Terceira viagem missionária

Introdução dos fatos

Ao término da Segunda Viagem Missionária, o apóstolo Paulo de Tarso se estabeleceu na cidade de Antioquia, na Síria. Pouco tempo depois, nesse mesmo ano de 53 da Era Cristã, o missionário empreendeu a Terceira Viagem Missionária, em visita a igrejas que anteriormente havia estabelecido na Turquia, Macedônia e Grécia.

Viajando por terra, Paulo deixou a cidade síria e seguiu para a Turquia, passando pela cidade de Tarso, Derbe, Listra, Antioquia da Pisídia e chegou a Éfeso. Nessa cidade havia uma baía natural no Mar Egeu, porém, séculos depois, camadas de lodo, transportadas pelas águas do Rio Cáspio, aterraram-na, e assim Éfeso ficou sem seu porto marítimo.

Apesar da enorme perda, o município continuou crescendo, tornou-se o mais importante centro comercial da Ásia Menor, era a capital da província senatorial da Ásia, como depositária do famoso templo dedicado à deusa Diana.

Durante o tempo de 3 anos que permaneceu na cidade, Paulo abriu igrejas cristãs em Colossos, Laodiceia e Hierápolis, todas, localizadas no vale do Rio Lico, escreveu muitos livros do Novo Testamento, evangelizou de casa em casa, como trabalhou para se sustentar financeiramente. Das 4 epístolas dirigidas à igreja de Corinto, três foram escritas em Éfeso. Além dessas epístolas, escreveu a carta a Colossenses, Filipenses, Filemon e Efésios.

Interpretação dos fatos

Paulo na Escola de Tirano Atos 19.1-10

Ao invés de embarcar em um navio e velejar para Éfeso, Paulo preferiu atravessar a região montanhosa da Galácia. Logo, encontrou-se com 12 cristãos, supostamente judeus cristãos que haviam sido batizadas segundo o batismo de João Batista. Assim, Paulo os orientou que o batismo de arrependimento, ministrado por João Batista, era provisório, pois, sua mensagem consistia em um apelo para que cressem na pessoa de Jesus de Nazaré, o Messias que viria depois.

Então, os 12 discípulos foram batizados, por ele, Paulo, em nome de Jesus Cristo, como forma de propagação do nome do Filho do Carpinteiro. E ao colocar a mão sobre os discípulos, e estes, ao receberem o poder do Espírito Santo, começaram a profetizar e a falar em línguas estranhas.

Como era seu costume, por 3 semanas Paulo se apresentou na sinagoga local, sempre aos sábados, e teve a oportunidade de apresentar aos fiéis a pessoa do Senhor Jesus Cristo, um rabino judeu. E quando o grupo duro de judeus ficou abismado com o número de membros que abraçaram a fé cristã, a situação ficou muito elevada.

Ante a fúria dos oponentes linha dura, Paulo deixou a sinagoga, alugou a Escola de Tirano e, por 2 anos consecutivos, nessa unidade de ensino, evangelizou gregos e judeus dessa província asiática. Nada se sabe a respeito do cidadão Tirano, a não ser que o imóvel desse empresário funcionava como local de reuniões públicas.

Seus estudos bíblicos eram diariamente ministrados no horário das 11 horas da manhã às 4 horas da tarde, com chuva ou Sol, pois, este coincidia com o período de lazer dos trabalhadores da comunidade.

Além de suas atividades doutrinárias, as demais horas eram usadas para trabalhar no ofício de artesão fabricante de tendas de couro que garantia sua subsistência, como saía de porta em porta evangelizando os habitantes, além de escrever epístolas a diversas igrejas na Turquia, Macedônia e Grécia (Atos 20.20,31,34).

Paulo e os filhos de Ceva Atos 19.11-22

A população efésia ficou entusiasmada com os ensinos e o poder do Espirito Santo que Paulo fazia uso para ministrar curas do corpo e da alma a pessoas enfermas, fato que motivou o povo a deixar com o missionário lenços e aventais para abençoá-los, os quais eram levados para serem colocados em familiares enfermos, e estes serem sarados.

