miranda, Cadeira 343, Patrono Raimundo Quildário dos Santos, escritor, poeta e cronista de Pitangui.