A questão da ressurreição
Lucas 20.27-40; Mateus 22.23-33; Marcos 12.18-27
pr. Raimundo Nonato Freitas de Cerqueira
Florianópolis, Santa Catarina, 31.07.2021
Vida Eterna - ainda não editada nem revisada
Introdução dos fatos
01. Os israelitas saíram do Egito e, por 40 anos, peregrinaram em regiões desérticas, até atravessar o Rio Jordão, para tomar posse da terra que o Eterno havia prometido ao patriarca Abraão. Durante essa caminhada, por cerca de 40 dias e noites, Moisés esteve no alto do Monte Sinai em contato com o Criador. Nessa ocasião, além das Tábuas da Lei, recebeu também o projeto arquitetônico, minuciosamente detalhado, de como deveria construir um tabernáculo móvel, pré-fabricado, e foi além, ao instruir Moisés, filho de Anrão, consagrar seu irmão, Arão, como sumo sacerdote, para este exercer os serviços religiosos no tabernáculo erguido como centro de adoração do povo israelita. Então, o cargo de sumo sacerdote, a partir dessa data, passou a ser exercido, exclusivamente, pela linhagem de Arão (Números 3.1-10), vigorou do ano de 1.440 a.C. a 189 a.C., e de 164 a.C. ao ano 40 a.C., o cargo passou a ser exercido pela linhagem do sacerdote levita Matatias, filho de Hasmon (Êxodo 28.1-3).
02. Por volta do ano 1.000 a.C., o rei Davi, filho de Jessé, fez de Jerusalém a capital do antigo Estado de Israel. Nessa ocasião, o monarca israelita comprou, do jebuseu Araúna, uma faixa de terras pela quantia de 600 siclos de ouro (I Crônicas 21.25), com dimensões de 491m no lado oriental, 462m no lado ocidental, 310m no lado norte, e 281m no lado sul, perfazendo 148.996m². Poucos anos depois, sobre esse imóvel, o rei Salomão, seu filho, ergueu o suntuoso Templo de Jerusalém, cujos serviços religiosos eram exercidos, exclusivamente, por descendentes de Arão. Atualmente, sobre essa área de terras encontram-se erguidas a Mesquita de Omar e a Mesquita Al-Aqsa.
03. Em seu governo de quatro décadas, o rei Davi firmou uma aliança política com o Império Fenício, situado no Líbano, a antiga Fenícia. Tempos depois, devido a essa parceria, o rei Salomão contratou os serviços do engenheiro e artífice fenício, de nome Hiram (Hirão) Abiff (II Crônicas 2.13), filho de mãe judia, e este comandou os serviços construtivos do Templo de Jerusalém, e sua inauguração ocorreu em 952 a.C.
O antigo Estado de Israel permaneceu como uma nação independente até o ano de 586 a.C., quando foi conquistado pelo Império Babilônio comandado por Nabonido, época em que o povo israelita foi levado cativo para Babilônia e o Templo de Salomão foi derrubado.
04. O primeiro retorno israelita a Jerusalém ocorreu no ano de 538 a.C., mas há quem coloque a data de 536 a.C., quando o imperador persa, Ciro, o Grande, nomeou o judeu Sesbazar, príncipe da tribo de Judá, governador de Jerusalém, e o enviou com a função específica de reconstruir o templo edificado pelo rei judeu Salomão, que havia sido destruído 50 anos antes. Contudo, devido a dificuldades múltiplas, causadas por afarsaquitas, samaritanos, amonitas, arábios e filisteus, o governador removeu, apenas, as camadas de terras que sepultavam a área da edificação, reparou os blocos de pedras que haviam sido derrubados, e preparou alguma coisa referente à fundação existente .
O segundo retorno realizou-se no mês de tishrei, equivalente a setembro/outubro, no ano de 520 a.C., quando o imperador persa, Dario, o Grande, nomeou o judeu Zorobabel governador de Jerusalém, e o enviou com a função específica de reconstruir a edificação religiosa inacabada .
Assim sendo, o judeu Zorobabel, filho de Sealtiel, seguiu para a Judeia com a função específica de reconstruir o templo que havia sido destruído quase sete décadas antes, o qual foi reinaugurado no dia 3 de março do ano de 515 a.C., e cujas atividades religiosas foram reativadas pelo sumo sacerdote Jesuá, o mesmo que Josué, filho de Jeozadaque, que era da linhagem da Arão. (Esdras 3 a 6; Ageu 1).
O terceiro retorno ocorreu quando o imperador medo, Artaxerxes Longímano, no ano de 445 a.C., nomeou o exilado Neemias, filho de Hacalias, governador de Jerusalém, e o enviou com a função de reconstruir as muralhas que haviam sido destruídas cerca de 143 anos antes . Os serviços construtivos duraram apenas 52 dias, fato que deixou perplexos inimigos das redondezas, que tanto haviam conspirado para eliminá-lo .
