Escola com Partido norte-coreana
Estátuas de adoração
Em 9 de setembro de 1948, poucos anos após o término da Segunda Guerra Mundial, Kim Il-sung (1912/1994) proclamou a República Popular Democrática da Coreia, e a tornou independente do Japão, que, por décadas, havia anexado seu território.
Uma vez alçado ao poder, estabeleceu culto à personalidade, e assim tem sido representado na propaganda oficial como pai amoroso para seu povo.
Por todo o país norte-coreano existe mais de 40 mil estátuas da família Kim, e estas exigem culto de adoração.
E aqueles que se recusarem prestar culto a esse deus, de material metálico, têm sido enviados a campos de concentração, nos quais encontram-se encarcerados cerca de 50 mil evangélicos que centraram sua fidelidade na pessoa de Jesus de Nazaré.
Devido à implacável perseguição religiosa da família dominante, para escapar de espiões, mais de 300 mil evangélicos costumam se reunir, de forma secreta, em regiões rurais montanhosas, e assim, juntos, celebram culto de adoração ao Criador. Por usaram essa estratégia, para não serem apanhados pelo poder estatal, os que assim se reúnem passaram a ser conhecidos como “igreja subterrânea”.
A partir da década de 1970, o sistema de adoração ao “Presidente Eterno” Kim II Sung tornou-se religião estatal. Nessa ocasião, o líder político elaborou um sistema filosófico fundamentado no pensamento stalinista de culto a sua personalidade. Assim, no rastro dessa filosofia ditatorial, “obrigado pai Kim II Sung” é uma das primeiras frases que a criança norte-coreana aprende a expressar.
Em seu projeto de erradicar qualquer movimento religioso, que não o de adorar a Kim, o governo comunista treina espiões para se infiltrar em movimentos cristãos. Esses agentes se infiltram e organizam falsos encontros de intercessão, como aprendem histórias de conversão, as mais variadas, como chegam a demonstrar bom conhecimento bíblico; e o fazem para denunciar o maior número de membros de igrejas subterrâneas, os quais são enviados a campos de concentração.
Nessa nação, hermeticamente fechada, não há cultura de namoro. Segundo suas leis, o ser masculino não pode namorar uma mulher mais velha, e todo casamento é arranjado pela família ou por órgãos do poder dominante. Segurar a mão da namorada, em público, é uma atitude considerada arriscada.
Todo ato de casamento é obrigatoriamente realizado com o casal postado em frente a uma estátua de Kim Il-sung, isso, para simbolizar que o ditador preside a cerimônia. Os noivos se postam para a foto histórica em frente da estátua do ditador comunista; um ato que, de forma subliminar, indica que são abençoados pelo homem-deus.
Os dois únicos aniversários comemorados por norte-coreanos são os dos líderes Kim Il-sung, dia 15 de abril, e Kim Jong-il, em 16 de fevereiro, datas consideradas feriado nacional. Nessas datas festivas, como sempre, as crianças se postam em fila indiana para se curvar num gesto de saudação a esses deuses de carne e osso, e dizem: “Obrigado, querido pai Kim Il-sung”, para orgulho de suas mães presentes ao evento.
A política
Em 1957, por meio de sua política social, para identificar e isolar inimigos políticos, Kim Il-Sung criou um sistema hierárquico fundamentado em relações consanguíneas, típico de gerações anteriores. Assim, o governo comunista xiita conseguiu classificar e dividir a população por meio de uma aparente confiabilidade típica da tradição familiar coreana. Essa sua estratégia gerou um sistema de casta altamente rígida, e esse sistema vem sendo usado ao longo de décadas.
O sistema social de Kim permitiu que apenas a classe superior da sociedade se estabelecesse na capital e em sua periferia, sendo as demais classes relegadas à vida rural.
A vida da elite dominante é tida como luxuosa, uma vez comparada a padrões de uma sociedade em que cerca de 1/3 da população padece de fome crônica.
Por falar em fome, entre os anos de 1996 e 1998, a situação da nação foi severa. Milhões de norte-coreanos morreram de fome.