Ao verem tais maravilhas sendo operadas, eis que 7 filhos de um judeu, rabino ou sacerdote, chamado Ceva, tentaram imitar a obra que Paulo realizava. Dirigindo-se a um grupo de pessoas possessas por espíritos imundos, tentaram expulsar os demônios que habitavam nesses corpos, esconjurando-os em nome de “Jesus a quem Paulo” anunciava.

Os agentes do Reino das Trevas, que ocupavam esses corpos, disseram-lhes que conheciam a Jesus de Nazaré e sabiam quem era Paulo, mas não reconheciam a autoridade daqueles que pretendiam expulsá-los daqueles corpos. E saltando sobre os filhos do rabino os deixaram nus e sangrando, até antes dos intrusos fugirem desesperadamente.

Os conversos que ouviram a mensagem de vida eterna e os milagres efetuados por Paulo, em nome do Espírito Santo do Deus Eterno, como a surra que espíritos imundos deram nos 7 filhos de Ceva, pegaram livros contendo práticas ocultistas, exorcismo, consulta aos espíritos, palavras mágicas, encantamentos e ensinos demoníacos outros, e os queimaram para cortar todo e qualquer vínculo com o Diabo. Essa literatura suja era tão numerosa, que uma avaliação chegou ao valor monetário estimado de 50 mil moedas de prata, uma quantia bem substancial.

Paulo em Éfeso Atos 19.23-41

Como nem tudo são flores a exalar odor suave, vida e bem-estar, até o artesão Demétrio se levantou para frustrar a ação evangelística de Paulo, pelo fato deste levar uma grande parte dos habitantes de Éfeso à fé cristã. E a perseguição do líder ourives ocorreu pelo fato de que, quando a luz do Evangelho penetra, as trevas batem em retirada.

Esse ourives devia ser o presidente da guilda local, o mesmo que sindicato, a qual reunia um grupo de artesãos especializados em fabricarem miniaturas de prata da deusa Diana, obra de arte vendida a devotos de várias regiões da Ásia Menor que anualmente se dirigiam ao templo da deusa para adorá-la.

E sentindo que seu negócio iria falir com o avanço do Cristianismo, o líder sindical se reuniu com todos os artesãos afiliados para, por ocasião do “festival anual de primavera”, evento que congregava uma enxurrada de adoradores de várias cidades, agitar a população para dar cabo ao apóstolo Paulo de Tarso.

Fazendo uso do slogan, “Grande é a Diana dos efésios”, ourives, comandos para Demétrio, levantaram um tumulto que agitou os alicerces da comunidade idólatra. Lenços e aventais abençoados por Paulo constituem uma semelhança à sombra de Pedro que, por onde passava, enfermos eram curados.

Enfurecidos, os ourives agarraram a Gaio e a Aristarco, que eram macedônios companheiros de Paulo, e os arrastaram até o teatro da cidade. Ao ver seus companheiros sendo presos com violência, o missionário tentou chegar ao teatro, mas foi contido por membros da igreja cristã local.

No momento em que o distúrbio se agigantou, eis que surgiu uma autoridade que acalmou os ânimos do populacho, como rejeitou a acusação de que Gaio, Aristarco e Paulo houvessem blasfemado contra a deusa Diana, depositária do meteorito tido como sagrado, símbolo da presença dessa divindade nefasta, ou mesmo que tivesse acusado a cidade guardiã do Templo de Diana.

O escrivão, ainda, orientou os líderes da agitação a que, caso fosse de interesse de todos, que levassem a acusação ao tribunal romano, o qual era presidido pelo procônsul, e assim acabou com a baderna religiosa.

