Zaqueu, o publicano

Introdução dos fatos

01. Partindo de Cafarnaum com destino a Jerusalém, onde participaria da Festa da Páscoa, o Rabi da Galileia, fazendo-se acompanhar de seu seleto grupo de discípulos, e de uma multidão que os seguiam, chegou a Jericó, uma cidade muito importante, situada na fronteira da Judeia, e cerca de aproximadamente 40 quilômetros a nordeste de Jerusalém.

02. Como centro urbano de uma região agrícola fértil, Jericó, também conhecida como a Cidade das Palmeiras, se destacou por cultivar palmeiras e bálsamos. Devido a seu clima quente, Herodes, o Grande, construiu seu palácio de inverno nessa cidade, como a embelezou com muitas construções públicas, todas, de acordo com o padrão de uma arquitetura romana.

03. O no exato momento que penetrou na periferia da cidadela, foi procurado pelo deficiente visual, Bartimeu, que, aos gritos, clamou que o Filho de Davi lhe restituísse a visão, pois, desde o nascimento, não enxergava os raios do Sol. E a visão lhe foi restituída, para delírio da multidão, que se alegrava com a manifestação divina ao povo que vivia no Vale da Sombra da Morte. O milagre, por circular por todos os cantões da Cidade das Palmeiras, aqueceu os corações desse povo.

04. Ao penetrar na cidade, restitui a visão de Bartimeu, um cego de nascença, e ao deixar o ambiente urbano se depara com um nanico cobrador de impostos, e cura sua alma amargurada pela desgraça de roubar o suor do rosto de seu próprio povo para formar uma riqueza ilícita.

Interpretação dos fatos

01. Nessa ocasião, o Estado de Israel era uma colônia do Império Romano, e os impostos coletados eram recolhido por Roma, e assim se mantinha a máquina pública funcionando às custas do sofrimento do povo. O imposto de cada cidadão, da cidade e da propriedade privada era recolhido pelo Procurador romano. Porém, o imposto alfandegário era terceirizado, sendo que Zaqueu era um empresário judeu que prestava serviço de coletar impostos para Roma, tendo sua empresa sede em Jericó, e muitos publicanos estavam a seu serviço.

02. Por coletar impostos de seu povo para que Roma continuasse massacrando os povos do mundo de então, não somente Zaqueu, como todo cobrador de impostos, o mesmo que publicano, nome derivado de publicani, era visto como traidor da pátria, daí ser uma pessoa desprezada por todos os cidadãos. Além do valor do imposto a ser cobrado, Zaqueu cobrava um valor bem acima e, com essa exploração, fazia fortuna com a desgraça de seus conterrâneos. De maneira que todo publicano era visto como ladrão, corrupto e explorador, daí viver à margem daquela sociedade.

03. Na parábola do fariseu e do publicano, narrada pelo evangelista Lucas (Lucas 18.9-14), ao bater com a mão no peito, o publicano reconhecia, publicamente, que fraqueza, sua pecaminosidade e sua incapacidade de se justificar, diante de Deus e da sociedade, por haver extorquido a seus semelhantes para fazer uma fortuna que não salta para a eternidade.

04. Os Cavaleiros eram poderosos homens de negócios que ocupavam cargos importantes nos tribunais, ao lado de Senadores romanos. Foram os Cavaleiros quem estabeleceram a cobrança de impostos na Província Romana da Ásia. Foi assim que uma sociedade de publicanos se estabeleceu em Roma, para recontratar os serviços de cobrança de impostos no antigo Estado de Israel. E Zaqueu foi um dos chefes de publicanos de uma área territorial, e com um determinado período de tempo de vigência.

05. O Procurador romano destacado em Israel tinha residência em Cesareia, e sua função consistia em recolher os impostos, manter a lei e a ordem pública, como julgar causas judiciais em maior relevância. Os impostos recolhidos e enviados a Roma geraram muitos empregos ao povo judeu (Mateus 22.17). Por meio de uma licitação, o governo romano contratava alguém para efetuar a cobrança de impostos de um distrito, durante um determinado período de tempo a um certo valor fixado.

06. O contrato estipulava um limite máximo para o valor do imposto a ser arrecadado, mas o publicano contratado ficava com o excesso do imposto que coletava do povo.

