Sertão Seco e Sertão Verde
Os clássicos da Literatura Brasileira são muito mais conhecidos quando falam da seca, da fome, da miséria, da violência, da ignorância, do atraso do homem sertanejo, a exemplo de Vidas Secas, de Graciliano Ramos, Seara Vermelha, de Jorge Amado, Os Sertões, de Euclides da Cunha, Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, entre outros. Falta, agora, os atuais escritores falarem do Sertão Verde. Na condição de sertanejo do Vale do São Francisco, e escritor amador, tenho mostrado o progresso da Região do São Francisco, a partir de Minas Gerais até Alagoas e Sergipe, atravessando cinco estados brasileiros, quatro deles no Nordeste. Graças à agricultura irrigada, com o advento da energia hidrelétrica, a partir de Paulo Afonso, o "Seco tornou-se Verde". É isto que se vê em todas as cidades ribeirinhas, com destaque para Juazeiro e Petrolina, as mais prósperas da região. Próximas ao Lago de Sobradinho, seu progresso atraiu o turismo, principalmente para o passeio de barco, passando pelas eclusas da barragem e visitando as vinícolas, que produzem o melhor vinho do Brasil, em razão de seu clima, segundo os enólogos.
O sertanejo da região, que evoluiu em outras terras, certamente gosta de ouvir a música do Trio Nordestino, que fala em Juazeiro e Petrolina e, com seu refrão, diz: "Jesus abençoou com sua mão divinia, pra não morrer de saudade, vou voltar pra Petrolina." As vezes que ali tenho ido, não dispenso o passeio de barco e a visita às vinícolas. E sempre tenho visto turistas não só brasileiros, mas também do exterior, agora atraídos muito mais pelo Verde do que pelo Seco do nosso sertão.