Desde a década de 1990, a nação tem sido incapaz de cultivar, comprar ou distribuir gêneros alimentícios a sua faminta população.
Além de não reunir condições de produzir o suficiente para consumo interno, a corrupção é avassaladora. De 1995 a 2003, nações do Ocidente entregaram mais de 1 bilhão de dólares em gêneros alimentícios, medicamentos e defensivos agrícolas. Só que uma grande parte dessa doação foi desviada e vendida no mercado da Coreia do Sul.
Com sua morte, seu filho Kim Jong-il assumiu o poder, governando até 2011, quando Kim Jong-un assumiu o comando da nação.
Há três gerações a nação comunista hermeticamente fechada é comandada pela família Kim, e a população tem sido obrigada a mostrar devoção ao deus metálico. O Estado controla tudo e monitora a seu povo a ferro e fogo.
O Estado, como é o senhor de todos e de tudo, exerce a função de agente encarregado de suprir as necessidades do povo. Nessa vertente, o Estado fornece a cada cidadão um par de roupas por ano, sendo um para o inverno e outro para o verão. E os que podem se lançar às compras ficam proibidos de comprar calça jeans ou camisa contendo a escrita do alfabeto asiático. E, como controle, quem ousar manter cabelo longo é punido pelo sistema ditatorial. Aqui, Karl Marx seria encadeado.
Nessa nação comunista ortodoxa não há uma rede de casas comerciais, nem dinheiro real e o salário do trabalhador é um valor simbólico, porque o Estado é o senhor de tudo e de todos. Por exemplo, o salário de um operário fabril é de 64 won, o equivalente a 28 dólares, uma quantia que serve, apenas, para custear a passagem de ônibus e corte de cabelo. E aquele que desejar comprar um simples aparelho de rádio, primeiro, tem que solicitar permissão ao Estado.
Kim Jong-un faz uso da arte cinematográfica para exercer mais controle sobre a população. O ditador entende que a fita de cinema é uma ferramenta de grande potencial para gerar lealdade a seu povo; daí a instalação de um cinema em cada cidade. As longas-metragens, cuja produção anual chega a 40 unidades, têm os mesmos temas.
Como a cidade de Pyongyang é a única que o governo totalitário permite ser visitada por estrangeiros, o Estado dá todo suporte para que seus habitantes, que constituem a elite, apresentem uma boa aparência.
A população dessa cidade, capital do país, é habitada segundo o antigo sistema de castas de seus ancestrais. Esse antigo sistema gerou o estado familiar, e este é hereditário. Então, iluminado por esse facho de luz, o Estado totalitário estabeleceu que a classe top da sociedade ficasse estabelecida na capital e em regiões nobres, dotadas de clima quente e solo fértil.
Envolta em uma crise energética, a população encontra-se às escuras. No momento em que a antiga União Soviética deixou de fornecer óleo, a preço subsidiado, os geradores norte-coreanos entraram em transe, o sistema elétrico esfacelou e a população mergulhou em densas trevas.
Com a crise abrangente não há fornecimento suficiente de energia, sequer, para iluminar a cidade de Pyongyang. Para as demais regiões, o fornecimento de energia funciona somente por apenas 2 horas diárias, das 4h às 5h e das 22h às 23h.
A Fome
Ao assumir o poder, o ditador comunista Kim Il-sung prometeu três tigelas diárias de arroz ao povo, mas essa promessa nunca se cumpriu. Até hoje, arroz tem sido artigo de luxo para a população esfomeada.
Devido a invernos prolongados e cadeias montanhosas elevadas, pequena é a faixa de terra para o plantio de produtos agrícolas, o que deixa o mercado interno sem abastecer. De maneira que, como durante o inverno tudo fica congelado, nada resta para alimentar a população, que se queda faminta, desnutrida e miserável.