07. Entre o povo judeu, os publicanos não constituem um partido político, nem religioso, mas uma classe de prestadores de serviços, não somente na Palestina, mas em todos seus domínios. Odiados por todos, os publicanos foram classificados como “homens de terceira classe”, por Plínio, o Velho.

Segundo o pastor batista, John Albert Broadus Jr, Zaqueu não era um chefe publicano, mas, um empresário que contratava pessoas para coletar impostos em sua área de atuação.

08. O chefe dos publicanos era um ricaço cidadão de Roma, que subcontratava profissionais em países subordinados ao Império Romano. Então, cada publicani subcontratado era quem fixava o valor do imposto a ser recolhido em sua área territorial, podendo dobrar o valor contratual firmado com seu superior em Roma.

09. Apesar de odiados por religiosos do Sinédrio judaico, muitos foram os publicanos que se reconciliaram com seu Criador. Por exemplo, o publicano Mateus, filho de Alfeu, foi um dos discípulos de Jesus de Nazaré (Mateus 9.9); o Enviado divino se assentou numa mesa para se alimentar com publicanos (Mateus 9.10); e João, o Batista, além de batizar publicanos, os orientou a que não explorassem o povo na cobrança de impostos (Lucas 3.12-13).

10. Na velocidade de um raio que irrompe no Oriente e logo alcança o Ocidente, o néctar informativo da cura de Bartimeu, o cego de nascença, chegou aos ouvintes do marginalizado cobrador de imposto, um dos homens mais ricos da Cidade das Palmeiras, que, desejoso ficou, de, pelo menos, avistá-lo, inda que, trepado em um sicômoro.

11. Devidamente informado de que o Nazareno seguiria viagem para Jerusalém, o publicano, desejoso de ter um encontro com o desconhecido, mas, como era de pequena estatura, odiado por todos, e receoso de que não fosse bem aceito por aquele que restituiu a visão de Bartimeu, não ficou a se lamentar, e num ato de fé subiu em um sicômoro da estrada-geral por onde o Enviado divino passaria, para, pelo menos avistá-lo, pois, por ali passaria acompanhado de seus discípulos e da multidão que o seguia.

12. No exato momento em passava pelo local, o Verbo da Vida parou junto ao arvoredo que produzia um tipo de figo usado por pessoas humildes como alimento e, dirigindo-se a Zaqueu, ali postado para ter um bom ângulo de visão, pediu-lhe que descesse depressa, pois, naquele dia, desejava ser recebido como seu hóspede. E o coração do publicani quase explodiu em pedaços, devido ao petardo emocional que o apanhou em pleno estado de surpresa. O homem marginalizado pela sociedade teve que se recompor emocionalmente para não despencar daquele arvoredo.

13. O Nazareno não apenas reconheceu a Zaqueu como um ser humano que precisava ser reintegrado à sociedade humana, como manteve um diálogo com uma pessoa tida como um ser impuro, e ainda mais, se ofereceu para ser aceito como hóspede em sua casa. E assim procedeu para romper as algemas impostas pela elite religiosa que governava o então Estado de Israel.

14. O impacto emocional desferido pelo convite do Homem de Nazaré em uma aceitação incondicional operou uma tremenda transformação no publicado ladrão, que levou o coletor de impostos a declarar, publicamente, que até metade de sua riqueza, adquirida de forma extorquida, a usaria para ser distribuída àqueles a quem havia defraudado. Segundo a lei mosaica, quando um judeu defraudava a seu próximo, devia devolver a seu possuidor o bem roubado, acrescido da quinta parte de seu valor, mas Zaqueu foi muito além, devolveria quatro vezes mais tudo o quanto havia ganho de forma ilícita e imoral.

Conclusão dos fatos

01. A exemplo do cobrador de impostos que se arrependeu de seu passado pecaminoso contra Deus e contra seus semelhantes, no momento exato em que recebeu a Jesus de Nazaré como seu hóspede de honra, muitos humanos, também, tiveram que descer do elevado pedestal em que se encontravam para serem reintegrados à sociedade celestial, e o famoso cangaceiro pernambucano Narciso Lemos de Almeida foi um deles.

02. A indústria do cangaço no Nordeste do Brasil decorreu da ausência de justiça por parte de autoridades constituídas, que faziam uso do poder que lhes foi dado para proteger bandidos políticos, empresariais e policiais. Então, como não apoio judicial, movidos de paixão pela perda de bens e de familiares, a vingança tornou-se a deusa justiça desses dias de densas trevas. E ao se fazer justiça com as mãos, derramando sangue humano, o justiceiro passou a explorar o crime para sobreviver, e assim cresceu a onda de marginalizados.

