Dois vídeos de Rodrigo Gurgel, crítico literário. Semana de 22 e os medalhões da Literatura.

Assisti, ontem, 04/08/2021, no Youtube, a dois vídeos, ambos de um pouco mais de três minutos de duração, do professor de Literatura e crítico literário, Rodrigo Gurgel. São os dois vídeos, um publicado no dia 17/03/2020, e o outro no dia 29/02/2020, respectivamente, "A Desnecessária Semana de 22" e "Devemos Dissecar a Literatura Sem Ter Receio dos Medalhões". Ambos os dois vídeos completam-se. No segundo aqui mencionado, diz o professor que não é papel do crítico literário demolir a reputação dos escritores, reduzir à pó as suas obras, mas dialogar com eles, e avaliá-las em seus aspectos positivos e negativos. Menciona o poeta brasileiro Manuel Bandeira, e diz que ele, prosador e poeta de recursos literários inesgotáveis, um escritor de mão cheia, fora de série, escreveu, para honrar seus compromissos, sob encomenda, peças constrangedoramente medíocres, que, é óbvio, não incorrem em diminuição do valor de sua obra, e tampouco lhe desmerece o talento. E aqui tece críticas aos modernistas da Semana de 22, citando-a por alto. E a literatura da Semana de 22 é o tema central do primeiro vídeo mencionado linhas acima. Neste vídeo, dedica atenção a Menotti del Picchia, e usa-o para ilustrar a sua tese. Dez anos após a Semana de Arte Moderna, de 1922, escreve Menotti del Picchia livro de qualidade superior aos que ele escreveu sob influência dos modernistas: Kummunká, obra de cunho filosófico e social. E além de Menotti del Picchia, outros autores modernistas, à margem do movimento modernista, escreveram obras valiosas, que em muito superam as que escreveram submissos, num ímpeto revolucionário, iconoclasta, elitista, sob os ditames da escola modernista. E entende o crítico literário desnecessária a Semana de 22 porque tinha o Brasil, então, uma literatura que emulava à dos europeus, literatura que contava, entre seus principais expoentes, com Machado de Assis, Euclides da Cunha e Monteiro Lobato - e estes dois últimos experimentaram estilos retóricos mais fiéis ao ambiente cultural brasileiro. E dois importantes escritores regionalistas, Graciliano Ramos e Rachel de Queirós torciam o nariz para os modernistas.

Diz o professor Rodrigo Gurgel que têm os brasileiros de entabularem palestra amigável com os escritores brasileiros, e com os medalhões, sem temê-los, e tê-los como interlocutores; e dentre tais medalhões estão os escritores modernistas, que, muitos entendem, têm de ser pelo povo reverenciados, cultuados, e não estudados, avaliados. Lição proveitosa dá aos brasileiros o professor de Literatura e crítico literário Rodrigo Gurgel.

Ilustre Desconhecido
Enviado por Ilustre Desconhecido em 07/11/2021
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