O espírita arrependido
Introdução dos fatos
A parábola a respeito de um judeu ricaço e de outro pobre, foi mais uma que o jovem Rabi fez uso para ministrar ensinamento às multidões que o acompanhava ao longo de suas caminhadas missionárias pela região da Galileia. O judeu rico era um homem de muitas propriedades, se vestia de uma roupagem finíssima, de tonalidade púrpura, e assim se regalava de forma esplendorosa.
A antiga Fenícia, que tem seu nome derivado do vocábulo púrpura, teve seu nome alterado para Líbano, um país do Oriente Médio, situado na orla do Mar Mediterrâneo, e seu território é bastante acidentado e pedregoso.
Os antigos fenícios descendiam de Cã, filho do patriarca Noé, e tataravô de Canaã (Gênesis 10.15-19). Esses hábeis navegadores fundaram colônias em Chipre, Cilícia, Rodes, Sicília, Malta, Sardenha, Cadiz, Cartago, Jope e Ugarite, como fundaram cidades urbanizadas, de acordo com um plano diretor de ruas longas e arborizadas.
Também, descobriram o alfabeto, dominaram a técnica da fabricação do vidro, da industrialização da púrpura, da arte da perfumaria, da confecção de cerâmica, do incenso, do papiro, de tecidos e de finas especiarias.
Foram esses hábeis navegadores quem primeiro desenvolveram o processo da extração e industrialização da púrpura, a partir do Murex, caracol dotado de um corpo mole e incolor, do qual era extraído um corante de grande procura.
Esse caracol existia nas águas do Mediterrâneo e, ao receber o impacto dos raios solares transformava-se na tonalidade púrpura. Séculos depois, nessa região, arqueólogos encontraram imensas montanhas de cascas de caracóis, assim como instalações de tinturarias montadas com blocos de pedras.
Segundo a Wikipédia, Murex é um tipo de molusco do gênero gastrópode marinho e carnívoro que pertence à família Muricidae.
A púrpura era um tipo de tecido que dependia desse tipo de caracol, como matéria-prima para sua produção. E por ser um produto muito raro, de difícil extração, e de pouca oferta no mercado, seu valor comercial era muito elevado, de maneira que somente pessoas muito ricas podiam adquirir esse tipo especial de tecido.
Os soberanos egípcios, cerca de 500 anos antes de Abraão, cidadão de Ur dos Caldeus, costumavam mandar tingir suas vestes reais nas famosas tinturarias da Fenícia.
Na gestão do governo romano de Otávio Augusto, somente pessoas nomeadas para cargos elevados podiam ser eleitas senadores vitalícios, e estes passavam a gozar o direito de usar uma faixa púrpura sobre suas togas, como anéis de ouro nos dedos, além de sandálias vermelhas que calçavam seus pés.
Numa certa noite festiva, poucas horas antes de Ciro, o persa, empreender a conquista da cidade de Babilônia, o então imperador Belsazar propôs, ao profeta Daniel, vesti-lo de uma toga púrpura, caso decifrasse a enigmática frase que uma mão-oculta havia gravado na parede do salão de festas do palácio real: “Mene, mene, tequel, ufarsim” (Daniel 5.25).
Alguns séculos depois, Assuero, nome que tem o mesmo significado de Xerxes, filho de Dario, o Grande, reinou sobre a Pérsia, entre 486 a.C. a 465 a.C., seus domínios se estenderam da Índia à Etiópia. Ele bateu os espartanos de Leônidas nas Termópilas, incendiou Atenas e foi batido pelo almirante Milcíades, na Batalha Naval de Salamina, em 480 a.C.
Seu suntuoso palácio de inverno, em Susã, as cortinas eram confeccionadas em tecido branco, verde e azul celeste, providas de cordões de linho fino e púrpura, argolas de prata, colunas de mármore, leitos de ouro e de prata, e piso revestido em mosaico de pórfiro, mármore, madrepérolas e pedras preciosas (Ester 1.6).