03. Narciso Lemos enveredou-se pelo caminho do crime ainda criança, e nos longos anos de cangaço matou 14 pessoas, sem contar as muitas que abateu nas tocais e nos muitos tiroteios que travou com adversários e policiais. Nasceu em 2 de janeiro de 1885 na cidade do Recife, em Pernambuco, filho de Prudente Lemos de Almeida e Jesuína Maria do Rosário, que eram pobres. Aos dois meses de idade, seus pais se mudaram para Mogi das Cruzes, em São Paulo, onde se estabeleceram.

04. Residindo no sítio de nome Capela de São Benedito, a atual Biritiba, situada próxima à Central do Brasil, o senhor seu pai foi picado por uma cobra urutu, falecendo poucos meses depois, quando o garoto tinha apenas 8 anos de idade. Aos 11 anos foi forçado a abandonar o lar. É que a senhora sua mãe se amasiou a um espanhol. Por solicitação dela, o garoto foi contratado pelo empreiteiro espanhol para derrubar árvores nas matas de Conceição de Itanhaem, as quais eram usadas para a fabricação de dormentes para os trilhos da Ferrovia Santos-Juquiá, em construção.

05. Muitas foram as vezes que o empresário o chicoteou, pelo fato do garoto não reunir forças físicas suficientes para carregar pesados dormentes na velocidade exigida pelo chefe. Cansado das chicotadas que levou, aguardou o espanhol tirar uma soneca, após o almoço, e deu-lhe uma machadada mortal na cabeça, e assim fez sua primeira vítima. Em seguida, embrenhou-se pela mata repleta de onças pintadas.

06. Após passar noites agarrado a galhadas altas, chegou a uma clareira chamada “Cebolas”, onde operários preparavam o trecho por onde passariam os trilhos da ferrovia, e ali trabalhou com ajudante de cozinha durante 15 dias, até que recebeu uma proposta indecorosa do cozinho. E não deu outra. Desferiu-lhe um tição ardente na cabeça, que o prostrou ao solo, e fugiu. Chegando a São Vicente, sentou-se em um banco da estação de bondes puxados a burros.

07. Ao confessar seu estado de fome, desemprego e orfandade, o delegado Antão de Moura o levou para sua casa, como lhe arranjou emprego de capinador de ruas na Prefeitura Municipal, ganhando 2 cruzeiros diários. Cerca de três meses depois, ao fazer amizade com o filho do carcereiro Marcolino, a dupla passou a praticar desordens pela cidade. Foram presos e enviados para a Escola de Aprendizes de Marinheiros, situada na Ponta da Praia. Nos sete anos que passou aquartelado, aprendeu a dar o demolidor rabo de arraia, a traiçoeira rasteira, o perigoso jogo de navalha, o ferino arremesso de punhal e toda uma acrobacia de agressão e defesa pessoal.

08. Em um dia de passeio pela cidade, um grupo de 8 marinheiros beberam 3 dúzias de cerveja em um botequim, mas, como não tinham dinheiro para pagar as despesas, deu-se origem a uma quebradeira infernal. E para escapar da severa disciplina que pegaria, o marinheiro Narciso refugiou-se no navio Itajubá, do Loide Brasileiro, onde dois seus colegas estavam destacados, e alguns dias depois desembarcou no Recife.

09. Como o ambiente da capital era por demais tranquilo para um jovem que desejava extravasar seu instinto sanguinário, seguiu para o vilarejo Sapé, desejoso de ser aceito pelo bando cangaceiro de Antônio Silvino, que havia adquirido fama com os “assaltos espetaculares, crimes a sangue frio e tiroteios contra a polícia” em vários povoados sertanejos. Ao pedir permissão para ser aceito como membro de bando, o chefão, num ato de intimidação, para causar-lhe medo, deu um salto sobre o garoto de apenas 18 anos, mas o capoeirista deu um pulo mortal e, de revolver em punho, apontava para abatê-lo, como fosse preciso.