O Secretário-geral da Missão Portas Abertas, no Brasil, Marco Cruz, participou de um encontro com uma cristã norte-coreana enquanto degustavam uma refeição. Ele se sentiu satisfeito com sua porção, mas deixou uma pequena porção de alface no prato. Nesse momento, a norte-coreana o interrogou, ao dizer-lhe: “Você pode comer tudo que colocou no prato antes de continuarmos? É que passei fome na prisão na Coreia e não consigo ver pessoas deixarem comida no prato.”
Nos anos em que permaneceu prisioneira em um dos vários campos de concentração norte-coreanos, a cristã enfatizou que seu maior medo não era morrer na prisão, mas negar sua fidelidade a Jesus de Nazaré.
O arroz é um produto agrícola arraigado na cultura norte-coreana, mas a escassez não atinge tão somente a população carcerária, como também o prato de quase toda a população.
No início da década de 1990, quando o Estado passou a confiscar quase toda a produção das fazendas coletivas, os agricultores, como resposta, passaram a esconder parte das colheitas; daí surgiu histórias a respeito de tetos de celeiros rurais que desabaram, devido a tanto peso estocado.
A adoração
O tio materno de Kim Il-sung era líder da comunidade cristã Jerusalém do Oriente. Todavia, quando Kim chegou ao poder, começou a fechar igrejas, banir exemplares da Bíblia e deportar cristãos para outras regiões do país.
Apesar de toda essa ação comunista, exemplares do texto sagrado continuam sendo normalmente contrabandeados através do território chinês, e o povo cristão norte-coreano toma o devido cuidado de enterrar esses exemplares, em locais seguros, para, posteriormente, serem examinados à luz das estrelas.
O regime comunista norte-coreano tem sido tomado como padrão na rede pública escolar para uma limpeza na mente das crianças.
A criação da ideologia Escola Com Partido é mais um projeto da filosofia comunista para fazer uso da rede escolar pública como instrumento fundamental, e assim arrancar da mente da criança conhecimentos a respeito da existência do Criador, da religião cristã e da moral.
Após essa lavagem cerebral, então, a criança passa a ser perfeitamente doutrinada com princípios marxistas, e assim dominar toda a sociedade com o néctar comunista.
Esse artifício foi usado na antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, é usado na China e na Coreia do Norte, dentre tantos outros pares comunistas.
Na Coreia do Norte, a religião cristã foi abolida, o cristão tem sido fuzilado ou enviado a um campo de concentração, e a rede escolar tem sido usada para fazer a cabeça das crianças, com a aplicação de ideias marxistas extremistas.
Com um relatório montado, após uma profunda pesquisa de campo empreendida por seus agentes, que operam junto ao povo cristão de vários países, a Missão Portas Abertas Internacional elaborou uma lista com as 50 nações mais intolerantes ao conteúdo da Bíblia Sagrada, após catalogar matérias específicas de uma produção anual para o lançamento de seu projeto Classificação de Países por Perseguição 2013 (World Watch List – WWL).
Segundo o WWL, há 11 anos a Coreia do Norte vem sendo classificada como nº 1 dessa lista negra, por ser um dos países mais fechados à penetração da mensagem do Evangelho.
Nesse país oriental existem somente duas igrejas protestantes, uma católica e uma ortodoxa, todas, instaladas na capital Pyongyang. Esses templos religiosos oficiais, conhecidos como “igrejas de fachada”, são controlados pelo Governo, e funcionam como parte da propaganda política mentirosa de liberdade religiosa.
Apesar do rígido controle do regime de exceção, existem inúmeras igrejas não controladas pelo ditador vermelho, conhecidas como “igrejas subterrâneas ou clandestinas”, e estas se reúnem, secretamente, em cavernas de regiões montanhosas rurais.
Mas, sempre que esses núcleos cristãos são delatados por vizinhos ou por seus parentes, seus membros passam a compor um exército de miseráveis enviados a campos de concentração; nessas instalações encontram-se cerca de 60 mil evangélicos enfiados.