O judeu Mardoqueu, filho de Jair, da tribo de Benjamin (Ester 2.5), feito primeiro-ministro do rei Xerxes, em lugar de Hamã, filho de Hamedata, da linhagem de Agague e membro da realeza amalequita, vestia-se de um traje real na tonalidade azul celeste e branco, portava uma coroa de ouro e um manto de linho fino ornado de púrpura, uma veste típica da realeza persa (Ester 8.15).
Uma toga púrpura foi colocada sobre os ombros do senhor Jesus Cristo, por soldados do rei judeu, Herodes Antipas, como forma de menosprezá-lo aos olhos das autoridades presentes ao interrogatório. (Mateus 27.27-28).
Em um dia de sábado, estando na cidade macedônia de Filipos, o apóstolo Paulo ministrou o evangelho a um grupo de mulheres, e dentre as tais encontrava-se uma de nome Lídia, que era uma empresária de sucesso residente na cidade de Tiatira, situada na Ásia Menor, que vendia vestes púrpura nessa região. Tiatira era um centro industrial que extraía uma tintura de tonalidade púrpura muito procurada por manufatores de tecidos. (Atos 16.14).
E após a destruição de Jerusalém pelas legiões romanas, ao ser recepcionado em Roma, por sua façanha militar, tudo estava pronto para os festejos comemorativo de sua entrada triunfal na capital imperial. Ao amanhecer, o general Tito e seu pai, o imperador Vespasiano, desarmados, portanto togas púrpuras e uma coroa de louros na cabeça, deixaram o Templo de Ísis, no Campo de Marte, onde haviam passado a noite e, num cortejo triunfal, seguiram em direção ao Templo de Júpiter Capitolino, local dos festejos onde comemorariam os loiros de sua vitória na Judeia.
Interpretação dos fatos
O mendigo de nome Lázaro, tendo o corpo coberto de úlceras, era diariamente colocado bem junto ao portão de entrada da suntuosa residência do judeu ricaço. Ali postado, o mendigo paralítico desejava se alimentar com as migalhas que caíam da mesa do judeu abastado, mas este nada lhe dava.
Nos dias desse registro histórico, a elite ricaça costumava usar o pão como guardanapo, em suas refeições, e, uma vez usado, era lançado debaixo da mesa; e Lázaro, que era mendigo e deficiente físico, entendia que, ali postado, poderia ser contemplado com pães que serviam de guardanapo para o judeu ricaço, dono de muitas propriedades.
E um caso semelhante a esse aconteceu pouco tempo após o povo israelita atravessar o Rio Jordão para tomar posse da terra que havia sido dada ao patriarca Abraão como herança perpétua. Com a conquista do reino cananeu de Bezeque, após ser preso, Adoni-Bezeque confessou que mandara cortar os dedos polegares, dos pés e das mãos, de cerca de 70 régulos da região, e que estes costumavam se alimentar com as migalhas que caíam debaixo de sua mesa. Os israelitas deram-lhe o mesmo tratamento (Juízes 1.4-7).
O mendigo, que além de paralítico tinha o corpo coberto por úlceras, tão desnutrido se encontrava, veio a falecer. Seu espírito foi levado por seres angelicais para uma das divisões do Hades. Também, o ricaço judeu faleceu, teve um sepultamento esplendoroso, e seu espírito foi conduzido a uma outra divisão do Hades. O vocábulo hades, como geena e sheol, são sinônimos usados para designar o mundo dos mortos.
Estágios após a morte física
Introdução
Enquanto uns perguntam a respeito do lugar para onde partem o espírito dos justos, e outros questionam para onde segue o espírito dos que morreram sem terem aceitado a Cristo Jesus como Senhor e Salvador, a resposta encontra-se exposta no livro de Provérbios (Provérbios 4.18 e 19).