05. Em seu avanço para dominar o mundo de então, no ano de 191 a.C., as legiões romanas do cônsul Caio Flamínio, aliadas a tropas do Império Egípcio, dos Ptolomeus, enfrentaram combatentes do Império Selêucida. Derrotado na Batalha de Magnésia, em 189 a.C., travada nas planícies da Lídia, o imperador selêucida, Antíoco III, que governou com o título de Antíoco III Megas, gestor do Império Selêucida, permaneceu no poder, mas foi forçado a assinar o Tratado de Apameia, entregar aos Ptolomeus o território da Mesopotâmia, e condenado a pagar uma indenização de guerra, tão elevada, que se viu obrigado a vender cargos de sumo sacerdotes de templos religiosos de várias religiões de seus domínios, como pilhar templos, de Jerusalém a Babilônia, para honrar o tributo anual exigido por Roma. A partir dessa data, por quase quatro décadas, o cargo de sumo sacerdote, do antigo Estado de Israel, passou a ser vendido, a peso de muito ouro, por imperadores selêucidas, até que o domínio selêucida foi banido por combatentes macabeus, estes, sob a liderança de Matatias, um sacerdote da tribo de Levi.
06. Nessa época, o Estado de Israel era colônia do Império Selêucida, que tinha capital em Antioquia, na Síria. Foi assim que o cargo de sumo sacerdote judaico passou a ser vendido, para, com o dinheiro arrecadado, o selêucida pagar o tributo exigido pelos romanos.
Sucedido no trono por seu filho Antíoco Epifanes, que governou com o título de Antíoco IV, o sumo sacerdote judeu, Onias III, que era da linhagem de Arão, foi destituído do cargo, e Jasão, o mesmo que Josué, seu irmão, o comprou por 360 talentos de prata e mais 80 talentos de rendas outras (1 talento = 20,04kg).
Nesse útero de interesses financeiros, cerca de três anos depois, o sumo sacerdote Jason enviou Menelau a Antioquia, na Síria, sede do governo selêucida, para entregar o tributo ao imperador selêucida, mas encontrou uma maneira política de convencê-lo a lhe entregar o cargo de sumo sacerdote, e Jason teve que se refugiar entre os moabitas.
07. Cleópatra, irmã de Antíoco Epifanes, que se casara com um príncipe do Império Ptolomeu, na gestão de Ptolomeu VI, foi assassinada. Para vingar a morte de sua irmã, o imperador selêucida preparou uma expedição para invadir o Egito, mas, foi duramente contido pelo ultimatum emitido pelo embaixador romano, Pompílio Laenas, pois, o reino Ptolomeu era aliado de Roma.
Nessa ocasião, circulou a falsa informação de que Antíoco Epifanes havia morrido em combate. Então, Jason entrou em Jerusalém, comandando um pequeno exército de mil combatentes, e Menelau teve que se esconder em posições fortificadas da cidade.
Também, erroneamente informado de que Menelau, seu aliado, havia se rebelado, ao retornar da campanha no Egito, Epifanes ou Epifânio, num sábado, entrou em Jerusalém, matou 40 mil judeus, levou outros para o cativeiro, e profanou o Templo de Zorobabel, consagrando-o ao deus grego Zeus Olímpico, e o Tempo de Gerizim o consagrou ao deus Zeus Xenius. O selêucida Epifânio tem sido considerado como o “Anticristo do Antigo Testamento”, registrou o professor assembleiano Antonio Gilberto.
08. No ano de 169 a.C., para reprimir uma revolta na Judeia, então província do Império Selêucida, o imperador Antíoco IV, conhecido também como Antíoco Epifânio, apoderou-se do tesouro do Templo de Jerusalém, destituiu o sumo sacerdote Jasão, implantou costumes religiosos pagãos, passou a sacrificar porcos no Altar do Holocaustos, e assim profanou o ambiente sagrado.
Devido à loucura desse imperador, o sacerdote Matatias, da linhagem de Arão, residente no vilarejo de Modim, situado a 30 km a oeste de Jerusalém, fugiu para as montanhas com seus filhos Judas, Jônatas, Simão, João e Eleazar, e usaram a estratégia de guerra de guerrilha para combater o invasor. O sacerdote Matatias estabeleceu o período macabeu, vocábulo que significa martelo, uma derivação do hebraico maqqébet e do aramaico maqqába.
09. Do reinado de Roboão, filho de Salomão, por volta do ano de 920 a.C., até os dias de Matatias, em 167 a.C., o povo judeu viveu escravo de potências militares. Nessa data, Israel tornou-se uma nação independente, até ser, posteriormente, anexada pelo Império Romano.
Ante tamanha profanação do ambiente sagrado, o sacerdote Matatias, descendente de Hasmon, com o apoio de seus cinco filhos, deu início à resistência para expulsar os selêucidas.
10. Com a morte do idoso sacerdote Matatias, em 166 a.C., seu filho Judas, o Macabeu ou Martelador, assumiu o poder, derrotou as tropas gregas dos selêucidas e reinou de 165 a.C. a 161 a.C. Em dezembro do ano de 164 a.C. Judas, o Macabeu, reconquistou o controle político de Jerusalém, data em que conclamou o povo judeu a participar dos festejos de purificação da instituição sagrada. O óleo usado na purificação da edificação religiosa, até hoje, vem sendo utilizado por ocasião da Festa de Hanukkah, como elemento de purificação. Em 161 a.C., Judas, filho de Matatias, proclamou o Estado Judeu independente, governou com o título de sumo sacerdote, e despachou um grupo de embaixadores a Roma para obter a aprovação do Senado, em sua guerra contra a dominação selêucida.