Ter em casa um quadro com a foto do ditador Kim II Sung constitui um diferencial muito importante para o cidadão comum; entretanto, para o conhecedor do Livro Sagrado, a convivência com a família e com a vizinhança se torna fator de difícil relacionamento, tamanha a pressão física e psicológica que sobre si incide, por se recusar adorar, de joelhos dobrados, o ditador avermelhado.
Todo lar é obrigado a ter imagens de seus líderes políticos, e aquele que não o fizer é enviado a um campo de concentração. Então, um porta-retrato com a imagem de Kim deve ser pendurado em uma das paredes da residência. E nenhuma parede da unidade residencial pode estampar imagem outra, a não ser a desse personagem.
Junto com o porta-retrato é entregue um pano branco para ser mantido em uma caixa abaixo do porta-retrato, e deve ser usado somente para manter a limpeza do utensílio fixado à parede solitária.
Mas, iluminados pela malandragem sagrada, em um lar cristão, membros da unidade residencial costumam cobrir a imagem do deus comunista antes de se ajoelharem para interceder junto ao Eterno.
Apesar de o sistema comunista manter a população a cabresto curto, o povo norte-coreano tem sido bombardeado por emissoras de rádio que, diariamente, mantêm programas evangélicos que penetram nos lares, e o governo totalitário nada pode fazer para impedir a avalanche de notícias religiosas de qualidade e poder sobrenatural.
Emissoras de rádio, mantidas por instituições estabelecidas em várias nações, mantêm programas evangélicos captados durante a madrugada, horário em que o sistema elétrico norte-coreano se encontra em funcionamento.
A rede escolar
A rede escolar norte-coreana tem sido usada como instrumento governamental para remover, da mente das crianças, a ideia religiosa da existência do Criador do Universo.
Caso uma professora obtenha de um aluno ou de um cidadão qualquer uma denúncia da existência de uma família cristã, ainda que oculta, os membros da família são presos e metidos em um dos vários campos de concentração.
A criança, por acreditar na doutrinação que lhe tem sido ministrada pelo regime marxista, pode denunciar seus pais cristãos, convencida de que está fazendo algo correto.
Devido a esse estado policial totalitário, os pais cristãos deixam de ministrar conhecimentos bíblicos a seus filhos pequenos, devido à elevada pressão estatal, porquanto correm o risco de serem fuzilados ou encerrados em míseros campos de concentração.
Como os ensinamentos extraídos da Bíblia Sagrada constituem um ferrenho obstáculo à propagação do comunismo, em toda sua extensão diabólica, os senhores marxistas trabalham, “pelas beiradas”, com a Ideologia de Gênero e a Escola Com Partido, e o fazem para dar cabo a princípios cristãos ministrados a crianças.
A manipulação de crianças na rede escolar tem sido uma espécie de lavagem cerebral cultivada por mentes comunistas. De maneira que, dar cabo ao Evangelho e dominar a rede pública escolar tem sido o grande sonho de lobos comunistas metidos em pele de ovelha.
Em uma matéria do ano de 2011, apesar de 90% da população norte-coreana passar fome, desde cedo, as crianças são devidamente treinadas para adorar Kim Jong II (1941-2011). Segundo o escritor Paul Estabrooks, registrou Tsuli Narimatsu, Gestora de Comunicação da Missão Portas Abertas, na escola norte-coreana as crianças recebem doutrinamento para rejeitar as Sagradas Escrituras.
E para fixar essa imagem na mente das crianças, a professora costuma mostrar-lhes um exemplar da Bíblia Sagrada, de capa preta, e pede que seus alunos(as), procurem, em suas casas, o livro preto do jeito que lhes foi mostrado, e que não digam absolutamente nada a seus pais.
A criança que levar o maior número de exemplares à professora vence a competição. Contudo, como resultado desse projeto diabólico, essas crianças, ao retornarem a seus lares, jamais verão seus pais; pois, estes foram enviados a campos de concentração do regime de exceção. Com isso, o Estado assume a paternidade dessas crianças.
Os campos de concentração
Estima-se em 300 mil o número de evangélicos norte-coreanos, e aproximadamente 60 mil deles vivem como prisioneiros em campos de concentração, onde são reeducados segundo a ideologia comunista da Família Kim.
