A sombra de Pedro
Introdução aos fatos
01. Em um determinado dia após a crucificação do Nazareno, os discípulos Pedro e João, ao se dirigiram ao Templo de Jerusalém se depararam com um coxo junto ao Pórtico de Salomão mendigando moedas metálicas para seu sustento pessoal. Moedas não lhe foram dadas, mas o homem foi curado e reintegrado à sociedade.
02. A cura do coxo foi a causa da prisão dos pregadores, que passaram a noite na prisão. Na manhã seguinte, ante um conselho punitivo, não podendo negar que a cura fora realizada, Pedro, João e o homem curado foram postos em liberdade, porém, foram rigorosamente ameaçados, pelo Sinédrio judaico, de nunca mais divulgarem que a cura foi efetuada em nome do Nazareno pendurado no madeiro.
Interpretação dos fatos
O sumo sacerdote se enfureceu Atos 5.12-16
01. Algum tempo depois, como era costume, reunidos nas proximidades do Pórtico de Salomão, os apóstolos realizaram muitos sinais, curas e prodígios junto ao povo que, a cada dia, afluía em grandes quantidades. Transportados em leitos e macas, os enfermos eram postos nas ruas para serem curados à medida que a sombra de Pedro os cobrissem.
02. Foi assim que a obra desses apóstolos tomou as asas da divulgação e se espalhou por todas as partes, fato que levou enfermos de vilarejos das vizinhanças a se dirigirem a Jerusalém em busca de cura para suas enfermidades. Com isso, o movimento evangelístico dos apóstolos cresceu tanto, que levou membros do Sinédrio a sentirem que o crescimento do Cristianismo ameaçava a segurança da nação judaica.
A prisão dos apóstolos Atos 5.17-26
01. Ao contemplar as multidões sendo doutrinadas pelos apóstolos, o Sinédrio, na pessoa do Sumo Sacerdote, acompanhado de um grupo de saduceus e da guarda policial do Templo, enfurecido por um incontido sentimento de inveja, mandou prender os apóstolos nas instalações carcerárias da unidade religiosa.
02. Contudo, durante a noite desse dia, um ser angelical foi enviado ao cárcere, abriu a posta, colocou todos em liberdade, como orientou os apóstolos a que, pela manhã, se apresentassem no Templo para continuar doutrinando as multidões. Ao amanhecer, após reunir o conselho trevoso, o Sumo Sacerdote enviou o chefe da guarda para ir até a prisão e trazer os apóstolos para serem julgados pelo tribunal reunido.
03. O oficial militar encontrou o cárcere devidamente fechado, com o selo de segurança intacto, assim como encontrou as sentinelas devidamente postadas em suas posições. Ao adentrar ao cárcere, este encontrava-se vazio. E quando todos se encontravam perplexos com o cárcere vazio, eis que um informante se dirigiu ao conselho reunido com a mensagem de que os apóstolos ocupavam as instalações do Templo doutrinando o povo.
A ameaça do Sinédrio judaico Atos 5.27-32
01. O capitão do corpo policial foi até os apóstolos e os conduziu ao tribunal de exceção para serem julgados, condenados e executados pelo capadócio que usurpava o posto de Arão, irmão de Moisés (Êxodo 28.3;29.4-7). Os apóstolos foram acusados, pelo Sumo Sacerdote, de haverem desobedecido ordens de não usarem o nome do Nazareno para doutrinar o povo, de encherem Jerusalém com a doutrina do Cristianismo, e de acusarem o Sinédrio de haver matado a Jesus de Nazaré.
02. Ao tomar a palavra, o apóstolo Pedro externou a todos, presentes ao tribunal, que os pregadores não eram terroristas, como estavam sendo tratados, mas seres pacíficos, que as curas eram efetuadas em nome do crucificado que ressuscitara, que evangelizavam por ordens que haviam recebido diretamente de Jesus de Nazaré. Pedro mostrou-lhes que a obediência do grupo estava centrada na pessoa do Deus Eterno, e não a uma ordem de ser humano algum.
Um balde de água fria Atos 5.33-42
01. Terminada a ousada e vigorosa defesa de Pedro, o pescador da Galileia, aquele que ilegalmente ocupava o cargo de Sumo Sacerdote, deliberou que os apóstolos deveriam ser executados, pois, entendia-se que, eliminando-se a causa do Cristianismo, pela raiz, o Judaísmo estaria salvo. Porém, nesse momento tão delicado, levantou-se um fariseu, tomou a palavra, e lançou um balde de água fria sobre o tribunal, que se encontrava prestes a arder em chamas.