Então, o destino do espírito após a morte física deve ser a grande preocupação para a sociedade que não bebe da água que jorra da Fonte da Água da Vida. O ser humano pode viver seus dias como se a eternidade não existisse, contudo, quando a Morte bate à porta, ninguém a segura, pois, tudo cessa e nada canta, diz o texto sagrado contido no livro de Gênesis e no evangelho de Lucas (Gênesis 3.19; Lucas 12.16-21).
No antigo Egito, os sacerdotes costumavam embalsamar corpos de mortes ilustres da sociedade, por acreditarem na esperança de que, no futuro, poderiam reintegrá-los à rotina da vida cotidiana. Assim o faziam por não conhecerem o conteúdo bíblico da primeira carta do apóstolo Paulo de Tarso à igreja que havia estabelecido na cidade grega de Corinto (I Coríntios 15).
Era um costume dos gregos antigos invocarem os deuses do Olimpo a favor das “almas desencarnadas”, por acreditarem que o espírito do falecido se dirigia ao Mundo dos Mortos, o qual era administrado pelo deus Hades, e auxiliado pelo Cão Cérbero, dotado de três cabeças, o qual se postava junto à porta de acesso desse paraíso, para impedir que algum aventureiro a atravessasse.
Esses gregos assim procediam, por não conhecerem a mensagem do discípulo João, filho de Zebedeu, contida no evangelho que escreveu (João 10.1-10).
Nos dias do antigo Japão, quando os guerreiros samurais, kaitens, kamicazes e banzai praticavam o haraquiri, assim procediam por serem erroneamente educados na crença de que a morte honrosa concedia ao guerreiro o direito de viver como um deus no Santuário Yasukuni, em Tóquio, no Japão, e que, no Mundo dos Mortos, continuariam a lutar pela soberania da pátria de seus antepassados.
O primeiro estágio é o mundo dos mortos
O Hades, ou Mundo dos Mortos, encontra-se localizado no interior do Globo Terrestre, é dividido em três partes distintas, e sem interligação entre essas divisões. A primeira divisão do Hades é o Paraíso Terrestre, local para onde eram enviados os espíritos dos justos, ou seja, de humanos que haviam morrido na esperança da vinda do Messias prometido pelas Sagradas Escrituras. O espírito do mendigo Lázaro (Lucas 6.16.22), o espírito do sicário crucificado que se arrependeu de seu passado revolucionário (Lucas 23.39-43), como o de todos que partiram, desde Abel, na firme esperança do Enviado divino que viria para seu povo (Salmos 16.9-10).
A segunda divisão é o Poço do Abismo, onde são aprisionados os espíritos de determinados anjos que se rebelaram contra seu Criador. E a terceira divisão é o Inferno Provisório, onde são aprisionados os espíritos de seres humanos que vivem como se seu Criador não existisse. Ao Inferno Provisório foi enviado o espírito de Coré, Datã, Abirão, Jezabel e de todos os humanos que partiram fora do padrão divino de comportamento (Números 16.1-3,30-35).
Do Paraíso Terrestre, o espírito do justo podia avistar o sofrimento do espírito de humanos ímpios no Inferno Provisório e de anjos decaídos no Poço do Abismo. (Lucas 16.22 a 31). Então, o espírito da moabita Rute podia avistar o espírito de Orfa, o espírito de Jacó podia avistar o espírito de Esaú, o espírito de Abel podia avistar o espírito de Caim, o espírito do rei Davi podia avistar o espírito de seu filho Absalão, como o espírito de Moisés podia avistar o espírito do faraó Ramsés II, e o espírito do mendigo Lázaro podia avistar o espírito do ricaço judeu. (Apocalipse 21.8).
