SUPERAÇÃO DE VIDA

Alguns colegas do Fisco, me conhecem como poeta.Pois bem, farei pequena apresentação de quem é JUCKLIN CELESTINO FILHO, natural de Itabuna-Ba, onde dei meus primeiros passos, onde vivi até 23 anos.

Na minha terra natal, bem cedo, comecei a me interessar por literatura, aos 16 anos, escrevi meu primeiro poema: A Serra dos Jequitibás, publicado no Jornal a Região Cacaueira. Daí vieram outros, publicados na maioria dos jornais grapiúnas.

Fui desde já, conhecido como o “Poeta”, numa região repleta de bons poetas, de escritores consagrados a nível de Brasil, a exemplo de Jorge Amado, Adonias Filho, Valdelice Pinheiro, o magnifico poeta Telmo Padilha, vencedor de inúmeros concursos de poesias no Brasil e na Europa, o poeta Ciro de Matos, Firmino Rocha, autor de Deram um Fuzil ao Menino, publicado pela ONU, José Bastos, dentre outros luminares das letras itabunenses. Mas, nem tudo são flores.

Tive alguns aborrecimentos:

-- “Que ganha com poesia? É pura ilusão que não enche a barriga, que não põe alimento na mesa. Isso é coisa de quem não tem o que fazer. Logo você, Juclito, que só estudou até o terceiro ano primário. Já viu algum poeta rico? É melhor arranjar um emprego, ou se dedicar a estudar ”. – me jogava na cara a família.

A vida passa. Novas chances surgem, novos panoramas se nos apresentam – novas portas nos são abertas, mesmo em face de um episódio triste – o destino me levou, juntamente com os familiares para Salvador, logo após a morte de meu pai Jucklin Celestino da Silva em 1978, no dia 16 de novembro.

Não sonhava, sequer imaginava que pudesse ser inserido a um cargo no Fisco da Bahia, nem sabia que existia tal concurso. José Arnaldo Brito Moitinho, meu cunhado, me trouxe a boa nova:

-- “Poeta, vai abrir inscrição na Secretaria da Fazenda para concurso ao cargo de Agente de Tributos, você irá fazê-lo. Não pode perder uma chance dessa.”

-- Ora, Arnaldo, está delirando? Só estudei até o terceiro ano primário, como me habilitar para realizar um concurso a nível estadual, com abrangência em todo o território brasileiro, porque não se iluda, será uma concorrência monstro? Virão pessoas de diversos recantos do Brasil. E mais, sou uma nulidade em matemática.

Ele sorriu. Deu um tapinha em minhas costas e disse:--- "Poeta, tenha calma. Você só vai se predispor apenas a estudar. Fará Supletivo do primeiro e segundo graus, acredito em você: superará tudo. Irá passar no concurso tenho fé em Deus que sim, é sua última oportunidade, está com 32 anos, só poderá fazer concurso público até 35 anos”. Fique no aguardo, sempre voltado aos livros, porque haverá o concurso no máximo, daqui a um ano.”

Parecia uma profecia, ocorreu o concurso em fevereiro de 1987, realizei provas para ATE no Colégio Polivalente em Vitória da Conquista. Não sei como tive forças para ir ao término da prova, estava com febre bastante alta. Depois da prova, saí meio tonto, quase tropeçando nas cadeiras. Já fora do colégio, um rapaz me parou:

-- “Senhor, observei que não estava nada bem, parecia fazer um esforço sobre-humano para responder à prova. Notei que nem assinou a prova.

Agradeci aquele moço que só vi naquela ocasião. Creio ter sido a Mão de Deus que usou como instrumento aquele rapaz para que eu não perdesse o concurso, porque sem minha assinatura, poderiam pôr o nome de qualquer pessoa que quisessem na prova.