11. Ao tombar no campo de batalha, em 160 a.C., seu irmão Jônatas, o Macabeu, assumiu o poder, firmou um acordo com o Império Selêucida, apoiou-se nos fariseus para governar com o título de sumo sacerdote, e foi assassinado pelo general selêucida Trifon, seu aliado, no ano de 143 a.C. Governou de 160 a.C. a 143 a.C.
Com o assassinato de Jônatas, seu irmão Simão, o Macabeu, assumiu o poder, enviou embaixadores a Roma para firmar uma aliança política contra os selêucidas, como convocou uma Grande Assembleia, o mesmo que Sinédrio, e esta lhe concedeu o título de sumo sacerdote. Simão governou de 143 a.C. a 134 a.C., sendo assassinado por seu genro Ptolomeu, em um banquete.
12. Devido ao assassinato de Simão, seu pai, João Hircano I deu início ao período hasmoneano, ao assumiu o comando da nação, e governou de 134 a.C. a 104 a.C.
Nas campanhas militares que empreendeu, subjugou a Idumeia, forçou sua população a se circuncidar e a se submeter ao Judaísmo.
Nessa ocasião, o monarca hasmoneu levou o príncipe idumeu, Antípater, como refém para o palácio de Jerusalém. Antípater era casado com Cipros, princesa árabe da cidade de Petra.
13. Durante o período Macabeu, de Matatias a Simão, que
vigorou por 33 anos, de 167 a.C. a 134 a.C., a nação judaica foi administrada por governadores com o título de sumo sacerdote, por serem da tribo de Levi. Contudo, durante a gestão hasmoneana, de João Hircano I a Antígono, e que se estendeu por 97 anos, de 134 a.C. a 37 a.C., foi um período de muita confusão interna, causada pela ambição de fariseus. Não se contentando somente com o título de sumo sacerdote, Alexandre Janeu, casado com Alexandra, usou o título de rei e sumo sacerdote, governando de 103 a.C. a 76 a.C.
14. Ao apanharem o rei efetuando serviços no Templo, os fariseus o atacaram a pedradas, fato que levou o monarca a matar 6 mil adversários. Cerca de três anos depois, os fariseus instigaram uma guerra civil, e o monarca se viu o obrigado a fugir para as montanhas. Nessa ocasião, os fariseus passaram a comandar a nação, até que entraram em briga com os saduceus pelo controle político-religioso do Templo de Jerusalém. Em meio a essa confusão, o monarca hasmoneu retomou o controle da nação e mandou crucificar 800 revoltosos.
Antes de morrer de uma febre intermitente que o pegou quando do cerco à cidade de Rágaba, o monarca hasmoneu deixou o poder para sua esposa, e o cargo de sumo sacerdote para seu filho primogênito Hircano II.
Nessa ocasião, sua esposa Alexandra passou a exercer o governo com o título de rainha, de 76 a.C. até o ano 67 a.C., ocasião em que firmou uma aliança de paz com xiitas fariseus, e entregou-lhes o controle do Sinédrio judaico.
15. Para os judeus, o título de rei somente deveria ser usado por um governante da tribo de Judá, e o título de sumo sacerdote para alguém da tribo de Levi. Mas, Aristóbulo II, que sucedeu a sua mãe Alexandra, passou a governar com o título de rei e sumo sacerdote, governando de 67 a.C. a 63 a.C.
A sede de Aristóbulo II pelo poder foi tão gigantesca, que levou Hircano II, pelo fato de ver seu irmão tirar-lhe o título de sumo sacerdote, a firmar uma aliança com o príncipe idumeu Antípater, que vivia exilado no palácio de Jerusalém, e assim ajudaram os romanos a tornar o Estado de Israel uma colônia de Roma. E quando os romanos assumiram o poder, Hircano II recebeu, do general Cneu Pompeu, o título de sumo sacerdote, no ano 63 a.C.
16. Conhecedor da guerra civil travada entre os irmãos pelo poder, o general Cneu Pompeu viu a grande oportunidade de fazer da Judeia uma colônia romana. Assim, orientado pelo príncipe idumeu, Antípater, filho de Antipas, que ambicionava o poder, levou Hircano II a firmar uma aliança secreta com o oficial romano. Após três meses de cerco, Jerusalém foi tomada pelas tropas romanas, justamente, no dia em que o povo judeu comemorava a Festa do Yom Kippur.
Com o apoio de tropas e de informações fornecidas por Hircano II e Antípater, Pompeu tomou Jerusalém, matou 12 mil combatentes judeus, prendeu o monarca hasmoneu Aristóbulo II, o enviou preso a Roma, e estabeleceu Hircano II no cargo de sumo sacerdote.
Enfim, no ano de 63 a.C., o antigo Estado de Israel, mais uma vez, deixou de ser uma nação livre, para tornar-se mais uma colônia de Roma.