Conforme o apóstolo Paulo de Tarso, durante os três dias que Jesus de Nazaré passou no interior do Globo Terrestre, anunciou aos espíritos aprisionados, no Poço do Abismo e no Inferno Provisório, sua vitória sobre o pecado, sobre a morte, sobre o Inferno, sobre o Diabo, quando torturado e crucificado foi por ordem do Sinédrio judaico. (I Pedro 3.18 e 19). Ele não foi pregar-lhes a mensagem do Evangelho, mas, anunciar-lhes sua vitória redentora (II Pedro 2.4-11).
Tão logo alcançar vitória na Batalha do Calvário, o senhor Jesus Cristo tomou das mãos do Diabo as Chaves da Morte e do Hades, que até então as mantinha consigo. E em seguida, dirigiu-se ao Paraíso Terrestre para libertar a todo espírito redimido, desde Adão a esse dia, e os levou consigo para os Portais da Glória (Efésios 4.7-10; Apocalipse 1.18), local onde aguardam o dia da ressurreição, momento em que, cada um, receberá um corpo semelhante ao de Jesus Cristo ressurreto, para se acoplar a seu respectivo espírito (I Coríntios 15.51 a 56). Caso não houvesse triunfado, todo ser humano seria lançado no Inferno, o mesmo que Hades.
Uma vez estabelecido o Trono Branco, no ambiente terreno, espíritos de humanos decaídos da graça divina aprisionados no Inferno Provisório, quanto espíritos de anjos decaídos aprisionados no Poço do Abismo, além de espíritos de anjos decaídos em liberdade e o espírito do Diabo, todos serão lançados no Inferno Definitivo, o mesmo que Lago de Fogo e Enxofre, local específico onde o fogo nunca se apaga e o bicho nunca morre, diz o texto sagrado (Apocalipse 20.10).
O segundo estágio é o paraíso celeste
Ao ressurgir dentre os mortos, o Verbo da Vida, Jesus de Nazaré, ao ascender ao Céu, levou consigo todo espírito de humano justo que se encontrava retido no Paraíso Terrestre, e o colocou no Paraíso Celeste, também chamado de Terceiro Céu pelo apóstolo Paulo de Tarso (II Coríntios 12.3 e 4). O Primeiro Céu é o espaço que abrange a Atmosfera Terrestre, local onde as aves voam e as raposas constroem seus covis (Mateus 8.20). O Segundo Céu é o espaço celeste, o qual somente pode ser alcançado por sofisticados telescópios (Salmos 19.1). E o Terceiro Céu é o lugar onde o Deus Eterno tem instalado seu reino eternal, ou Paraíso Celeste, ambiente para onde o espírito de todo remido, retido no Paraíso Terrestre, foi transportado, logo após a Batalha do Calvário (Salmos 68.18a), como o espírito de todo remido após essa data histórica (Apocalipse 14.13).
O texto bíblico explicita que a morte física do ser humano ocorre uma única vez. Se esse humano é um ímpio, nesse mesmo momento seu espírito segue para o Inferno Provisório, aguardando o dia do Trono Branco, onde receberá a sentença condenatória, e sem Apelação alguma. E se for um justo, seu espirito segue para o Paraíso Terrestre, sendo que, após o Cristo ressurreto, seu espírito, após essa data, segue para o Paraíso Celeste, aguardando o dia da Ressurreição de seu Corpo.
Portanto, sem essa doutrinação diabólica ministrada pela Reencarnação de Espíritos, como ensinam seres decaídos da graça divina, fato atestado pelo texto bíblico exposto pelo autor do livro de Hebreus (Hebreus 9.27). E é claro que muitos e muitos somente irão acordar, quando se encontrarem com o Espírita Arrependido, naquele lugar horroroso.
Todo ser humano é constituído de corpo físico, alma e espírito, sendo que a alma carrega o corpo, e o espírito carrega a alma. E quando da partida física, seu espírito permanece plenamente consciente de toda a bagagem que armazenou quando ainda vivia (Lucas 16.22 a 24).