Em uma nação que tem uma estátua metálica como seu deus, ser cristão é uma violação, de maneira que todo aquele que não negar sua fé em Jesus de Nazaré é enviado a um dos temíveis campos de concentração.
Para humilhar e debochar da fé cristã, uma ou duas vezes, a cada mês, os guardas costumam escolher um ou dois prisioneiros cristãos para, ante a presença de outros detentos de sua unidade prisional, tentar fazê-los renunciar a sua fé em Cristo Jesus.
Então, o prisioneiro é pendurado, de cabeça para baixo. Nesse momento, o diretor da instituição, aos gritos, brada: “Diga que não acredita no céu”. Como o prisioneiro nada fala, o diretor passa a espetar seu corpo com uma vara. Depois de solto, o diretor começa a chutar o prisioneiro, mas este permanece firmado na fé cristã. Furioso, o diretor pisa em seu corpo e ordena que todos façam o mesmo. Apesar dessa selvageria, mesmo pisoteado e humilhado, permanece como o Monte Sião, e nada o abala.
Os principais Campos de Concentração erguidos em solo da Coreia do Norte são os de número 1, 14, 15, 16, 18, 22 e 25, de acordo com pesquisas efetuadas pela instituição missionária Portas Abertas. Nesses ambientes de segurança máxima, além de torturados, os prisioneiros prestam trabalhos forçados.
De acordo com o pensamento stalinista norte-coreano, esses estabelecimentos estatais se prestam para a reeducação de prisioneiros; e, nesses ambientes de sofrimento e morte, milhares de cristãos são duramente castigados por causa de sua fé em Cristo Jesus.
No galpão onde funciona o Momento Reeducação, os detentos se reúnem para se prostrar ante quadros com a foto de Kim Il-sung, e devem memorizar alguns de seus discursos. E aquele que não conseguir gravar, na mente, as palavras do ditador, tem sua ração diária de arroz reduzida.
O prisioneiro metido em Campo de Concentração, na maioria das vezes, não tem direito a julgamento algum.
Após a Guerra da Coreia (1950-1953), ao assumir o poder, Kim Il-sung enviou milhares de líderes cristãos a essas instalações da morte, desejoso de vê-los abandonar a fé em Jesus de Nazaré.
Ainda hoje, ser cristão nesse país stalinista significa ter direitos religiosos negados, como perder o direito à cidadania e estar à margem da sociedade. Todo cristão que for pego em alguma atividade religiosa, se não for fuzilado, será conduzido a um Campo de Concentração ou a uma prisão política do regime comunista.
Tem sido avaliado entre 5 e 14 o número de campos de concentração instalados no país comunista de regime ortodoxo, nos quais detentos trabalham na agricultura, extração de carvão, confecção de uniformes militares e fabricação de cimento.
Cercas de arame farpado eletrificadas são providas de torres de vigilância estrategicamente organizadas e vigiadas por patrulhas armadas.
Os prisioneiros não podem escovar os dentes, os ossos enfraquecem por falta de alimento, e chegam aos 40 anos com a espinha dorsal arqueada, devido ao tratamento rígido e à fome crônica.
O ser humano escravo do regime costuma receber, apenas, um conjunto de roupas, uma ou duas ao ano. Vivem sem o uso de sabão, de meias, de luvas, de cuecas e de papel higiênico.
Nesses campos da morte não há cama para o prisioneiro, nem cadeira, nem mesa. Não existe água encanada, nem banheiro, nem chuveiro.
Cerca de 30 famílias fazem uso de um poço subterrâneo de água potável e dividem uma única latrina.
Nesse regime de vida cruel, o detento recebe 700 gramas de comida diária, constituída de milho, arroz e feijão; sendo que os oficiais do regime confiscam o arroz e o feijão, e apenas 100 gramas de alimento resta para o prisioneiro faminto.