17. Pouco tempo depois, em 61 a.C., sentindo-se enfraquecido, o general Cneu Pompeu Magno formou um triunvirato com Caio Júlio César e Caio Licínio Crasso, estes dividiram o poder entre si, e a Judeia ficou sob os domínios do general Pompeu. Em sua campanha militar para subjugar o território do Império da Pártia, o general Crasso, passando por Jerusalém, saqueou 34 toneladas de ouro armazenadas no tesouro do Templo, isso, no ano de 54 a.C. E ao tomar conhecimento da morte de Crasso, no ano de 52 a.C., por combatentes partos, Júlio César atravessou o Rio Rubicão, que fica ao nordeste da Península Itálica, e seguiu com suas tropas em direção a Roma, fato que levou Pompeu a bater em retirada para a Grécia. Em sua guerra com Pompeu, pelo poder temporal, chegando a Roma, César viu no monarca judeu Aristóbulo II, um grande aliado para estender seus domínios ao Oriente Médio. Então, tirou o hasmoneu da prisão, deu-lhe recursos financeiros, legionários romanos e o enviou a Jerusalém para recuperar o poder, mas o monarca foi derrotado.
18. Finalmente, derrotado por Júlio César, na Batalha de Farsala, em 9 de agosto de 48 a.C., Pompeu fugiu para o Egito, e pouco tempo depois foi assassinado por um membro da dinastia do Ptolomeus. Com o fracasso de Pompeu, o sumo sacerdote Hircano II e o gestor Antípater passaram a apoiar Júlio César, com homens, dinheiro e suprimentos, em sua companha militar para se apoderar do Egito. Com o apoio recebido, Júlio César abandonou o hasmoneu Aristóbulo II.
Então, cheio de poder, Antípater nomeou seu filho mais velho, Fazael, governador de Jerusalém.
19. No ano 47 a.C., como recompensa pelos serviços prestados, o imperador Júlio César concedeu ao idumeu Antípater o título de Cidadão Romano e o nomeou Procurador-Geral da Judeia, nomeou Hircano II como Etnarca da Judeia, e Herodes (72 a.C. a 4 a.C.), filho de Antípater, foi nomeado Governador da Galileia, pois, era muito inteligente e dotado de muita coragem.
No ano 44 a.C., o imperador romano, Júlio César, emitiu um decreto concedendo a Hircano II e a seus descendentes o cargo de sumo sacerdote do Templo de Jerusalém. Nesse mesmo ano, com o assassinato do imperador romano, Caio Cássio Longino, um dos conspiradores, assumiu o comando das legiões romanas estacionadas na Síria, e Antípater, por ser um aliado do imperador assassinado, foi envenenado por seu camareiro, em 42 a. C.
20. Aliado a tropas da Síria e da Pártia, o hasmoneano Antígono, filho de Aristóbulo II, tomou Jerusalém de assalto, destronou seu tio Hircano II e aprisionou Fazael, filho de Antípater. A Hircano II, além de removê-lo do cargo de sumo sacerdote, cortou-lhe as orelhas, para que este nunca mais pudesse ocupar o cargo religioso de grão-sacrificador.
Quanto a Fazael, governador de Jerusalém, deu com a cabeça dele na pedra, e enviou um médico para curar-lhe os ferimentos; só que, nos ferimentos, o profissional colocou veneno, e o prisioneiro morreu. Antígono governou de 40 a.C. a 37 a.C.
21. Vendo Antígono assumir o poder, e sentindo-se em perigo, Herodes, filho de Antípater, reuniu um grupo de seguidores e seguiu para Massada, uma poderosa fortaleza comandada por seu irmão José. Nela, deixou a senhora sua mãe, sua irmã, sua esposa Mariana, a Hasmoneana, filha de Alexandre Janeu, como a seus seguidores em segurança, e viajou para Tressa, uma aldeia da Idumeia, e depois para Petra, na Arábia. Receoso de que os partos pudessem invadir a Arábia, por dar-lhe abrigo, Herodes seguiu para Rinoçura e, em seguida, para Peluso, no Egito. Apesar de um rigoroso inverno, Herodes embarcou para a Panfília, chegou a Rodes, e depois a Brindisi, na Itália, e daí seguiu para Roma chorar aos pés do general Marco Antônio, que havia abatido os assassinos do imperador Júlio César. Isso posto, no ano 37 a.C., o Senado romano reconheceu os bons serviços que o idumeu Antípater, pai de Herodes, havia prestado aos interesses de Roma, com Cneu Pompeu e com Júlio César, e, então, nomeou Herodes como Rei da Judeia.
22. Ao receber dinheiro, legionários romanos e o título de Rei da Judeia, com o apoio recebido, Herodes seguiu para Jerusalém, tomou o poder, aprisionou Antígono e o enviou preso a Roma. Tempos depois, o hasmoneu foi assassinado na prisão.
Assumido como um administrador brutal, Herodes se reconciliou com os essênios, cerrou oposição aos saduceus, arrochou o povo com impostos, passou a nomear sumo sacerdotes, e assim acabou com o cargo hereditário para administrar o Templo de Jerusalém.
Herodes, o Grande, era “judeu por profissão, romano por necessidade e grego por cultura”. Receoso de que alguém pudesse tirar-lhe o poder, mandou matar a todos os partidários de Antígono; aos membros do Sinédrio judaico; ao sumo sacerdote Aristóbulo III, que era irmão de Mariana; a Hircano II, tio de Mariana, que tinha 80 anos de idade; a sua esposa Mariana, em 20 a.C.; a ex-rainha Alexandra, mãe de Mariana; a Antígono, seu filho com Doris; como a Alexandre II e Aristóbulo IV, filhos que teve com Mariana, a Hasmoneana. Herodes era casado com Doris e, para se casar com a hasmoneia Mariana, exilou seu filho Antípater II.