O terceiro estágio após a morte é a redenção do corpo
No exato momento do Arrebatamento (I Tessalonicenses 4.13-18), o espírito do remido, que se encontra no Paraíso Celeste (Romanos 8.18-23), como o espírito do justo que estiver vivo, receberão um Corpo Incorruptível (Filipenses 3.20-21), para o encontro, com seu senhor, Jesus de Nazaré, nas nuvens. Então, remidos ressuscitados e justos arrebatados receberão, no mesmo momento, um corpo semelhante ao do Nazareno ressurreto (I João 3.1-3).
Uma vez encontrando-se no Inferno Provisório, o espírito do Homem Rico, avistando o espírito do patriarca Abraão, no Paraíso Terrestre, clamando por misericórdia, pediu-lhe que enviasse o espírito do mendigo Lázaro, e que este molhasse a ponta de seu dedo em água, para que esta lhe refrescasse a língua, porque o ambiente em que se encontrava era tremendamente medonho (Lucas 16.24). A resposta foi a de que Paraíso Terrestre e Inferno Provisório não são vasos comunicantes.
Ainda, em sua insistência, pediu ao espírito de Abraão que alguém dentre os mortos fosse enviado à casa de seus pais, levando a mensagem do Evangelho, para que sua parentela, ao conhecer seu estado de sofrimento, viesse aceitar a Mensagem da Cruz, e assim escapasse do tormento eterno.
Primeiro, teve a informação de que a Mensagem do Evangelho é gratuita e destinada a todo ser humano, sem distinção alguma, e sem imposição de força, cabendo a cada pessoa o livre arbítrio de aceitar a Jesus de Nazaré com seu único senhor e salvador, ou até mesmo rejeitá-lo, como o fez o Judeu Rico em estado de sofrimento. Segundo, que a morte física é única (Jó 7.9-10;10.20-22), que o espírito é individual, e que, cada cabeça, uma sentença, portanto, sem reencarnação de espíritos (Lucas 16.23-31).
Enfim, quanto mais o ser humano se afasta da graça, mais perto se aproxima da desgraça, até que se vê abraçado à Doutrina da Reencarnação, ensinamento que não tem sua origem no bruxo Alan Kardec, mas em Anjos Decaídos, o mesmo que Demônios, os quais se manifestam como seres de luz, quando, na verdade, são agentes a serviço do reino de Satanás, uma afirmativa registrada pelo apóstolo Paulo de Tarso na carta que dirigiu à igreja que havia estabelecido na cidade grega de Corinto (II Coríntios 11.14-15).
Na condição de ramo científico do Espiritismo, de colarinho branco, a Parapsicologia tenta distorcer a personalidade do ser humano, ao ensinar que esse personagem existiu no passado, e que após a morte reencarnará em um corpo qualquer, o que não goza de respaldo bíblico algum. E é claro, cada pessoa tem livre arbítrio para tomar sua decisão, contudo, se essa escolha for errada, terá o mesmo destino do Ricaço Judeu que agonizava.
Conclusão dos fatos
Disseram ante de morrer
O ser humano, geralmente, se prepara para tudo o quanto se relaciona com sua subsistência e seu bem-estar, terreno, mas se esquece de manter um bom relacionamento com seu Criador; e muitos chegam ao ponto, até, de negar sua existência. E nessa fantasia inconsequente, gastam seus anos de vida sobre a Terra, até que a morte aparece para levá-los a seu verdadeiro lar.
Assim viveram muitos ícones do passado que se destacaram em diversos segmentos da sociedade. Eles tiveram tempo para tudo, menos para examinar e balizar suas vidas pelo conteúdo do Livro Sagrado. O Centro Apologético Cristão de Pesquisas, coordenado por Alexandre Seibel, relaciona o pensamento de muitos desses ilustres pensadores.
O estadista italiano César Borgia (1475-1507), um dos homens mais perversos de sua época, duque de Valentino e filho do papa Alexandre VI, próximo de sua partida, declarou: “Tomei providências para tudo no decorrer de minha vida, somente não para a morte, e agora tenho que morrer completamente despreparado.”
