A PERCEPÇÃO DA NUDEZ

A libido, que é expressão do sentir subjacente à sensualidade e/ou ao erótico, é vital na poética lírico-amorosa. Afinal, o poeta-autor cumpre a sua sina de viver no plano existencial terreno. Neste teatro da realidade, nasce, vive, ama e se finitiza.

Quanto à erotização, suas nuanças e jogos, quem nudifica o poema é o leitor. Deixai-o refletir sobre o estar aqui e a imperiosa condição humana.

Hosanas! Eros vive, mesmo que seja somente o bafejo da traição "in extremis" da libido. Afinal, o poema com Poesia é o reino da farsa, do sonho, da fantasia, nunca a realidade.

Vassalo da Palavra, o operário das letras está sempre em estado de nudez, porque aquela que lhe põe ou remove a roupa é a necessidade de ser e o seu respectivo patamar de intensidade. E esse quinhão de domínio (ou não) pertence à lúdica possessão do poeta-leitor.

MONCKS, Joaquim. A MAÇÃ NA CRUZ. Obra inédita em livro solo, 2021.

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