O pão da vida

João 6.22-59

Introdução dos fatos

01. Poucos dias antes da Festa da Páscoa, o Senhor Jesus Cristo e se seleto grupo de seguidores pegaram um barco a remo e navegaram nas águas do Mar da Galileia em direção à Pereia, uma região sob o governo do rei Herodes Antipas. Ao desembarcarem, acompanhados de uma multidão que os aguardavam, seguiram em direção ao topo de um monte da região, local onde o Filho do Carpinteiro realizou a multiplicação de cinco pães e dois pequenos peixes, e assim alimentou mais de cinco mil pessoas.

02. Ao cair da tarde, seus discípulos entraram no barco e navegaram em direção a Cafarnaum, base do ministério terreno de seu Mestre. Após remarem cerca de trinta estádios, o mesmo que cinco quilômetros de meio, eis que avistam um vulto andando sobre as águas de um mar revolto, vindo em direção à embarcação, e deixam os homens acostumados ao mar assombrados com o fantasma que os iriam lança-los ao fundo do mar. Contudo, ao ouvirem a voz de seu Mestre, se acalmaram e continuaram remando (João 6.1-21).

Interpretação dos fatos

01. Na manhã do dia seguinte, a multidão que permaneceu na Pereia, vendo que o Nazareno e seus discípulos haviam partido, também, fizeram uso de barcos ancorados e navegaram para se encontrarem com o pregador, plenamente cientes de que este os alimentariam todos os dias da jornada terrena. Ao encontrá-lo, ouviram de seus lábios a informação de que não o buscavam por causa dos milagres que operava, mas pelo pão material que haviam saciado. Ministrou-lhes a mensagem de que deviam buscar o pão que permanece para a vida eterna, e que Ele, o pão que desceu do céu, foi enviado pelo Deus Eterno para matar a fome de uma sociedade decaída da graça divina.

02. Nisso, algum fariseu dentre a multidão, incumbido de espionar seus movimentos, o questionou acerca de que sinal, Ele, o Nazareno, faria, para que a multidão pudesse acreditar, ser Ele o Enviado divino. Para esse espião fariseu, a multiplicação dos pães e dos peixes que alimentaram milhares de humanos não constituiu um milagre, por entender que a multiplicação dos pães e dos peixes deveria ser contínua. E, para fundamentar sua tese, apoiou-se na alegação de que Moisés alimentou os aproximadamente 3 milhões de israelitas durante os 40 anos da travessia do deserto. O jovem Rabi mostrou-lhe que não foi Moisés quem os alimentou, mas, sim, o Deus Eterno, aquele mesmo que Lhe enviara como o pão que mata a fome, a água que sacia a sede, e o bálsamo que refrigera a alma humana.

03. Ainda, salientou que, por ser o Pão da Vida, todo aquele que for a Ele, jamais terá fome, e quem crer que Ele é o verdadeiro Enviado divino, nunca terá sede, pelo fato Dele ser o manancial que jorra Água Viva. (João 6. 22-40). O ser humano, os animais e os vegetais dependem da água para existir. E como sem a água não haverá vida terrena, sem Cristo Jesus não haverá vida eterna.

04. E ao se apresentar como o Pão da Vida, ao saírem do armário onde permaneciam escondidos, os fariseus passaram a murmurar e a duvidar de sua linhagem divina. E esse estado de murmuração aumentou ainda mais de intensidade, no momento em que o Filho do Carpinteiro, fazendo uso de uma linguagem metafórica, declarou” “Eu sou o pão que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne”, pois, “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida, e isso deixou os fariseus enlouquecidos (João 6.41-59).

05. O pão constitui a principal metáfora do Antigo Testamento a respeito do “sustento espiritual”, e o Homem de Nazaré fez uso do pão para tentar colocar dentro da mente e do coração dos fariseus o entendimento de que Ele era o Pão que desceu do céu para alimentar a alma do ser humano.

06. Filósofo gregos antigos, também, nutriam “a ideia do alimento espiritual que nutre a vida eterna”, e esse pensamento, ainda, iluminou apologistas do passado, como Filo de Alexandria, que via o maná como sustento espiritual. E não somente a Igreja Primitiva, como cristãos de nossos dias, têm a Jesus de Nazaré como o verdadeiro alimento espiritual, o qual, de forma simbólica, tem sido representado no partir do pão por ocasião da celebração da Ceia do Senhor.

07. Por ocasião da Páscoa, o povo judeu costuma comemorar, com pão sem fermento, durante o período de sete dias, e o faz para relembrar os 40 anos que seus pais foram alimentados com maná enviado pelo Deus Eterno, por ocasião da travessia do deserto bravio.

08. E a esses espiões fariseus, o Filho do Carpinteiro se apresentou como o Pão Messiânico enviado para alimentar a todo aquele que o receber como seu único Senhor e Salvador, não apenas por 40 anos, mas, por toda a eternidade.

Conclusão dos fatos

01. Pelo fato de o antigo Estado de Israel haver rejeitado a Jesus de Nazaré como o Pão Messiânico que veio para saciar a fome da humanidade, o Deus Eterno, na condição de juiz, permitiu que o povo judeu sofresse consequências de suas desobediências.

02. Quando as legiões romanas invadiram a nação judaica, no ano 70 da Era Cristã, os guerreiros foram mortos, velhos e crianças foram passados ao fio da espada, as mulheres estupradas, e os jovens robustos reservados para morrerem combatendo nas arenas do vasto Império Romano.

03. Foi assim que, por aproximadamente dois mil anos, a nação judaica deixou de existir, e somente voltará a gozar paz e prosperidade, a partir do momento em que reconhecer a Jesus Cristo como o Maná Messiânico que veio para alimentar a humanidade com o pão espiritual.

Questionário dos fatos

01. O que a multidão entendeu com a multiplicação dos pães?

Infelizmente, uma grande parte daquela multidão, senão toda, entendia que a partir daquele dia, seria diariamente alimentada, e não mais iria trabalhar para seu sustento diário. Membros dessa multidão estavam iluminados por uma tradição rabínica, segundo a qual, o maná continuaria sendo armazenado seria armazenado em um ambiente celestial, de onde retornaria, posteriormente, ao ambiente terreno, por ocasião da última Páscoa, exatamente, quando da vinda do Messias prometido pelas Sagradas Escrituras (Apocalipse 2.17)

02. Há diferença entre o maná e o pão da vida?

Sim, há diferença. O maná é o pão extraído de um cereal processado pelo organismo para gerar energia física, e uma parte dele se transforma em excremento. Enquanto isso, o pão da vida simboliza a palavra do Deus Eterno, o verdadeiro alimento que nutre a todo aquele que dela se alimenta.

03. Qual é o tempo de duração do maná e do pão da vida?

O maná vigorou por 40 anos, e vigorou durante a travessia do povo israelita através do deserto bravio. Quanto à duração do pão da vida, este tem início no exato momento em que a mensagem do Evangelho penetra no coração humano, e seu tempo de vida dura eternamente.

Vida eterna

Raimundo Nonato Freitas de Cerqueira

Florianópolis, Santa Catarina, Brasil, 20.06.1993 e 12.02.2022

Obra literária ainda não publicada nem revisada

RNF Cerqueira
Enviado por RNF Cerqueira em 05/04/2022
Código do texto: T7488712
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