Carlos IX (1550-1574), monarca francês, ante a morte que se aproximava, exclamou: “Estou perdido, reconheço-o claramente.”
Antigo presidente da Câmara Alta britânica, o famoso Thomas Scott (1746-1824) declarou ante sua partida terrena: “Até este momento pensei que não havia nem Deus, nem inferno. Agora sei e sinto que ambos existem e estou entregue à destruição pelo justo juízo do Todo-Poderoso.”
Somente antes de partir, Henrique VII (1457-1509), monarca da Inglaterra, viu a realidade dos fatos: “Bem, agora tudo se foi, o reino, o corpo e a alma.”
O famoso filósofo iluminista britânico, Thomas Hobbes (1588-1679), no momento da morte, ao contemplar o vazio de uma vida além-túmulo, bradou: “Estou diante de um terrível salto nas trevas.”
Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844-1900), nascido em Rocken Bei Lutsen, na Alemanha, foi criado em uma família de avô pastor e pais luteranos. Porém, de atitude rebelde, tornou-se um dos maiores apóstatas do Século XIX. Aos 15 anos de idade, o jovem órfão entrou para a escola, em Pforta, e conheceu a obra romântica do francês e escritor boêmio Lord Byron (1788-1824).
Aos 24 anos foi nomeado professor de filosofia clássica na Universidade de Basileia, na Suíça, e na de Leipzig, na Alemanha, e aos 27 anos abraçou a Teoria da Evolução do britânico Charles Darwin.
Encharcado com os loiros da ciência, da razão e da lógica, o luterano apóstata refutou os princípios da teologia judaico-cristã, e passou a arrasar quarteirões com a mensagem de que o Eterno não existe. Em seu livro, Anticristo, declarou que padres e pastores deviam ser presos e torturados, porque destroem o homem livre com os conceitos éticos do Cristianismo.
Como em sua concepção o Criador não existia, o jovem intelectual defendeu a tese de que, em lugar do Eterno, devia existir uma versão do homem evoluído, ao qual o chamou de Super-Homem; e para provar ao mundo que os conceitos do Cristianismo são prejudiciais à raça humana, a divindade nefasta passou a viver de forma dissoluta, em meio aos prazeres que o mundo oferece.
Pouco tempo depois, o intelectual de bordel contraiu sífilis e, internado em uma casa de saúde, recorreu ao ópio e ao haxixe para ter alívio físico. Nesse momento, sua irmã Elizabeth Foster, viúva de um antissemita, aproveitou-se de sua fraqueza para ganhar, na Justiça, os direitos autorais de seus muitos escritos.
O porta-voz do liberalismo amplo e irrestrito colheu, na carne, a loucura que semeou, e foi assim que morreu solitário, sifilítico, louco, roubado por sua irmã sanguínea, colocado em um manicômio, e abandonado pela elite dominante que, anteriormente, o aplaudia. Elizabeth usou os princípios do Super-Homem de Nietzsche para alimentar o Fascismo de Mussolini e o Arianismo de Hitler.
Antes de morrer, o intelectual alemão adorado por Adolf Hitler, enfatizou: “Se realmente existe um Deus vivo, sou o mais miserável dos homens.”
A morte física é uma determinação divina, e não uma ação de governo algum. Ela foi decretada após nossos primeiros pais, no Jardim do Éden, caírem na lábia do Diabo, e dela ninguém poderá escapar, quer seja rei, nobre ou ser humano menos importante (Gênesis 3.13-19). A rainha da Inglaterra, Isabel I, que governou de 1558 a 1603, ao sentir que a morte iria visitá-la, ofereceu metade de seu reino ao médico que lhe assistia, caso o profissional da saúde lhe desse, apenas, mais um ano de vida.
