LETRAS, no criar

Estive lendo um livro precioso, do professor DOMÍCIO PROENÇA FILHO, sobre a pós-modernidade e literatura. E me pus a pensar neste artigo que estou escrevendo agora. Me pus a pensar no artigo antes de escrevê-lo. E o que vou escrever eu não intenciono nele buscar o pós-moderno. Mesmo porque o livro a que me referi ao iniciar deixa em aberto a definição do pós-moderno. Não foi uma leitura inútil, algumas obras de autores eu vi lá citadas. Porque os autores fizeram por merecer.

Abandonei o que o professor escrevia e me ficou na memória. Abandonei noutro escaninho da memória, para em outro momento relembrar. E busquei na minha mente a palavra criação, e a juntei a outra: literária. A criação literária. Vou confessar um engano meu, antes da leitura do livro. Cheguei a julgar que lendo-o sairia sabedor do que é a pós-modernidade. Ledo engano. Apanhei noções enriquecedoras e títulos, uns já lidos e outros que ficaram como sugestões. Mas o criar literário para uns é fácil, para outros leva uma vida de aprendizado. Depende de muitas coisas. Do que o autor pretende, ou se pretende uma criação literária espontânea. Se o autor tem domínio vocabular, se o autor tem facilidade de narrar, e por aí vai.

Mas na verdade, conheci muita gente que escrevia sem primeiro ter intenção literária. De repente esta gente mostrou o que fazia e ouvia o palpite convidativo:

- Por que não continua?

Bem estimulante, não?

É claro que não vou dizendo pro primeiro que me exibe o escrito de suas mãos que o escrever é fácil. E também não sou um membro de comunidade literária exemplar a ponto de acompanhar o longo caminho que um iniciante na criação vai ter que seguir.

A criação literária na verdade é um ato solitário. E às vezes cheio de percalços e dores que o escritor tem que superar só. Mas, digo que vale à pena. Li num artigo sobre a matéria o autor dizendo:

- Se o apelo é bastante forte, saí obra significativa.

Portanto, exemplo eu não deixei de dar. Quando li o livro do professor DOMICIO PROENÇA FILHO, eu pretendia aprender muita coisa sobre a pós-modernidade. O que aprendi é que quem escreve e logra êxito, no mundo atual, pode ser classificado até como pertencente ao mundo barroco. O que eu vi, é que fiquei sem saber o que é pós-moderno. Achei o conceito amplo demais. Mas, para este artigo guardei para o final algo semelhante a um conselho: ler é vital para quem escreve. E, havia um dono de bar meu amigo que me dizia:

- Se conselho fosse bom, eu não dava, eu vendia.

15/04/2023.

Aristides Dornas Júnior
Enviado por Aristides Dornas Júnior em 15/04/2023
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