23. A macabeia Mariana censurou a Herodes, seu esposo, pelo fato deste haver mandado matar a seu avô materno, Hircano II, e a seu irmão, Aristóbulo. Ao tomar conhecimento da intriga, Salomé, que era irmã do monarca e que odiava a rainha macabeia, aproveitou a oportunidade para montar-lhe um ardil criminoso. Fez entrar em seus aposentos um criado do monarca; e, devidamente subornado, foi instruído a dizer a seu senhor, o monarca, que a rainha macabeia lhe havia oferecido uma enorme recompensa para envenená-lo com uma bebida devidamente preparada. O monarca acreditou na informação criminosa, não mandou investigar o caso, e Mariana foi executada imediatamente.
A rainha macabeia, disse o judeu Flávio Josefo, era fisicamente muito bonita, pois, “sobrepujava infinitamente em beleza, em majestade e em graça, a todas as outras mulheres de sua época...”
Devido à peste que matou uma grande parte do povo e da nobreza, Herodes se deslocou para a região de Samaria, e logo foi afetado por uma enfermidade que lhe causou inflamação e uma violenta dor de cabeça. Vendo que os remédios ministrados aumentavam ainda mais as dores, o grupo médico perdeu as esperanças de curá-lo. Finalmente, ao se recuperar da enfermidade, tornou-se muito mais cruel que antes, mandando matar a muitos, inclusive a ex-rainha Alexandra, mãe de Mariana.
24. Trifom, barbeiro do rei Herodes, o informou de que Tirom lhe havia pedido que cortasse seu pescoço com a navalha. E se o fizesse seria muito bem recompensado. Grandemente irado, o rei mandou executar seu barbeiro, a Tirom e a seu filho, a cerca de 300 oficiais de seu exército que haviam sido denunciados, e a seus dois filhos que teve com Mariana. Seus filhos Alexandre e Aristóbulo foram estrangulados e seus corpos depositados no túmulo de seu avô materno em Alexandriom. Todos os envolvidos foram punidos sem julgamento algum.
O rei Herodes se casou com nome mulheres, com as quais gerou filhos e filhas, exceto com aquela que era sua prima-irmã.
Sentindo que sua morte se aproximava, o rei Herodes enviou seu filho Antípatro a Roma, para tratar com o imperador Augusto a questão de seu testamento. O imperador deveria analisá-lo e possivelmente aprová-lo. Seu nome constava com seu sucessor, mas, como Antípatro planejou apressar sua subida ao trono, trabalhava para o assassinato de seu pai. Ao tomar conhecimento da intriga entre os irmãos, Herodes, seu pai, e Feroras, seu tio, o príncipe entregou a Feroras, seu tio paterno, e a Doris, sua mãe, uma dose de veneno egípcio, a qual deveria ser adicionada à bebida que o monarca, seu pai, tomaria.
25. Ao retornar de Roma, e com a descoberta da artimanha que havia sido montada para assassiná-lo, considerada culpada da conspiração palaciana, Herodes mandou prender sua esposa Doris, tirou-lhe todas as joias e pedras preciosas que lhe haviam sido dadas, e a expulsou do palácio real.
Sentindo-se bastante adoentado, enquanto descascava uma maçã, o monarca tentou dar cabo a sua existência terrena, mas foi impedido pelo seu neto Aquiabe. Sabedor de que seu pai se encontrava bem doente, até que Antípatro tentou subornar o carcereiro, mas este informou ao rei o intento de seu filho aprisionado. Então, sem pestanejar, o monarca deu ordens a um seu subornado para matar o príncipe malvado.
26. O sumo sacerdote Matias, filho de Margalote, e Judas, filho de Sarefeu, ambos saduceus, ao serem informados de que o rei Herodes se encontrava-se muito doente, seguidos por um grupo de destemidos discípulos, à luz do dia, arrancaram uma enorme águia de ouro que Herodes mandara instalar sobre o portal de acesso ao Templo de Jerusalém, como forma de prestar homenagem ao imperador romano. Os dois líderes e seus 40 discípulos foram presos, conduzidos acorrentados ao palácio em Jericó, julgados por um tribunal e condenados a morrer queimados vivos, para satisfazer a cólera do desgraçado judeu-idumeu.
Terrivelmente cruel quando em vida, os últimos dias do megalomaníaco foram por demais terríveis. Foi afetado por uma enfermidade infernal, atacado por uma febre lenta que queimava suas carnes e o devorava internamente, uma fome violenta o atormentadora, violentas cólicas intestinais lhe causavam dores terríveis, pés e virilhas inchadas, nervos se tornaram frouxos, respiração se tornou dificultosa, os órgãos de suas partes íntimas eram devorados por vermes virulentos, e seu hálito se tornou tão fétido, que ninguém ousava dele se aproximar.
27. As pessoas entendiam que a enfermidade lhe fora enviada como castigo devido às desgraças que cometeu para se manter no poder temporal. Pouco antes de partir para uma eternidade vazia, o monstro em formato humano, praticamente sem forças e sem mais mobilidade alguma, emitiu um edito convocando todo judeu ilustre a comparecer a Jericó, onde se encontrava, sob pena de morte para quem não comparecesse. E quando todos se apresentaram, mandou aprisioná-los no hipódromo. Em seguida, deu ordens expressas a sua irmã, Salomé, e a seu genro, Alexas, de que, logo após seu último suspiro, mandassem seus soldados matarem, a flechadas, a todos esses judeus, para que não festejassem sua morte. Todavia, antes mesmo de sua partida terrena ser divulgada, Salomé e Alexas puseram a todos em liberdade.