François Marie Arouet (21.11.1694-30.05.1778) nasceu tão magro, que a parteira lhe deu pouco tempo de vida, mas chegou aos 84 anos. A senhora sua mãe faleceu em 1701, quando o garoto tinha apenas seis anos de vida. O senhor seu pai, advogado forense e tabelião de sucesso, como seu irmão, Armand Arouet, eram de fé jansenista, um movimento religioso de doutrina cristã sobre a graça, predestinação e rígida moral humana.
Além de não querer nada com o pensamento religioso de sua família, François, parisiense de nascimento, anos mais tarde, negou sua paternidade e se declarou filho bastardo de Monsieur Fochebrun. O rigor em dar ao garoto uma formação religiosa, o levou a tomar pavor por toda e qualquer religião.
Irritado pela irreverência de dois poemas do jovem poeta que o acusou de querer usurpar o trono vacante, o regente real meteu François na prisão da Bastilha, no dia 16 de maio de 1717, e nesse famoso centro de detenção permaneceu durante onze meses, tempo que usou para compor a peça teatral Édipo e o poema Henríada.
Ao deixar a prisão política, em 18 de novembro do ano seguinte, adotou o pseudônimo Voltaire, com o qual se tornou mundialmente famoso. Com a peça Édito, que permaneceu encenada por 45 noites consecutivas, em Paris, o teatrólogo faturou quatro mil francos.
O homem mais feio e mais popular da França, de composição física esquelética, nariz muito comprido, rosto marcado pela varíola, olhos como bolinhas de vidro e de uma expressão sarcástica, era também o homem de uma lábia tão visgosa, que enfeitiçava mulheres cheirosas. Esse gênio costumava dizer que as palavras voam, que os escritos permanecem, e que os livros governam o mundo.
O deísta que não cria na existência do Eterno, passou toda sua existência terrena pesquisando escritos de ícones mais geniais da Antiguidade, em busca da Verdade, mas não a encontrou. O célebre francês Victor Hugo se gabava em dizer, que, enquanto a Itália deu ao mundo a Renascença, e a Alemanha a Reforma Protestante, a França produziu Voltaire.
Voltaire, Rousseau, Mirabeau, Diderot, D’alambert, e famosos enciclopedistas alimentaram a Revolução Francesa. Discípulo dos escritos de Aristóteles, Voltaire foi um reacionário aos desmandos do Clero Romano, uma casta de jesuítas, que, em nome de Deus, exterminou inúmeros cientistas, enciclopedistas e protestantes franceses.
O famoso escritor francês que cerrou uma forte oposição à Bíblia Sagrada, aprendeu com o britânico John Locke (1632-1704) a rejeitar o sobrenatural, a refutar o conteúdo das Sagradas Escrituras e a reprimir a gestão do Criador sobre a Criação.
Conduzido a esse extremo e perigoso labirinto, o virtuoso iluminista afirmava que a Bíblia e a fé cristã desapareceriam cem anos após sua morte. Todavia, no centésimo aniversário de seu falecimento, a Sociedade Bíblica de Genebra comprou a casa e a editora que pertenceram ao admirador de Aristóteles, e, nessas instalações, passou a publicar Bíblias para iluminar o mundo. E cerca de 205 anos após sua morte, 1983 foi declarado O Ano da Bíblia.
Figura central do movimento filosófico iluminista, Voltaire rejeitava tudo o que não fosse baseado na razão humana. Segundo o missionário norte-americano, no Brasil, Nels Lawrence Olson, esse deísta, até, acreditava na existência de um Criador, mas, que Este não intervém na administração das coisas que criou.
Conforme esse amante da liberdade de pensamento, o Universo obedece às leis da Mecânica, e que o ser humano deve se ater, apenas, à luz da razão; e não, na fé em Jesus de Nazaré. Fervoroso crítico da ideia de que o Criador não se revela à Criatura, o iluminista criticava a Bíblia, os milagres nela contidos e o sacrifício vicário do Nazareno no Calvário.