Paulo na Macedônia e Grécia Atos 20.1-38 e 21.1-26

Uma vez terminada a confusão criada por Demétrio, Paulo reuniu a liderança da igreja cristã, local, e seguiu com seus companheiros, por terra, com destino a Trôade, onde embarcou com destino a Neápolis, na Macedônia, e por terra viajou para Filipos, Anfípolis, Apolônia, Tessalônica e Bereia, visitando e aconselhando membros das igrejas cristãs dessas localidades.

Deixando a Macedônia, embarcou no porto de Bereia com destino a Corinto, na Grécia. Entre as cidades de Corinto e Atenas passou 3 meses de atividades evangelísticas. Depois, ao tomar conhecimento de que a liderança judaica, da suposta Loja Maçônica que funcionava em Corinto, havia montado um plano para dar cabo a sua existência terrena, quando embarcasse em Cencreia, Paulo resolveu retornar à Macedônia e à Turquia, onde embarcaria com destino à Síria.

Durante sua estada em Corinto, Paulo deve ter escrito a epístola aos Romanos, como tinha planos de viajar para Roma e Espanha (Romanos 15.22ss). Estando em Bereia, antes de embarcar para Corinto, Paulo deve ter escrito a Epístola aos Coríntios, a qual foi levada por Tito. Nessa epístola, Paulo conclama essa igreja cristã a contribuir para ajudar integrantes da igreja cristã de Jerusalém (II Coríntios 8.1ss).

Estando em Trôade, quando de seu retorno da Macedônia, reuniu a igreja cristã para comemorar a Ceia do Senhor, no domingo que antecedeu sua partida. Durante seu longo discurso, que somente terminou ao raiar do dia seguinte, o jovem Êutico adormeceu, vindo a cair do 3º pavimento, e foi dado como morto. Ao orar pelo defunto, o jovem retornou à vida.

Ao amanhecer, a equipe missionária embarcou para Assôs, mas Paulo preferiu viajar por terra, uma caminhada de 30 km. Os que embarcaram esqueceram a capa e os documentos teológicos de Paulo que lhes foram confiados (II Timóteo 4.13). Embarcaram em Assôs e velejaram para Mitilene, cidade principal da Ilha de Lesbos. Em seguida, embarcaram em um navio e navegaram defronte de Quios, e desembarcaram na Ilha de Samos. Depois, navegaram para Mileto, cidade do famoso matemático Tales de Mileto.

De Mileto, Paulo enviou uma equipe de apoiadores a Éfeso, que distava 45 km, para que anciãos dessa cidade se dirigissem a Mileto, para serem orientados sobre futuros problemas que judeus maçons viessem causar. Ao chegarem a Mileto, os informou que tinha pressa em seguir para Jerusalém, pois, precisava levar ajuda financeira que igrejas cristãs da Turquia, da Macedônia e da Grécia haviam reservado para suprir a necessidade da igreja cristã de Jerusalém, cujos membros sofriam perseguição, prisão, execução, desemprego e confisco de bens por parte da sociedade secreta do rei Herodes Agripa I.

Informou-lhes de que talvez nunca mais iria revê-los, e acrescentou que o Espírito Santo, de cidade em cidade por onde se apresentou, o informou que, caso fosse a Jerusalém, seria preso e sofreria tribulações. Ao abrir-lhes o coração, o missionário guerreiro previa que judeus maçons, em Jerusalém, planejariam matá-lo, pelo fato de Paulo haver levado centenas de judeus e gentios da Turquia, Macedônia e Grécia à fé cristã.

Por onde havia passado, as lideranças das igrejas cristãs foram devidamente orientadas de que poderiam, em um futuro próximo, sofrer a infiltração de falsos mestres para comer a carne e negociar a lã das ovelhas, como se deparar com perseguições políticas e religiosas. E algum tempo após sua partida terrena, as igrejas que haviam sido abertas sofreram ataques políticos, como a infiltração de heresias doutrinárias.