28. Seu reino foi dividido entre seus três filhos. Herodes Arquelau foi nomeado governador da Judeia, a Idumeia e Samaria, Herodes Antipas como governador da Galileia, e Herodes Filipe como governador da Bataneia, Traconítida e Auranita, sendo o general Pôncio Pilatos era o Procurador romano de todo o antigo Israel.
Nesse ano de 20 a.C., vendo-se duramente odiado pelo povo judeu, que também odiava a seu pai Antípater, o monarca Herodes, o Grande, para tentar se mostrar agradável aos olhos da população judia, deu início aos serviços para reformar, ampliar e embelezar o Templo de Zorobabel, e as obras se estenderam do ano 19 a.C. a 64 d.C.
Após sua morte, por algum tempo, surgiu uma agitação popular contra os gastos de sacerdotes, contra os ricos que desperdiçavam, contra a tolerância dos tribunais, contra os romanos que oprimiam a população, e contra os coletores de impostos que esmagavam os anseios do povo.
29. Com a deposição do governador Herodes Arquelau, no ano 6 d.C., Anás comprou o cargo de sumo sacerdote junto a Quirino, governador romano da Província da Síria, e permaneceu 8 anos na função, até ser deposto pelo governador romano Valério Grato. Com seu afastamento, cada um de seus filhos, Eleazar, Jônatas, Teófilo, Matias e Ananus II, ocupou o cargo, do ano 6 ao ano 18 d.C. Finalmente, José Caifás, genro de Anás, permaneceu no cargo de sumo sacerdote, do ano 18 d.C. a 36 d.C., sendo que Anás foi a velha raposa que passou 30 anos comandando os negócios do Templo de Jerusalém, quer direta ou indiretamente. Essa foi a forma que o evangelista Lucas encontrou para mostrar o sistema de usura que havia minado o ministério religioso judaico (Lucas 3.2; Atos 4.5-6).
30. No ano 14 d.C., o imperador romano Tibério Cláudio Nero César nomeou Valério Grato para ocupar o cargo de Procurador da Judeia, e este, de forma sucessiva, destituiu três sumos sacerdotes, até que, no ano 18 d.C., nomeou José Caifás para ocupar o cargo de sumo sacerdote do Templo de Jerusalém. Cerca de seis anos depois, Grato foi substituído por Pôncio Pilatos, cuja gestão foi do ano 26 d.C. a 36 a.C. Pilatos sufocou uma revolta quando tentou colocar uma estátua do imperador romano nas instalações do Templo de Jerusalém, e sufocou uma outra quando saqueou o Tesouro da unidade religiosa para financiar a construção de um aqueduto que levasse água potável a Jerusalém.
31. Conforme uma determinação divina entregue a Moisés (Êxodo 28.1), o cargo de sumo sacerdote deveria ser ocupado somente por alguém da linhagem de Arão, que era da tribo de Levi. Todavia, com o decorrer dos tempos, o cargo religioso tornou-se interesse político, virou loteria, e finalmente passou a ser adquirido a peso de muito ouro.
Nos dias de Jesus Cristo, o cargo de sumo sacerdote encontrava-se corrompido pelo fermento da política romana. Assim, a santidade divina, há muito, havia sido substituída pelo fermento da política financeira, e foi justamente um banqueiro, investido no cargo de sumo sacerdote, quem mandou crucificar o Messias prometido pelas Escrituras.
Enfim, o cargo de sumo sacerdote estava sendo ocupado por alguém que não descendia da linhagem de Arão, ou seja, por um impostor que profanou o tabernáculo sagrado e o transformou em casa bancária movida a usura.
32. De maneira que, nos dias do Filho do Carpinteiro, o Templo de Jerusalém não mais funcionava como casa de culto, mas como caixa-forte, a qual era usada pelo Estado e por grandes empresários para nele depositar suas riquezas. Administrado pelo sumo sacerdote, uma das divisões do Templo, o Átrio, funcionava como casa de câmbio, para empréstimos a grandes latifundiários.
E quando o Messias veio para ocupar o cargo de rei e sumo sacerdote, o cargo de rei estava sendo ocupado por Herodes, o Grande, um capacho do Império Romano, enquanto o cargo de sumo sacerdote era ocupado por um impostor saduceu. Isso dito, o destino do Messias prometido não podia ser outro, senão, o de ser pendurado numa estaca, executado pelo impostor que comandava a Suprema Corte de Justiça do antigo Estado de Israel (Mateus 26.57-68; 27.32-35).
33. Conforme Flávio Josefo, judeu da linhagem de Levi, general e historiador judeu do Primeiro Século da Era Cristã, o cargo de sumo sacerdote havia sido contaminado por uma casta de banqueiros. Esse historiador registrou que, desde o ano 37 d.C., apenas membros de quatro famílias forneceram os sumos sacerdotes, e a rivalidade chegou ao ápice de brigarem a pedradas. Isso dito, por volta do ano 60 d.C., o cargo pontificado encontrava-se em plena decadência.