10. Aprovado, passou a compor o bando de 300 cabras da peste especializados em matar, roubar e destruir. Pouco tempo depois tornou-se lugar-tenente, substituindo o chefe em casos de enfermidade ou de ausência inesperada, e do bando recebeu o pseudônimo de “Baianinho”. Após anos compondo o bando cangaceiro, no vilarejo Morro da Onça, os Filhos da Gota Serena foram apanhados, numa emboscada, por um pelotão da Polícia do Estado de São Paulo. É que, como as polícias nordestinas tinham conhecimento de que o bando cangaceiro contava com o apoio de políticos, e fingia sair em busca dos cangaceiros arretados, o governador de Pernambuco mandou trazer soldados paulistas.

11. Pouco tempo depois, o chefe Antônio Silvino foi preso, no esconderijo onde havia se refugiado. E “Baianinho”, que se refugiara para se recuperar do balaço em sua coxa esquerda, com a aplicação de somo de assapeixe, saiu para recompor o bando, mas, como não conseguiu, e sentindo que corria risco de vida, fugiu para Urubu, a atual Rio Branco, na Bahia, e depois seguiu para Mato Grosso, e finalmente para o Estado de São Paulo, e assim se estabeleceu em Santos, onde formou um bando de fascínoras, denominado “Camisa Preta”. Antes de seguir para Santos, passou cinco meses em casa da senhora sua mãe, que tinha 80 anos, e que não a reconheceu.

12. Sua gang era composta por Vinte e Um, Constantino e Laláu. Vinte e Um recebeu esse apelido por haver surrado 21 soldados. Ele recebeu uma apunhalada mortal no Botequim do Cardoso, no mercado de Santos; Constantino faleceu em um tiroteio travado em Piassaguera; e Laláu foi preso e deportado para a Argentina, onde nasceu. Encontrando-se sozinho e vagando embriagado pelas ruas da cidade portuária, deparou-se com alguém que lhe perguntou se o reconhecia. Era Francisco Ferreira da Rocha, que havia sido um cangaceiro do bando chefiado por

Horácio Queirós de Matos, que chegou a ser deputado estadual, e seus jagunços operavam na Chapada Velha de Brotas de Macaúbas, no Estado da Bahia.

13. Convidado para tomar umas pingas num botequim, Ferreira disse-lhe que recusava o convite, pois, o “Velho Ferreira” havia morrido para essas coisas, e que, agora, era uma nova criatura, que era protestante, que tinha sua vida transformada, que não era mais um cangaceiro, e que havia descido do arvoredo do pecado para um encontro com Jesus, o Nazareno. Como “Você de cabelos brancos dizendo ser uma nova criatura? Está louco!”

14. Camisa Preta recusou seu convite para se tornar um protestante, e acrescentou que era católico, apostólico, romano, e queria ter liberdade de consciência, beber cachaça e gozar a vida, porque, segundo o cangaceiro, Deus deixou a liberdade para que se gozasse os prazeres que são oferecidos. E ao ouvir do evangelista a mensagem de que fomos criados à imagem e semelhança do Criador, e que, como o ser humano é Templo do Espírito Santo, não se deve contaminá-lo com bebidas alcoólicas e vícios degradantes.

15. Tomado por uma raiva incontida, pelo fato de haver sido chamado de escravo do pecado, o cangaceiro pernambucano planejou convidar o evangelista para um passeio pela orla marítima, dar-lhe um tiro na testa, aproveitar o barulho das ondas quebrando na praia para abafar o barulho do disparo, e enterrar seu corpo numa cova a ser aberta na faixa de areia. E ao receber outro convite para um culto que se realizaria na residência de seu amigo, situada próxima à praia, o fascínora o aceitou imediatamente, pois, entendia que esse local era o ideal para dar sumiço a seu cadáver.

16. Num domingo pela manhã compareceu à Escola Bíblica Dominical, e ao término do culto recebeu um exemplar do Novo Testamento, que lhe foi oferecido pelo pregador Francisco Morais. O texto bíblico “não ficará pedra sobre pedra que não seja derribada”, do Evangelho de Mateus, capítulo 24, o deixou impactado, enquanto o hino “Oh quão cego eu andei e perdido vaguei” esfacelou a dureza daquele coração endurecido pelo pecado.

17. O cangaceiro não conseguiu pregar os olhos durante a noite. Pedia que Deus lhe esclarecesse sobre a nova religião, dizia que era católico, apostólico, romano, praticante, que se confessava com o padre Cícero Romão Batista, o carismático Padim Ciço, do qual a bênção de perdão: “Vai meu filho, que nossa mãe Maria Santíssima perdoa os pecados”.

