ALUGA-SE: uma proposta irônica de Raul Seixas II
*Aires José Pereira
Por esta simples definição sobre o que é Alienação já dá para perceber o quanto é importante utilizar o poema acima citado para melhor esclarecer aos nossos alunos o que de fato são consciência e o que é realmente a Alienação. Dá para dimensionarmos a discussão de forma a melhor entender o contexto analisado. O aluno saberá ou entenderá de forma mais simples, o conteúdo que está atrás da aparente harmonia existente entre patrão e empregado. Enfim, terá um pequeno embasamento para entender melhor como a sociedade capitalista funciona.
É evidente que o termo ou conceito de Alienação não é só isso e não é tão simples assim, porém, através da poesia dá para o professor ir “descortinando” e mostrando, aos poucos, por meio de doses homeopáticas, como tudo funciona, aos seus alunos. Só através da Educação poderemos ter um futuro melhor do que o presente.
O Educador também precisa produzir conhecimento juntamente com seu próprio aluno. Esta proposta de se trabalhar a interdisciplinaridade poética caminha nesta direção. Não adianta ter o Estado, o Município e Governo querendo mudanças na Educação. O Educador também deve estar aberto para as mudanças que se impõem pela própria realidade educacional do país.
Quando nos referimos aos professores que preferem trabalhar com alunos burgueses, quero dizer sobre os professores que dão sangue na escola particular e na escola pública eles tiram o sangue se seus alunos pobres que nada tem a lhes oferecer, além de um concurso público que o professor não vê à hora de se aposentar para ter garantido um salário melhor em suas velhices. Não estamos afirmando aqui que os professores não devam trabalhar em escolas particulares. Devem e como devem! Mesmo porque seus salários não dão para mantê-los totalmente. Por isso têm que se sujeitarem às jornadas duplas, triplas, etc. de trabalho para sobreviverem com tais. Discordamos é quanto ao tratamento com a “coisa” particular e quanto à “coisa” pública. A impressão que se tem é que na escola particular o professor agüenta verdadeiras buchas e na pública ele descarrega todo o seu nervosismo estressante. Principalmente quando o aluno é da periferia da cidade. É hora de o professor repensar suas atitudes. Caso contrário, o próprio professor se manterá alienado e alienante ao mesmo tempo.
*Aires José Pereira é graduado e especialista em Geografia pela UFMT, mestre em Planejamento Urbano pela FAU-UnB, Dr. em Geografia pela UFU. É escritor com 18 livros publicados. É professor Associado I no curso de Geografia na UFR. É coautor do Hino Oficial de Rondonópolis. É membro efetivo da Academia de Letras de Araguaína e Norte Tocantinense.