No período em que somente a linhagem de Arão ocupou o cargo, por aproximadamente 1.200 anos, houveram apenas 83 sumos sacerdotes; no governo dos macabeus e hasmoneus, período de 130 anos, houveram apenas 8 sumos sacerdotes; e, em um período de 107 anos, houveram 28 sumos sacerdotes.
34. Em 37 d.C., o imperador Caio Júlio César Augusto Germânico, conhecido como Calígula, destituiu o procurador Pôncio Pilatos e nomeou Herodes Agripa I, neto de Herodes, o Grande, Rei da Judeia. E, num ato de extrema loucura, delegou a Petrônio, governador romano da Síria, a incumbência de instalar uma sua estátua no interior do Templo de Jerusalém, mas o militar não ousou cumprir a ordem recebida.
Com a morte de Calígula, em 41 d.C., o imperador Tibério Cláudio César Augusto Germânico manteve Herodes Agripa I no cargo, e este demitiu José Caifás do cargo de sumo sacerdote. Esse monarca judeu faleceu comido por vermes, quando ainda vivo, no ano 44 d.C. (Atos 12.2-23). Ele havia reunido 8 ministros de estado e criou a sociedade secreta, A Força Misteriosa, e esta começou a matar a todo judeu seguidor de Jesus de Nazaré. Com a morte do monarca, seu filho Herodes Agripa II, foi nomeado Governador da Galileia pelo imperador romano, e ainda recebeu o título de Inspetor do Templo de Jerusalém, com poderes para nomear o sumo sacerdote de sua escolha.
35. Com a ascensão do imperador Nero Cláudio César Augusto Germânico, no ano 55 d.C., revoltosos zelotes liderados por Judas, o Galileu, começaram a se rebelar contra o pesado jugo romano. Após incendiar Roma e colocar a culpa na comunidade cristã local, o imperador romano mandou massacrar muitos zelotes, e quando o Procurador romano da Judeia, Géssio Floro, saqueou 17 toneladas de ouro do Templo de Jerusalém, deu-se início à Guerra Judaico-romana, que se estendeu de 66 a 70 da Era Cristã, data em que o antigo Estado de Israel foi destruído, o Templo de Jerusalém foi incendiado, e o Sinédrio judaico deixou de existir, porquanto o sangue derramado no Calvário caiu sobre suas cabeças, como pagamento pelos crimes cometidos pela liderança religiosa apóstata judaica.
Interpretação dos fatos
01. Perdura uma suposição de que o nome saduceu tenha sido derivado de Zadoque, filho de Aitute (I Crônicas 6.12), um israelita da linhagem do sumo sacerdote Arão, irmão de Moisés (I Crônicas 27.17). Esse Zadoque exerceu o ofício de sacerdote durante o reinado de Salomão, filho de Davi (I Reis 4.4), na vaga deixada pelo sacerdote Abiatar (I Reis 2.35). Os saduceus constituíam um partido político-religioso, cujos membros eram ricaços aristocratas, pouco em números, porém, muito poderosos politicamente. Para esses banqueiros, tanto fazia a nação ser governada por judeus ou por estrangeiros, tanto que, nos dias em que o antigo Estado de Israel viveu como colônia do Império Selêucida, os saduceus, que haviam surgido nesse período histórico, apoiaram a ocupação militar do invasor.
02. E, posteriormente, quando do domínio de Roma, prestaram todo apoio ao inimigo, como chegaram a comprar o cargo de sumo sacerdote junto ao procurador romano. O que interessava aos membros desse partido sacerdotal aristocrata era o poder temporal, e nele permaneceu até o dia em que irrompeu a guerra judaico-romana que destruiu o estado judeu, o templo, e deu fim ao sistema de sumo sacerdote. Esses deuses do dinheiro, travestidos de sumo sacerdotes, e que, pouco tempo depois ajudaram o monarca Herodes Agripa I criar a sociedade secreta, A Força Misteriosa, aquela que prendeu, julgou e executou milhares de seguidores do Homem de Nazaré, na verdade, constituíam uma corja de banqueiros ateus que administravam serviços sagrados no Templo de Jerusalém.
03. Essa elite ateia aceitava somente o conteúdo bíblico do Pentateuco, rejeitava a tradição oral dos fariseus, rejeitava a doutrina da ressurreição dos mortos, rejeitava a existência de anjos, rejeitava o destino do indivíduo após a morte física, como rejeitava toda e qualquer providência divina.
Enfurecidos, devido ao fato de seus agentes cambistas e comerciantes haverem sido chicoteados pelo Jovem Rabi, a quem o consideravam “um pé de chinelo” que afetava seus interesses financeiros, tal qual uma víbora astuta, a cúpula dominante saduceia, de forma ardilosa, enviou um grupo de seus discípulos para tentar ridicularizar, tanto o Galileu como os fariseus, estes, seus inimigos políticos, ao questioná-lo a respeito de qual do sete irmãos, após a ressurreição, seria aquele que ficaria com a mulher com a qual conviveu maritalmente.
Conforme a Lei do Levirato, instituída por Moisés, cerca de 1.400 anos antes, no caso de um irmão casado permitir um seu irmão morar debaixo de seu telhado, ao falecer sem deixar herdeiro do sexo masculino, esse seu irmão ficava obrigado a se casar com a viúva, e o primogênito que gerasse receberia o nome do defunto (Deuteronômio 25.5-10).