Focado nas ações terroristas do Clero Romano, na rigidez de seu pai jansenista, e no néctar enganoso de deuses do pensamento cultural, com os quais conviveu, o filósofo iluminista francês, enfatizava: “Estou cansado de ouvir dizer que doze homens estabeleceram a religião cristã. Eu provarei que basta um homem para suprimi-la .”
Todavia, foi como observou um primitivo reformador protestante, ao dizer que a “Bíblia é uma bigorna que tem gasto muitos martelos.” E Voltaire foi um deles. De modo que a Bíblia continua a martelar: “Sem mim nada podeis fazer.” (João 9.33).
Postado no leito de sua cama, antes de falecer, o famoso filósofo, aos berros, bradou durante toda a noite por perdão. A enfermeira que o assistiu, e que era uma profissional de formação protestante, apavorada com o desespero do intelectual, declarou ao médico que assistia o filósofo francês : “Por todo o dinheiro da Europa, não quero mais ver um incrédulo morrer!” .
E ao longo da noite que antecedeu sua morte, o moribundo iluminista bradou: “Fui abandonado por Deus e pelos homens, eu irei para o inferno.”. Infelizmente, uma grande parte dos seres humanos somente se lembra de seu Criador quando a morte se avizinha, o que é lamentável. É tarde demais, e não há retorno.
Questionário dos fatos
1.O judeu Lázaro teve seu espírito enviado ao Paraíso Terrestre, pelo fato de ser pobre, paralítico, mendigo, e ter seu corpo coberto por úlceras?
Não. Mas, porque caminhava diariamente ao lado do Criador do Universo fantástico e maravilhoso.
2.O judeu ricaço teve seu espírito enviado ao Inferno Provisório, pelo fato de ser uma pessoa financeiramente muito abastada?
Não. Foi devido a seu comportamento voltado exclusivamente para as coisas do presente século. Esse era o seu único deus. Vivia, apenas, para os bens materiais que agregara.
3.Ao falecer, o ser humano tem seu espírito reencarnado, vezes e vezes, até alcançar um estado de perfeição, o seu Nirvana, ou seja, um deus?
Não. Essa doutrina espírita não goza de respaldo divino, pelo fato de que a morte física é única, momento em que o espírito do justo é enviado ao Paraíso Celestial, e aí aguarda o momento da ressurreição, quando então o corpo ressurreto, incorruptível, será acoplado a seu espírito; e no caso de um ímpio, no momento da ressurreição, que ocorrerá quando o Trono Branco for instalado no ambiente terreno, seu corpo deformado será acoplado a seu espírito. Tanto o corpo do justo como o corpo do ímpio, cada, irá se acoplar a seu respectivo espírito, e não, a um espírito, como ensina uma doutrina ocultista.
4.Para onde segue o espírito do justo, tanto antes como depois da Batalha do Calvário?
O espírito do justo, de Adão até a vitória do Calvário, seguia para o Paraíso Terrestre. Depois desse dia festivo, o espírito dos justos, como o espírito dos justos que partiram, após essa data, encontram-se no Paraíso Celestial.
5.E o que ocorrerá a espíritos não-remidos, a anjos decaídos e a Satanás?
Pelo fato de haverem caído em estado de desgraça, serão banidos, para todo o sempre, da graça divina, e lançados no Inferno Definitivo, um lugar específico onde o fogo nunca de apaga e o bicho nunca morre (Marcos 9.48).
6.E o que os justos farão ao longo da Eternidade?
No exato momento que o corpo incorruptível do justo se acoplar a seu respectivo espírito, passará a administrar o Universo esplendoroso, fantástico e maravilhoso, sob a regência de seu Senhor e Salvador, Jesus de Nazaré (João 14.3).
Vida eterna
Lucas 16. 19-31
Raimundo Nonato Freitas de Cerqueira
Florianópolis, Santa Catarina, 03.10.1992 e 09.12.2021