02. Dirigindo-se aos membros do tribunal de exceção, o fariseu Gamaliel pediu uma dose de cautela antes de ser lavrada uma sentença condenatória. Mostrou aos presentes que movimentos revolucionários anteriores que pegaram em armas contra os romanos, foram todos abatidos sem piedade, e que isso ocorreu pelo fato de que esses líderes não foram levantados pelo Deus Eterno.
03. Os membros do tribunal se convenceram de que deveriam deixar os apóstolos em paz, pois, se esses pregadores foram levantados pelo poder divino, não era conveniente se encontrarem lutando com aquele que os levantou. E que, se os apóstolos faziam uso de suas próprias forças, a obra que abraçaram cairia por terra.
04. Ao acatar o sábio conselho do fariseu, o concílio suspendeu a ordem de execução, mandou aplicar 39 chibatadas em cada um dos apóstolos, e em seguida os colocou em liberdade.
Conclusão dos fatos
01. O projeto para dar cabo ao Cristianismo teve início com o monarca judeu, Herodes, o Grande, quando este enviou matadores profissionais para matar a criança que havia nascido numa manjedoura. A pressão aumentou quando o Rabi da Galileia foi expulso da Sinagoga de Nazaré; durante seu curto ministério terreno; e culminou no dia em que o Sinédrio o condenou a ser pendurado num madeiro.
02. O Sinédrio entendia que havia sido dado o último prego no caixão funerário. Mas, quando Pedro restaurou os movimentos do Coxo, o usurpador do cargo de sumo sacerdote ficou apavorado em ver o povo ser doutrinado em nome daquele que havia mandado ser pendurado num madeiro. E algum tempo após, ao ver Jerusalém tomada pela doutrina do Cristianismo, os saduceus que comandavam o Sinédrio entenderam que o poder exercido pelo Crucificado pairava sobre seus seguidores.
03. O fariseu Gamaliel era supostamente neto de Hillel, famoso rabino que dava uma interpretação liberal da Lei Mosaica, e tido como “um dos últimos rabis pelos quais a tradição oral foi transmitida” ao povo judeu. O famoso rabino Gamaliel foi o mestre de Paulo de Tarso, quando este judeu esteve em Jerusalém para dar continuidade a seus estudos superiores. (Atos 22.3).
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Questionário dos fatos
01. Após os apóstolos serem postos em liberdade, a perseguição religiosa ao Cristianismo acabou?
Infelizmente, não. A perseguição continuou com a morte por apedrejamento do diácono Estevão (Atos 7.58), com uma grande perseguição a judeus cristãos de Jerusalém (Atos 8.1), a judeus cristãos de Damasco (Atos 9.1-2), e muitos judeus cristãos de Israel tiveram que fugir para a Fenícia, para Chipre e para a cidade de Antioquia, na Síria (Atos 11.19).
02. E qual foi o futuro do movimento cristão que irrompeu em Jerusalém com os apóstolos?
O futuro desse movimento foi regado a muito sangue derramado. O Sinédrio e a Monarquia criaram uma sociedade secreta, A Força Misteriosa (a mãe); esta, de forma silenciosa, passou a matar muitos judeus-cristãos, e os dispersos pela perseguição religiosa trataram de fugir para posições ao longo do extenso Império Romano. Cerca de dezessete séculos depois seu Estatuto Original foi reformado, em Londres, na Inglaterra, e a instituição criminosa teve seu nome alterado para Franco-Maçonaria (a filha). Esta, continua matando o Cristianismo por dentro.
03. E qual as consequências dessa perseguição religiosa?
O antigo Estado de Israel pagou um enorme preço, pelo fato de empreender uma ferrenha perseguição aos judeus-cristãos. Tiago, filho de Zebedeu, foi preso e degolado. Pedro foi preso e preparado para ser degolado, mas um enviado divino foi até a prisão e o libertou. Paulo foi degolado. E como resultado de toda essa desgraça causada pelo capadócio que comandava o Sinédrio, no ano 66 da Era Cristã irrompeu a Guerra Judaico-romana. Mais de um milhões de judeus foram mortos, as mulheres capturadas foram estupradas, velhos e crianças foram degolados, jovens robustos foram reservados para morrer lutando nas arenas romanas, e o restante foi vendido como escravo. Enfim, o antigo Estado de Israel foi riscado do mapa, devido à loucura de religiosos contumazes.
Vida eterna
pr. Raimundo Nonato Freitas de Cerqueira
Florianópolis, Santa Catarina, Brasil, 21.04.2022