04. E foi a respeito do Levirato o questionamento que os saduceus apresentaram ao Mestre da Galileia, pois, entendiam não haver uma resposta satisfatória para a questão.
Todavia, o Galileu deu-lhes uma resposta em dois tópicos distintos para corrigir a teologia errática de seus adversários raivosos. Primeiro tópico, o Nazareno mostrou-lhes que a ressurreição corporal é a continuação da vida terrena, todavia, não em um corpo material, como assim entendiam os saduceus (I Coríntios 15.35-44), e sim, em um corpo espiritual que nunca mais sofrerá deterioração alguma (I João 3.2; Filipenses 3.20-21; Colossenses 3.4). Segundo tópico, o ser ressurreto não se casa e nem se dá em casamento.
Com tal resposta, as multidões que acompanhavam o debate verbal ficaram maravilhadas ao ouvir de seus lábios que o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó, não era um Deus de mortos, mas de vivos (Êxodo 3.1-6). E ao questionarem o Verbo da Vida a respeito da ressurreição, na qual não acreditavam, o fizeram para mostrar às multidões que o Rabi da Galileia não era um Mestre, mas um iletrado enganador.
05. O Templo e o Sinédrio constituíam a base de apoio dos banqueiros saduceus, membros de uma instituição estruturada “ao redor do sumo sacerdote”, este, uma figura política muito poderosa nos negócios internos da nação judaica.
Fariseus, escribas, doutores da lei, herodianos e saduceus constituíam a cúpula da Suprema Corte de Justiça, o mesmo que Sinédrio, e assim governavam a nação, independentemente de Pôncio Pilatos, general romano nomeado por César Augusto, Procurador da Judeia, que, na época, era subordinada à província romana da Síria.
06. Os herodianos constituíam um partido político-religioso que surgiu com o idumeu Antípater, cuja função era abrigar simpatizantes de governantes de sua linhagem, e que acreditavam ser Herodes, o Grande, o Messias que haveria de vir. Eles se entendiam muito bem com os saduceus, porque, ambos se punham a favor do domínio romano, pois, Roma os apoiavam. Tanto herodianos como os saduceus não simpatizavam com os fariseus.
Mas, para dar fim ao Rabi da Galileia, fariseus, saduceus e herodianos removeram as diferenças pessoais e se uniram para pendurar o pregador Galileu no madeiro, julgando que assim dariam fim a sua obra redentora.
07. E por chicotear cambistas e comerciantes que operavam no Pátio dos Gentios, profissionais que geravam uma grande fonte de renda para o Sinédrio judaico, fariseus, saduceus e herodianos, elementos que compunham a cúpula dominante, acusaram, mandaram prender, julgaram e condenaram o Verbo da Vida a morreu pendurado no madeiro, a então mais dolorosa e humilhante forma de morte, a qual era reservada a criminosos.
E por não mais suportar tamanha corrupção de seres decaídos exercendo atividades religiosas no ambiente sagrado, foi que o Eterno, num ato de justiça, lavrou a sentença condenatória a um povo contumaz. Então, no dia 9 de ab, que equivale a 29 de agosto, data da destruição do Templo de Salomão, por tropas babilônias de Nabucodonosor, no ano de 586 a.C., nesse mesmo dia, também, os romanos serviram como instrumentos de justiça para dar fim ao antigo Estado de Israel, a passar o povo à espada, a destruir o Templo de Herodes, e a saquear toda sua riqueza em ouro e joias. Até hoje, esse povo não dispõe de um templo para retornar às mesmas práticas corruptas de outrora, pois, penduram e continuam pendurando o Autor da Vida numa estaca.
Conclusão dos fatos
01. Quando o imperador romano, Júlio César, no ano 47 a.C., concedeu ao príncipe idumeu Antípater o título de Cidadão Romano e o nomeou Procurador-Geral da Judeia, como recompensa pelos serviços prestados à expansão dos domínios territoriais do Império Romano, esse registro histórico atesta que a nação judaica já se encontrava totalmente afastada da proteção do Deus Eterno, porquanto o Templo de Jerusalém havia deixado de ser uma instituição sagrada, para se transformar numa Sinagoga do Diabo.
O fato de o príncipe idumeu ser nomeado gestor da Judeia, atesta que tal nomeação veio como juízo para o povo judeu, pois, uma determinação divina proibia que um estrangeiro fosse nomeado gestor da nação judaica, e cujo registro encontra-se no livro de Deuteronômio (Deuteronômio 17.14-15).
Da Linhagem do judeu-idumeu Herodes, o Grande, surgiu o micróbio que deu origem à Força Misteriosa, a Mãe, criada no ano 43 da Era Cristã, à Franco-Maçonaria, a Filha, criada no dia 24 de junho de 1717, e à Cabala Escura, a Neta, criada no dia 1º de maio de 1776, a trindade diabólica idumeia que trabalha para estabelecer um governo único planetário.
Aos deuses de carne e osso que comandavam o antigo Sinédrio judaico, o Messias, prometido pelas Sagradas Escrituras, foi bem enfático, ao avisa-lhes do juízo a que seriam submetidos ante o Tribunal Divino: “...porque se não crerdes que Eu Sou, morrereis em vossos pecados” (João 8.24; Êxodo 3.14)