E aquele que quebrar a regra, essa quantidade fica reduzia. Os novatos recebem apenas 80 gramas de ração diária, e para o contemplado na solitária, sua ração é de 30 gramas de milho e uma sopa para enganar o estômago.
Levados a esse estado de terror, prisioneiros costumam, como meio de sobrevivência, caçar e devorar ratos, ainda vivos, como forma de matar a fome crônica.
O prisioneiro não pode falar, rir, cantar, nem se olhar ao espelho. Para mais humilhar o detento, toda vez que for interrogado tem que se ajoelhar, com a cabeça baixa, para responder a seus superiores.
A maioria dos prisioneiros costuma trabalhar de 12 a 18 horas diárias de jornada obrigatória, em um ambiente severo que transforma seres humanos em animais irracionais.
O candidato à sala de tortura chega a ser congelado ou assado, e qualquer um que for desrespeitoso é agredido com um potente porrete recheado de pregos. Na solitária, o indivíduo somente consegue se sentar ao solo, e há espinhos de concreto nas paredes da edificação de terror.
Os meios de comunicação
A sociedade norte-coreana é totalmente controlada pela propaganda e pela desinformação exercida pelo Estado totalitário. Assim, em meio a uma perseguição severa, as crianças, na sala de aula, são diariamente encorajadas, por seus professores, a informar a respeito das atividades religiosas de seus pais.
Nesse arcabouço de ideologia marxista absoluta e dominante, por razões de segurança, os pais costumam não compartilhar conhecimentos cristãos a seus filhos.
Por questão de doutrinação, diariamente, do amanhecer ao anoitecer, o regime totalitário faz uso de canais de televisão, de estações de rádio, de jornais e de propaganda para doutrinar seus cidadãos com ideias marxistas.
Na rede escolar, as crianças aprendem sobre a Família Kim, e como devem se curvar em reverência a imagens estampadas e a monumentos erguidos ao ditador. Livros e filmes de animação são produzidos para ensinar que os cristãos sequestram, torturam e matam crianças.
Por uma questão de alto risco, caso uma criança seja doutrinada, por seus pais, com princípios religiosos, por não ter consciência do elevado risco que sua família pode sofrer, a criança pode cantar uma música evangélica, pode contar uma história bíblica a um coleguinha ou a um(a) professor(a). Então, por causa desse risco, os pais não costumam ministrar conhecimento religioso a seus filhos.
O fato de haver tentado ministrar conhecimento religioso a seus filhos, milhares de famílias cristãs foram destruídas, metidas em campos de concentração, e seus filhos se tornaram propriedades do estado comunista.
A doutrinação com ideologia comunista da gurizada começa na infância, com duração de 14 horas diárias nas creches das fábricas. Na outra ponta, cada conteúdo musical, filme, artigo de jornal e outdoor têm como pano de fundo a mensagem subliminar de divinizar a Família Kim.
A grande parte da sociedade vive totalmente desconectada do que ocorre no mundo exterior. Monitor de computador, aparelho televisor, pendrive, internet, dentre outros, são equipamentos desconhecidos da população norte-coreana.
Até mesmo alunos universitários nunca tiveram acesso à internet, apenas acessam computadores ligados à intranet, uma ferramenta disponível somente àqueles que acessam material acadêmico.
A fuga
A China e a Coreia do Sul são os dois principais destinos de fugitivos norte-coreanos.
O governo sul-coreano acolhe, auxilia, oferece benefícios, programas de apoio e garante cidadania a esses refugiados. Um centro de readaptação alimenta, abriga e os instrui a como melhor se ajustarem à cultura capitalista sulista.
Enquanto isso, fugitivos norte-coreanos que conseguem chegar a território chinês, vivem de forma ilegal, e quando forças de segurança conseguem apanhá-los, são devolvidos a seu país de origem, e estes sofrem as consequências do regime comunista.
As lembranças amargas e os elevados riscos de uma fuga deixam marcas desagradáveis na mente da maioria desses refugiados.
O Messias está voltando
pr. Raimundo Nonato Freitas de Cerqueira
Florianópolis, Santa Catarina, Brasil
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