18. Padim Ciço, que era padre, parlamentar e político atuante, com atuação em Juazeiro do Norte, no Ceará, foi patrono do bando cangaceiro de Antônio Silvino e, depois, do bando de Lampião, e os cabras da peste se confessavam com esse sacerdote romano.

19. Nessa noite que nunca terminava, o bandoleiro, assaltado por pesadelos, recordava que sempre rezava seu rosário, que trazia ao pescoço diversos “bréves”, que fazia rezas, que portava um crucifixo, que fazia orações “brabas”, oração de São Jorge, oração de São Crispim, oração da Pedra a Dar, e do Creio em Deus Padre, às avessas, dentre outras bruxarias, entendia que, assim procedendo, tinha seu corpo fechado contra balas inimigas.

20. Após passar cinco anos no cárcere, por haver matado o marido da amante que o criticou por se recusar tomar um copo de vinho, e cuja amante havia declarado à Polícia que a morte foi causada por um estranho, mesmo assim, o cangaceiro evangelizado foi até à Delegacia e confessou que foi ele quem o matou. Ao deixar a prisão no Guarujá e retornar a Santos, o homem que acumulou vícios e velhacaria passou a morar num quanto de pensão com Francisco Ferreira e o senhor Manuel de Oliveira Bispo, que diariamente lia trechos do Novo Testamento para seus dois amigos analfabetos de nascimento.

21. O drama sobre o Filho Pródigo apresentado numa noite de Natal no templo da Primeira Igreja Batista o impactou profundamente, ao se sentir ser o pródigo que precisava, urgentemente, retornar à casa de seu Pai Celestial.

22. E foi assim que, a um apelo de Cristo, o Nazareno, o cangaceiro causador de muitas mortes, um pária da sociedade, desceu do sicômoro do cangaço para recepcionar Àquele que o resgatou das garras do Diabo. No ano de 1926, aos 41 anos, foi batizado nas águas, pelo processo de imersão, no batistério da Primeira Igreja Batista, fundada pelo missionário William Buck Bagby e, tempos depois, pelo pastor Tecê Bagby. Ao se encontrar com aquele que restabeleceu a visão de Bartimeu, e que foi recepcionado na casa do publicano Zaqueu, o Velho Cangaceiro morreu, para se transformar numa Nova Criatura. O restante de seus dias foi dedicado à evangelização. Faleceu em idade avançada.

23. Este autor, também, a exemplo do publicani de Jericó, desceu apressadamente as escadas da Galeria da Igreja Batista de Jaguaquara, Bahia, onde se encontrava naquela noite de um domingo de maio de 1960, para aceitar a Jesus de Nazaré, como seu único Senhor e Salvador.

Questionário dos fatos

01. O publicano Zaqueu tinha uma consciência tranquila?

Apesar de ser uma pessoa muita rica, alguma coisa o incomodava. E o incômodo era tão gritante, que se sujeitou, como uma pessoa bastante rica, subir em um arvoredo, ante uma multidão que por ali passaria e o veria.

02. Por que ele não foi pessoalmente ao encontro do Nazareno?

Ele foi a esse encontro, por vários motivos: primeiro, era de pequena estatura; segundo, caso foi pessoalmente ao encontro com o Nazareno, por ser considerado uma pessoa de segunda classe, correria o risco de ser esfaqueado, pisoteado ou assassinado, por ser uma pessoa odiada.

03. O Homem de Nazaré errou em pousar na casa de um publicano?

Não, não errou, pois, o Autor da Vida veio para buscar e salvar a todo aquele que se havia extraviado da presença divina, e Zaqueu era, também, filho de Abraão.

04. O publicano rico teve que descer do sicômoro para se encontrar com Aquele que restaurou a visão de Bartimeu e reintegrou Zaqueu à sociedade?

Sim. E aquele que não descer da árvore do pecado, das drogas alucinógenas, das orgias, dos bacanais, da roubalheira e das patifarias, para se encontrar com Jesus de Nazaré, nunca verá a luz do dia raiar.

Vida eterna, volume 2

Lucas 19. 1-10

pr. Raimundo Nonato Freitas de Cerqueira

Florianópolis, Santa Catarina, 14.11.1993 e 15.12.2021

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