Até 2002, trabalhei na DFMT, saudosa Delegacia de Mercadorias no Trânsito. Foi uma aventura inesquecível, viajando de ônibus, ou carro próprio pelas estradas da Bahia, rumo às cidades das extensas regiões baianas que compunham a abrangência da Delegacia , integrando Sul/Extremo/Sul ( Itabuna, (Posto Evangelista de Brito) Ilhéus, Teixeira de Freitas, Itamaraju, Mucuri,( Posto Fiscal Eduardo Feire) e Sudeste, ( Vitoria da Conquista, ( Posto Fiscal Benito Gama) Norte ( Juazeiro, (Posto Fiscal Fernando Presidio), Rio Real – Loreto ( Posto Fiscal Francisco Hereda), Paulo Afonso (Posto Fiscal Heráclito Barreto) e Centro-Oeste, Posto Bahia/GO inesquecíveis postos onde tive a honra e prazer de trabalhar.

Aprendi, com o convívio com os colegas, o que era de fato, fiscalização, alguns não tinham egoísmo de ensinar a quem menos sabia, passar um pouco dos seus conhecimentos aos colegas; aprendi o que era companheirismo, o que era união, o que era lealdade. Supérfluo dizer, redundante afirmar, que tive a honra de conhecer e trabalhar com excelentes colegas, que me deixaram saudades do tempo em que convivemos um terço de nossas vidas.

Como tudo tem seu termo final, a Delegacia de Fiscalização de Mercadorias no Trânsito foi extinta. Estou trabalhando no posto Fiscal Honorato Viana, desde julho, 2002, divisa com Simões Filho e Candeias. Que dizer do posto? Sua sistemática de trabalho? Sua importância por integrar uma malha rodoviária extensa, dinâmica , sendo o portal de entrada da Capital do Estado, por onde passa diariamente, uma quantidade imensa de caminhões e carretas transportando mercadorias provenientes das regiões Sul , Sudeste ( BR 101 , BR116) e diversas cidades de grande porte do Estado, a exemplo de Vitória da Conquista. Mesmo não sendo um posto fiscal de fronteira, o Honorato Viana tem tanta importância quanto, porque por ele passa significativa quantidade de mercadorias, provindas de quase todas as regiões do País, não só para Salvador.

No Honorato, destacavamos a pujança na lavratura de notificações fiscais e autos lavrados (créditos reclamados) , algo inédito até então, só possível depois que o Agente de Tributos passou à frente da ação fiscal em 2009, reitera-se, algo nunca visto.

Não querendo fazer uma injustiça aos briosos colegas das demais regiões, o nosso Honorato Viana, juntamente com o Benito Gama, vinham e vêm ainda, batendo metas após metas de autos de infração e notificações lavrados, impulsionando mais e mais a arrecadação do Estado.Agora, distribuídos pelos Agentes de Tributos Estaduais da Bahia aos Auditores Fiscais para as respectivas lavraturas de autos e notifições fiscais.

Um time para ser vencedor, o primeiro requisito é ter ótimos jogadores; o segundo, ter um bom técnico para conduzir, treinar, incentivar os atletas a terem bons rendimentos em campo. Temos três excelentes treinadores (COORDENADORES) – Nelson Ricardo, treinador da Primeira Equipe, esse, dispensa comentários, por ser eficiente, por ser conhecedor do seu trabalho, por conhecer a fundo, cada um dos seus jogadores, um técnico que sabe fazer o time obter excelentes resultados; Clayton, comandante da Segunda Equipe à época, um gentleman da fiscalização, alguém de fino trato, conhecido por “Cleitinho”: Alegre, comunicativo, cioso das suas obrigações, as realizando com a competência que lhe é peculiar, daí os resultados satisfatórios da equipe que comanda; Luciano Amaral, fora técnico da Terceira Equipe, diremos ter sido o Jorge Jesus do nosso time, que veio somar conosco, trazer mais um adendo de vitórias ao nosso esquadrão.

A verdade que o Luciano Amaral, o Jorge Jesus moderno, com uma técnica admirável, vinha realizando um estupendo trabalho, estava mais para amigo, conselheiro dos seus atletas fiscais. Porém, quando tinha que ser mais incisivo para fazer a equipe render mais, o fazia, e os triunfos vinham cada vez mais sendo ampliados.

Três excelentes treinadores de um time vencedor, que se integra a um escrete de ouro, mais do que vencedor – o TRÂNSITO DE MERCADORIAS, onde tenho a honra e o prazer de trabalhar há 36 anos.