Perseguição religiosa veio com o imperador romano Domiciano (81-96), que se intitulava “Mestre e Deus”, como a infiltração de filosofias de grupos nicolaítas e agnósticos. No dia seguinte, após aconselhar a liderança religiosa de Éfeso, a equipe missionária embarcou com destino à pequena Ilha de Cós, onde desembarcaram. No outro dia, navegaram para a Ilha de Rodes, e em seguida velejaram para chegar a Pátara.

Conclusão dos fatos Atos 21.1-14

Algum dia depois, embarcaram em outro navio e velejaram para o porto de Tiro, na Fenícia, o atual Líbano, onde permaneceram por 7 dias. E enquanto o grupo missionário aguardava a carga desembarcar, desenvolveram atividades evangelísticas na igreja cristã da localidade. Depois que os produtos foram desembarcados, velejaram ao porto de Ptolemaida, que distava 55 km, e desembarcaram.

Supostamente, viajaram 50 km por terra para chegar a Cesareia, no litoral de Israel, e os missionários ficaram hospedados na casa de Filipe, o evangelista, que tinha 4 filhas solteiras dotadas com o dom de profecia. Por esse tempo, vindo da Judeia para Cesareia, o profeta Ágabo, ao usar o cinto de Paulo para amarrar suas mãos e pés, fez uso de uma figura de linguagem para informar a Paulo que, caso ele seguisse para Jerusalém, como era sua determinação, os judeus dariam cabo de sua existência terrena, por causa da revolução que sua obra missionária havia causado aos povos, ao atraí-los à fé cristã.

Apesar de todos esses avisos divinos revelados por cristãos de Mileto, de Tiro e de Ágabo, o missionário destemido não desistiu de seu intento. Fazendo-se acompanhar de um grupo de companheiros, Paulo seguiu para Jerusalém, encontrou-se com Tiago, líder da igreja cristã e filho de José e Maria, fez uma explanação do trabalho dos missionários que desenvolveram nesses 5 anos de atividades. Essa viagem missionária foi finalizada por volta do ano 58 depois de Cristo.

Questionário dos fatos

1.Paulo deixou a cidade síria de Antioquia e viajou à Turquia, Macedônia e Grécia fazendo turismo?

Não. Ele partiu de Antioquia e passou 5 anos em atividades evangelistas em várias cidades da Turquia, Macedônia e Grécia.

2.Nesses 5 anos, Paulo e missionários que o acompanharam ao longo da jornada, viajaram em jatos particulares?

Não. Viajaram a pé, a cavalo e navegaram em navios cargueiros movidos a vela. Não se hospedaram em hotéis; não frequentaram restaurantes; não fizeram uso de uma Ferrari e nem de motorista particular; não tiveram salário; não receberam diárias; não usaram auditórios climatizados; não correram a sacolinha para confiscar os bens dos fiéis; não exigiram que os fiéis doassem relógios, a escritura de suas casas, e o contracheque de seus salários em troca de que iriam receber 100 vezes mais o ofertado; como até tiveram que trabalhar para se sustentarem.

3.Os missionários foram bem recebidos nas cidades onde se apresentaram?

Pelo contrário. Tiveram que deixar apressadamente a cidade de Éfeso devido à fúria da liderança judaica maçônica e da perseguição religiosa desferida pelo líder sindical Demétrio, adorador da deusa Diana. Também, em Corinto, se viu forçado a retornar à Macedônia, devido à fúria de judeus da Loja Maçônica local, que haviam planejado dar cabo dele, caso embarcassem em Cencreia, na costa mediterrânea grega.

Vida eterna – volume 2

Atos dos Apóstolos 19 a 21

Raimundo Nonato Freitas de Cerqueira

Florianópolis, Santa Catarina, Brasil, 23.06.2022

RNF Cerqueira
Enviado por RNF Cerqueira em 01/07/2022
Reeditado em 10/08/2022
Código do texto: T7550103
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